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sexta-feira, 2 de março de 2012

EM AGOSTO JÁ SE SABIA QUE A VERDADEIRA DÍVIDA ERA SUPERIOR A OITO MIL MILHÕES


O que me aborrece é ter pela frente um governante fingidor, um governante que não assume, que esconde para mais tarde, quando já não consegue ocultar a realidade, vir para os meios de comunicação social com as histórias e desculpas esfarrapadas do costume. Essa atitude é que, para mim, é intolerável. Eu relembro que foi em 2007, na Assembleia Legislativa da Madeira, que o Deputado Carlos Pereira iniciou um combate político em defesa da verdade das contas. Foi torpedeado vezes sem conta, porém, mais tarde, somando as diversas parcelas, o próprio governo veio confirmar uma grande parte dos valores em dívida. 

 
O Jornal PÚBLICO destaca na edição online de ontem:
"Com a avaliação da dívida comercial em 2000 milhões de euros, a dívida pública global da Madeira atinge os oito mil milhões, estimativa feita pelo PÚBLICO em Agosto. No diagnóstico da situação financeira desta região, feito em Setembro de 2011 pela Inspecção-Geral de Finanças, a dívida madeirense ascendia a 6328 milhões de euros no final de Junho passado, não incluindo a responsabilidade indirecta que o governo regional detinha sobre a dívida financeira de diversas entidades, no montante de 1255 milhões.
Nos 6328 milhões de euros estavam incluídos 1031 milhões da dívida pública directa, 2719 milhões da dívida financeira, 2058 milhões da dívida administrativa e 520 milhões da dívida comercial. Como este último valor chega afinal aos 2000 milhões de euros, conforme revelou o secretário das Finanças ao PÚBLICO, o total da dívida madeirense poderá atingir os 8000 milhões, ou até ultrapassar consideravelmente este montante se se considerar a referida responsabilidade adicional na sequência da concessão de avales a empréstimos contraídos por diversas entidades públicas".
É claro que perante este anúncio, como sempre, o Secretário Regional do Plano e Finanças, veio logo dizer que era mentira. Que a dívida era de seis mil milhões! Só que não conta com outras responsabilidades assumidas e que, tarde ou cedo, serão conhecidas. No essencial, mantém a mesma atitude de sempre, isto é, teimosamente, adora conjugar o verbo esconder em todos os tempos e modos. Uma atitude que corresponde à lógica de funcionamento partidário ditada pela velha hierarquia. Mais cedo que tarde, lá virá o dia para mais um número de contorcionismo, de dizer que, afinal, havia mais isto e aquilo, que esta ou aquela verba ou rubrica não deveria ser considerada, que a República continua na senda da perseguição, etc. etc., partindo assim para a revisão dos montantes verdadeiros. Sempre foi assim. 
Que fique claro que esta situação não me dá gozo algum. Pelo contrário, quanto maior for a dívida pior será a vida dos madeirenses. O que me aborrece é ter pela frente um governante fingidor, um governante que não assume, que esconde para mais tarde, quando já não consegue ocultar a realidade, vir para os meios de comunicação social com as histórias e desculpas esfarrapadas do costume. Essa atitude é que, para mim, é intolerável. Eu relembro que foi em 2007, na Assembleia Legislativa da Madeira, que o Deputado Carlos Pereira iniciou um combate político em defesa da verdade das contas. Foi torpedeado vezes sem conta, porém, mais tarde, somando as diversas parcelas, o próprio governo veio confirmar uma grande parte dos valores em dívida. Este plano de ajustamento financeiro não teria lugar se o discurso do Deputado Carlos Pereira não tivesse sido verdadeiro. Portanto, será uma questão de tempo e os madeirenses e portosantenses, uma vez mais, infelizmente, terão a fatura da verdade perante os seus olhos.
Ilustração: Google Imagens.

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