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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Cortesia e civilidade

 

Há qualquer coisa de esquisito no comportamento político do presidente do governo regional da Madeira. Ele é membro, por inerência, do Conselho de Estado e lidera o governo da Madeira, portanto, não só do ponto de vista político, mas também da cordialidade e respeito que devem nortear os detentores de funções da maior importância pública, as relações institucionais devem ser pautadas pela maior reverência e deferência. Sem hipocrisias, acrescento. A propósito dos recentes incêndios, perguntar "o que é que ele (Presidente da República) vem fazer?" e ao mesmo tempo dar a resposta, que o Chefe de Estado "não tem nada para ver" na ilha, e que é "só mato queimado", parece-me que atinge um grau de muito pouca cortesia e civilidade.



O Senhor Presidente da República desloca-se a qualquer ponto do país sem ter de ouvir seja quem for, embora a polidez institucional imponha um contacto prévio, até por razões protocolares. Estas situações deixa-me preocupado, pelo efeito negativo que produz junto da população, sobretudo na mais jovem. Parece que tudo é possível, que ser educado é coisa fora de época ou de prazo e que não existem graus de responsabilidade nos patamares da organização política.

Depois, queixamo-nos do aluno que é mal educado para com o professor ou que os filhos não respeitam os pais e avós. São anos e anos de atitudes muito pouco pensadas, de ofensas públicas que começam na Assembleia dos representantes do povo e se estende pelo discurso político de circunstância. O que podemos esperar, pergunto?

Ilustração: Google Imagens

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