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terça-feira, 4 de novembro de 2025

Breve reflexão



Que saudades tenho de Francisco!

O Papa que iluminou e tocou nas feridas mais profundas dos homens e do Planeta que habitamos. Dir-me-ão que nem sempre tão longe quanto teria sido necessário, mas no quadro de uma Igreja normalmente bloqueada ao debate de questões sensíveis, abriu portas, contextualizou a Palavra com a Vida, saiu da "clausura" do Vaticano e foi pelo Mundo, sensibilizando ecumenicamente e tentando construir novas pontes de puro humanismo: "(...) O único momento em que é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo: quando queremos ajudá-la a levantar-se", disse.

Por isso foi respeitado e milhões reconciliaram-se porque, como sublinhou, "A vida é real, não virtual. Não acontece numa tela, mas no mundo!". Ele preocupou-se com o Mundo real, o mundo das pessoas.

Na minha vida passaram oito papas. Quando esperava que o sucessor de Francisco viesse alimentar essa chama do amor, da tolerância, do respeito, da irmandade entre as nações, da fraternidade entre os povos, o cumprimento dos desígnios "da nossa casa comum" tão degradada e instável que está, Leão XIV parece-me desaparecido em combate. A sua intervenção é pobre, desajustada dos problemas, oferecendo alguns sinais de retrocesso e fechamento. Não percebo onde quer chegar com lengalengas que pouco dizem ao Mundo ávido de quem ajude na correcção dos graves desequilíbrios económicos e sociais, das devoradoras e insensatas guerras que semeiam a morte em tantos espaços do planeta.

A voz e o contagiante sorriso de Francisco apagaram-se. Jorge Mario Bergoglio ficará na História. Que saudades tenho desse Papa que "veio do fim do Mundo".

Ilustração: Google Imagens.