Esta foi uma pergunta do Senhor Presidente do governo regional da Madeira (Dnotícias - edição de hoje). Trata-se de uma quase "proclamação oficial", que não tem nada de inocente, a poucas horas das comemorações do 25 de Abril. Mais do que uma proclamação, eu diria que se trata de uma provocação. Muitos já estão habituados a estes disparos de circunstância ao jeito daquele fraquinho que olha para o sujeito com quase dois metros e pede aos que o rodeiam que o agarrem, para não desfazer o seu putativo opositor. É um paleio com muitos anos e que volta e meia é metido a martelo no discurso político. Infelizmente!
Custa-me aceitar este tipo de exteriorização, desde logo, por quatro motivos: primeiro, porque o Senhor Presidente do governo é membro do Conselho de Estado e daí que, por todos os motivos, lhe sejam acrescidas as responsabilidades de contenção verbal; em segundo lugar, porque um político deve nortear a sua acção pelo diálogo saudavelmente teimoso nos vários dossiês, mas nos espaços próprios, de tal forma que da contraposição e contradição das ideias possa resultar caminhos de solução; em terceiro lugar, olhando para trás, a monumental dívida acumulada de seis mil milhões de euros (hoje cinco mil milhões, salvo erro), onde sobressai uma contabilidade paralela, que não concede margem para cantar de galo; em quarto lugar, finalmente, quando se questiona a possibilidade deste deixar de ser um espaço territorial português, o político deve assumir, com coragem, com que economia viveremos, quem suportará, por exemplo, a segurança social, todas as instituições de segurança, a Justiça, a Educação, a Saúde, enfim, tudo o que constitui, e bem, neste momento, responsabilidade do Estado.
Melhor seria o diálogo assertivo, olhos nos olhos, sem azedumes para consumo local, porque, pergunta-se, o que seria da Madeira, nos seus "mecanismos de desenvolvimento", se não fosse o Estado a que pertencemos e todas as negociações europeias em prol desta terra!
Ilustração: Google Imagens - Pin de Isabel Neves.
Sem comentários:
Enviar um comentário