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sábado, 17 de setembro de 2011

DEMISSÃO IMEDIATA DO GOVERNO


Não dispenso, pelo carácter urgente, que o drama em que estamos mergulhados não constitua motivo bastante para Sua Excelência o Representante manter-se em um enervante silêncio. Parece que nada está a acontecer e que estamos a discutir trocos. Não, Senhor Representante, estamos a discutir uma dívida para ser paga por todos ao longo de mais de 30 anos, estamos a discutir o agravamento do défice das contas portuguesas e estamos a discutir um problema com implicações internacionais. Não pode haver silêncio sobre esta matéria (...)


Em qualquer país onde se respire liberdade (em toda a extensão e implicações da palavra), face aos últimos acontecimentos, o candidato e o PSD, obteriam um resultado final entre os 10 e os 12% nas próximas eleições. Já seria um bom resultado. Há variadíssimos exemplos. Não vou mais longe... a Irlanda. Recordo aqui uma notícia da altura: "O partido de direita neoliberal (apresentado como de “centro-direita”) e que tem governado a República da Irlanda durante a maior parte do tempo desde a independência, em 1921, perdeu mais de 50 deputados e, à beira do fim do apuramento dos resultados, está apenas com 17 lugares e 17,6 por cento dos votos (...)".
É assim em qualquer parte com eleitores esclarecidos. Aqui, não sei o que acontecerá, depois deste terramoto financeiro, da vergonha internacional e da aldrabice em esconder os números da verdade aos madeirenses. O povo terá consciência da fraude, do embuste desta política de um homem que mente, esconde, subverte e continua a assumir que os outros é que são os culpados? O povo eleitor não terá consciência que está a ser enganado e que a presença do PSD só irá criar mais dissabores a todos os madeirenses?
Ora o encontro de Segunda-feira entre o Presidente da República e o Primeiro-Ministro não pode ficar por aí, por uma conversa entre quatro paredes, com um alto grau de confidencialidade entre dois homens de raíz partidária idêntica. O Representante da República, Juiz Conselheiro Irineu Barreto, porque aqui vive e acompanha a política regional, tem o dever de chamar (já deveria ter feito), urgentemente, ao Palácio de S. Lourenço, os representantes dos vários partidos na Madeira, ouvir o estado da democracia, escutar as preocupações derivadas da dívida pública, reflectir sobre a gigantesca mentira que foi mantida até ontem em segredo sobre o estado das finanças regionais e, depois, levar, com urgência, esse dossiê de preocupações ao Senhor Presidente da República. Eu, por mim, com todo o respeito pela pessoa do Senhor Representante, dispenso a recepção a um atleta campeão do mundo universitário (há tempo para isso e para enaltecer o feito), já não dispenso, pelo carácter urgente, que o drama em que estamos mergulhados não constitua motivo bastante para Sua Excelência o Representante manter-se em um enervante silêncio. Parece que nada está a acontecer e que estamos a discutir trocos. Não, Senhor Representante, estamos a discutir uma dívida para ser paga por todos ao longo de mais de 30 anos, estamos a discutir o agravamento do défice das contas portuguesas e estamos a discutir um problema com implicações internacionais. Estamos a discutir actos que configuram aldrabice política. Não pode haver silêncio sobre esta matéria, porque a existir, enquanto cidadão e político, sinto a conivência e a negação da responsabilidade política que incumbe a um Representante do Senhor Presidente da República. Eu sei que esse pedido de encontro seguirá e sempre quero ver qual será a resposta.
Ilustração: Google Imagens.

1 comentário:

Fernando Vouga disse...

Caro amigo

Estou plenamente de acordo. Já não há mais espaço para Jardim. Levou longe de mais a ocultação da cratera que criou nas contas públicas. Enganou o Governo encabeçado por um membro do seu próprio partido. Envergonhou o seu país.
Porém, há algo que me perturba. Se o PSD-M perder as eleições que estão à porta, aqueles que nos levaram à desgraça, não vão pagar pelo mal que nos fizeram. Pelo contrário, vão ficar livres para viajarem tranquilamente para Paris e dedicarem-se à filosofia.
Não acha que será demasiado bom para essa gente?