Por outro lado, a escola está hoje transformada, consequência de muitas situações sociais, em um espaço onde pontificam graves escalas de solidão (convinha o Senhor Secretário da Educação reler o Professor Adalberto Dias Carvalho, Doutor em Filosofia da Educação), porque as salas estão cheias, mas essas essas salas, simultaneamente, estão vazias. Há muito vinagre nas salas de aula! Só que, tudo isto, deveria implicar a necessidade do governo apresentar um novo desenho da organização social, porque os "filhos do insucesso e do abandono", os fatores geradores da indisciplina e de alguma violência têm origem, também, na redução dos tempos de convívio e de coresponsabilidade familiar.
O tema é muito vasto e complexo e não deve ser levianamente equacionado em meia dúzia de linhas. Há muitos estudos e trabalhos académicos sobre esta matéria, mas, em síntese, ao correr do pensamento e da digitação deste texto, acabamos por convergir em alguns itens centais: crónica ausência de políticas de família, de mudança de mentalidade (políticas de cidadania no sentido dos direitos e deveres) com exigência e rigor, obviamente; escolas sobredimensionadas no número de alunos e de turmas que as tornam impessoais e ingeríveis (na Finlândia, o país referência para muitos políticos, só 2% das escolas têm mais de 500 alunos - imagine-se a média!); conceção ultrapassada da arquitetura dos espaços escolares; formação inicial e contínua dos docentes no sentido de saberem lidar com uma nova reconfiguração da escola, com as desigualdades, com a diversidade cultural e das culturas; currículos e programas desadequados que não favorecem uma cultura e uma postura de participação crítica e interventiva, o que implica a reinvenção, a inovação, a criatividade, o reconhecimento da inutilidade dos monólogos, desenvolvendo, pelo contrário, o pensamento cognitivo, isto é, o "conhecimento poderoso" salientado por Michael Young; deficitária organização interna em função do essencial e do assessório; completa ausência de autonomia das escolas que gere identidade própria, pois a escola não deve reproduzir o sistema (vide Bourdieu - A Reprodução), acoitando-se em organizações sem voz e sem ousadia; reconhecimento da autoridade social da instituição escola em contraponto a uma escola dobrada pelos joelhos a vários níveis e de modelo autoritário, centralizador e imposto.
Ora, por outro lado, a escola está hoje transformada, consequência de muitas situações sociais, em um espaço onde pontificam graves escalas de solidão (convinha o Senhor Secretário da Educação reler o Professor Adalberto Dias Carvalho, Doutor em Filosofia da Educação), porque as salas estão cheias, mas essas essas salas, simultaneamente, estão vazias. Há muito vinagre nas salas de aula! Só que, tudo isto, deveria implicar a necessidade do governo apresentar um novo desenho da organização social, porque os "filhos do insucesso e do abandono", os fatores geradores da indisciplina e de alguma violência têm origem, também, na redução dos tempos de convívio e de coresponsabilidade familiar.
Mas quando o Secretário fala em "serviços mínimos" eu contraponho com Ortega y Gasset (1910): "a pedagogia é a ciência de transformar as sociedades". Ora, uma dimensão destas não pode ser assumida através de "serviços mínimos". A política dos "serviços mínimos" tem um objetivo: manter a ignorância, mesmo que subsista a indisciplina! Isso dá votos, tem dado votos e a ignorância altifalante não tem pejo algum em ver a ESCOLA como mero cumprimento da regra constitucional.
Mas estas são, apenas, algumas questões escritas ao correr do pensamento. Apenas para salientar que que a indisciplina tem causas muito mais profundas que necessitam aturada reflexão.
Ora, por outro lado, a escola está hoje transformada, consequência de muitas situações sociais, em um espaço onde pontificam graves escalas de solidão (convinha o Senhor Secretário da Educação reler o Professor Adalberto Dias Carvalho, Doutor em Filosofia da Educação), porque as salas estão cheias, mas essas essas salas, simultaneamente, estão vazias. Há muito vinagre nas salas de aula! Só que, tudo isto, deveria implicar a necessidade do governo apresentar um novo desenho da organização social, porque os "filhos do insucesso e do abandono", os fatores geradores da indisciplina e de alguma violência têm origem, também, na redução dos tempos de convívio e de coresponsabilidade familiar.
Mas quando o Secretário fala em "serviços mínimos" eu contraponho com Ortega y Gasset (1910): "a pedagogia é a ciência de transformar as sociedades". Ora, uma dimensão destas não pode ser assumida através de "serviços mínimos". A política dos "serviços mínimos" tem um objetivo: manter a ignorância, mesmo que subsista a indisciplina! Isso dá votos, tem dado votos e a ignorância altifalante não tem pejo algum em ver a ESCOLA como mero cumprimento da regra constitucional.
Mas estas são, apenas, algumas questões escritas ao correr do pensamento. Apenas para salientar que que a indisciplina tem causas muito mais profundas que necessitam aturada reflexão.
2 comentários:
Caro André Escórcio
O desejo e o afã,de "bem servir",não permitem ler, muito menos reler, o que quer que seja.
O serviço mínimo à Educação é a regra - amarela - conducente ao serviço máximo a um espúrio poder.
A tristeza só é superada por um soberano desprezo.
Obrigado pelo seu comentário.
É verdade, nem conta dão do desajustamento no tempo. Governam hoje com os instrumentos de ontem. Continuam a levar o "barquinho" sempre com terra à vista, que é como dizer, com o voto à vista!
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