Nota prévia
O que a seguir escrevo não se fundamenta em qualquer posicionamento de natureza partidária, antes a minha total repulsa pela hipocrisia. Detesto o fingimento.
O Dr. Pedro Passos Coelho, ex-primeiro-ministro, deixou o lugar de Deputado na Assembleia da República. Lá terá as suas razões políticas e, sobretudo, profissionais. Em idade de trabalhar, certamente, que outra janela já estará aberta para que possa respirar o ar da prosperidade. Tem sido assim com todos. O último, julgo eu, foi Durão Barroso. Mas isso, apesar da minha leitura de processo, é para o lado que melhor durmo. Que seja feliz.
O que já me custa a engolir é o elogio na hora da partida. Que as bancadas do PSD e do CDS, partidos que estiveram juntos no governo, tenham dedicado alguns minutos de reconhecimento, compreendo. Já considero pintada de hipocrisia as manifestações do Senhor Presidente da Assembleia da República, do primeiro-ministro e do líder do grupo parlamentar do PS. Questiono, que relevantes serviços fez ao País, dignos de um aceno de simpatia política, um Deputado que chumbou o PEC IV, negociado ao mais alto nível europeu (semelhante ao da vizinha Espanha) que evitaria a "troika"; que anunciou em campanha (ver https://www.youtube.com/watch?v=gNu5BBAdQec)
um rumo que, depois, renegou, completamente; retirou direitos e "roubou" salários e pensões; impôs um brutal aumento de impostos; fez disparar o desemprego, a pobreza e aumentar, assustadoramente, a emigração? Isto, quando hoje se prova que, politicamente, o caminho não foi o melhor. Com outras políticas económicas, o desemprego recuou, a emigração estancou, está em curso a devolução dos rendimentos perdidos, o crescimento económico está a um nível esperançoso, enfim, dizem que somos um caso de sucesso, o qual, depois de algum cepticismo pelo modelo político adoptado, inclusive, vergou desde o FMI até à Comissão Europeia, passando pelo ministro alemão das Finanças, sempre de língua afiada contra Portugal, que fez vénia ao seu homólogo português, catalogando-o por "Ronaldo das Finanças".
Portanto, tratou-se do elogio do erro político. E isso tem um nome: hipocrisia. Pessoalmente, convivo muito mal com isso! Seja à direita, seja à esquerda.
Ilustração: Google Imagens.
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