Nota prévia: não sou jurista e tenho apenas o senso comum da Justiça, acessível nos custos, em igualdade e celeridade. Não gosto da sensação de impunidade perante os factos e não entendo, também, que os seus agentes, estejam a que nível estiverem, constituam um grupo social intocável, quando a verdade é sempre relativa. Esses também devem submeter-se a um rigoroso escrutínio das suas atitudes. Julgo ser óbvio este meu posicionamento. Deriva, apenas, do mais básico senso comum.
Neste pressuposto, considero abusiva a eternização, em abstracto, de um qualquer processo. Fazem-me trazer à memória um jogo infantil onde sempre faltava uma coisa para completá-lo: tem a rosa, falta o cravo, tem o cravo falta o jasmim, tem o jasmim falta a orquídea, etc. etc.. Simplesmente porque a eternização de um processo, repito, em abstracto, é susceptível de transmitir incapacidade na demonstração dos factos puníveis à luz da Lei. E isso é mau para a imagem da Justiça. E é mau para os arguidos, porque, no caso de uma declaração de inocência, vêm o seu nome e o da família, ao longo de anos, mergulhado na lama social. Aos olhares da sociedade, a dúvida acompanhá-los-á sempre. Julgo, por isso, justifiquem como quiserem, entre outros, que os meios são escassos, que há um tempo, previsto na Lei, para investigar e um tempo para julgar, absolvendo ou punindo. O arrastamento sistemático das investigações (são tantos os casos), ditado, dizem, pela complexidade, porque apanhar o fio à meada é difícil, porque há cartas que ainda se encontram fora do baralho, até pode ter um fundo de verdade, mas que conduz a um crescendo de desconfiança na Justiça, disso não tenho grandes dúvidas. Em suma, celeridade, provas e condenação ou absolvição. Todos precisamos disto. De confiança.
Ilustração: Google Imagens.
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