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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Vias rápidas e vias de morte

 

Ontem foram mais dois jovens que morreram. E a pergunta que fica é esta: quantas mais mortes serão necessárias para que se entenda que alguma coisa tem de mudar? Estas vias, ditas "rápida" ou "expresso" tornaram-se vias de morte. Há uma genérica cultura da pressa à qual se associam a irresponsabilidade de uma condução forçada, quando estas vias, apesar de mantidas com qualidade, pelas suas características, exigem uma condução extremamente cautelosa. Em suma, não são propícias à velocidade.



Numa visita à Noruega instalei-me em Dalen, cidade equidistante de Oslo e Bergen. Pensei que estando a cerca de 200 km de cada uma das cidades, tal permitir-me-ia visitá-las em pouco mais de duas horas. Engano meu. Mais de quatro a partir de Dalen para cada um dos sentidos. Há uma rigorosa aplicação das leis do trânsito. Certo é que têm uma das mais baixas taxas de sinistralidade. Por aqui (Portugal em geral) os condutores transformam-se ao volante, para além do palavreado, ultrapassam os limites, pressionam e buzinam, para logo de seguida ficarem parados numa fila.

Como se isto não bastasse, por aqui "inventaram" aquele sinal de permissão de +10 km com o piso seco, que constitui um convite à velocidade em estradas que, na sua estrutura, não beneficiam de espaço para qualquer manobra de recurso.

Há uma nova cultura a interiorizar, de serenidade na condução, respeito e responsabilidade, ao mesmo tempo que o acto fiscalizador tem de ser assumido com tolerância zero, com marcas nas estradas que impliquem o distanciamento entre viaturas. Ora bem, reconheço a minha ignorância em matéria de trânsito. Apenas sei conduzir, mas não me conformo com mais duas mortes de jovens que bem podiam ter sido evitadas.

Ilustração: Google Imagens.

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