Desde logo tiro o chapéu ao jovem presidente da associação em causa por ter sido franco e totalmente aberto nesta matéria. Custe-lhe o que custar, porque, nestas coisas, normalmente, aparecem uns senhores a pedir para provar. Da minha parte não lhe peço isso, porque ele disse em voz alta aquilo que se diz por aí à boca pequena. A questão agora é política, no fundo, o que terá o sempre solícito secretário regional do ambiente e dos recursos naturais da Madeira, o tal que, permanentemente, fala dos milhões para "os senhores agricultores", a dizer face a estas declarações? Que controlo e que fiscalização foram feitos desse dinheiro que "vinha para a agricultura e foram para automóveis, piscinas e casas"? Que interpretações políticas podem ser feitas em função dos interesses eleitorais? Que silêncios foram mantidos e, alegadamente, que razões justificaram?
O Médico Veterinário Vítor Castro assumiu a presidência da Associação dos Jovens Agricultores da Madeira e Porto Santo. Li a entrevista publicada na edição de ontem do DN. Transcrevo aqui duas questões e respetivas respostas colocadas pelos jornalistas:
"Já ouvi agricultores dizerem que não vale a pena a recorrer a fundos, devido às exigências, porque acaba por sair mais caro. É um argumento válido? Tenho uma ideia diferente. O agricultor não gosta de ser auditado, vistoriado. São fundos da UE, temos de cumprir determinados requisitos. Se não cumprirmos...
A questão é outra. É se vale a pena, muitas vezes esperando anos pelo apoio. Às vezes o processo é lento. Mas acho que é importante haver a fiscalização. No passado esses fundos foram desviados. Vinham para agricultura e foram para automóveis, foram para piscinas, foram feitas casas. Nós não queremos cometer o mesmo erro. Acho que é importante tudo isto. Temos de cumprir os requisitos da UE, caso contrário, temos de devolver verbas".
Ora bem, desde logo tiro o chapéu ao jovem presidente da associação em causa por ter sido franco e totalmente aberto nesta matéria. Custe-lhe o que custar, porque, nestas coisas, normalmente, aparecem uns senhores a pedir para provar. Da minha parte não lhe peço isso, porque ele disse em voz alta aquilo que se diz por aí à boca pequena. Na agricultura e não só. A questão agora é política, no fundo, o que terá o sempre solícito secretário regional do ambiente e dos recursos naturais, o tal que, permanentemente, fala dos milhões para "os senhores agricultores", a dizer face a estas declarações? Que controlo e que fiscalização foram feitos desse dinheiro que "vinha para a agricultura e foram para automóveis, piscinas e casas"? Que interpretações políticas podem ser feitas em função dos interesses eleitorais? Que silêncios foram mantidos e, alegadamente, que razões justificaram? O que ganham as "fundações" (estou a falar de "alicerces") existentes com processos desta natureza? Não sei. O que li é que houve alegados desvios.
São tantas as perguntas que podem ser feitas, tantas as dúvidas que devem ser desfeitas e que o político e putativo candidato à presidência do PSD-Madeira, atual responsável pela tutela, que, diariamente, se desdobra para ser notado, deveria responder e esclarecer cabalmente. Ele e todos os seus antecessores no cargo. Repito, não peçam ao presidente da associação para apontar os nomes de quem se serviu, antes esclareçam o povo e neste caso os agricultores. Talvez seja a ponta da meada que conduzirá a outras pontas que andam por aí, de enriquecimentos mal explicados. Aliás, o jovem médico veterinário, apesar dos seus 32 anos, já tem alguma experiência neste setor, pelo que falou, certamente, conhecendo factos.
Às vezes, nas minhas divagações e pensamentos, dou comigo a olhar para o governo da regional da Madeira como um grande armário de dossiês secretos ou reservados, que um dia será aberto e que de lá cairão, em catadupa, muita coisa para ser lida e escalpelizada. Da minha parte, por agora, são apenas pensamentos. Nada tenho a ver com a riqueza dos outros desde que conseguida por meios lícitos, através da criatividade, da inovação, do sentido de risco e pagando os respetivos impostos. Agora, como diz o povo, há muita nota fêmea por aí! Certo é que o tempo de abrir o armário está a chegar!
Ilustração: Google Imagens.
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