Vivo em um país felizmente livre, ou livre qb! Livre no que concerne à liberdade individual, mas qb relativamente ao restante, por exemplo, a tantas e tantas amarras europeias e outras. É essa liberdade individual que permite, por exemplo, que o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho continue na sua senda ultraliberal, bem clara nas declarações que todos os dias profere. Está no seu direito, só que ainda não percebeu que, no plano interno, a maioria do povo não deseja o seu regresso. Ou será que percebeu e o seu jogo é outro? Por isso, continua a palrar, agora na Madeira, pela mão do seu amigo Miguel Albuquerque. Pela minha parte, não esqueço quem tanto mal fez aos madeirenses, por isso mesmo considero um atrevimento dar palco a um político que nos esmagou.
Quando Pierre Moscovici, comissário europeu dos Assuntos Económicos assume que "(...) o progresso de Portugal é muito impressionante", vem o inefável Pedro assumir que "(...) o tempo desta maioria está cada vez mais a esgotar-se, o tempo desta maioria é um tempo perdido para Portugal". Pacheco Pereira, com fina ironia, relembrando declarações passadas, atirou certeiro: "Passos Coelho não consegue ocultar o seu desejo de que o diabo nos visite", isto quando "hoje o nível de confiança dos consumidores está ao nível mais alto de sempre". Mais, ainda, quando a generalidade dos portugueses percebe o que se está a passar com a PT/Altice, vem o Pedrinho, face às declarações de António Costa, dizer que "(...) É uma péssima imagem. É uma coisa quase terceiro-mundista ter um primeiro-ministro que faz, publicamente, acusações a empresas que, em princípio, criam emprego, trazem investimento ao país e podem gerar riqueza". Emprego e riqueza, quando estamos a ver que as manobras visam, a prazo, o despedimento, dizem, de 3.000 trabalhadores? Chamo a isto a defesa da pouca-vergonha. A revista Visão desta semana coloca em título: "Patrick Drahi veio às compras. É conhecido por tratar as pessoas com desprezo e pagar-lhes o menos possível (...)". E o Pedro aceita e o Pedro verga-se! Qual o objectivo do Pedro, perguntar-se-á? Presumo, apenas manter-se fiel à cartilha dos senhores que supervisionam toda esta engrenagem mafiosa, que esmaga povos e nações, em uma lógica de poder subtil, mas absoluto? A sua esperança filia-se no princípio que, sendo "bem comportado" aos olhos de tais senhores, terá, mais cedo que tarde, a recompensa de um lugar como Durão teve e tantos outros têm tido? Talvez.
É nesta lógica que, certamente, se apresenta na Madeira. No plano político, questiono, qual a diferença entre o Pedro e o Miguel? Sinceramente, não sei.
Ilustração: Google Imagens.
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