Sigo com regularidade os textos do Padre José Luís Rodrigues, agora subordinados ao título "Escrever na água". Ontem, voltei a ler um texto, este no quadro do "Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa (CI)". A páginas tantas, sublinha:
"Afinal, entre nós a tão propalada e rezada abertura ao mundo, à sociedade e os desejos exaltados de transparência (...) não passam de falácias para entreter as hostes que, soberbamente, se continua a pensar estarem adormecidas como nos tempos da «velha senhora». A desconfiança instalou-se que alguns começam a dizer à boca cheia que o sistema está de tal modo montado com subornos, ameaças e todo o género de possibilidades para fazer valer o medo que não permite espaço às vítimas ganharem coragem e dizerem de sua justiça. Ainda assim não quero crer que isto seja verdade.
Breve comentário
Caríssimo Padre e Amigo, há dias escreveu: "(...) Tenho medo dos silêncios cobardes (...)". E ontem li-o: "(...) o sistema está de tal modo montado com subornos, ameaças e todo o género de possibilidades para fazer valer o medo (...)". É a "vox populi" que, silenciosamente, assume e que o Padre traduz na sua escrita ímpar, porque franca e aberta! O drama, Ilustre Amigo, é saber, de forma determinada e consequente, como acabar com os silêncios compaginados com o medo. Incomoda-me, creia, a existência de "tanta ilha dentro da ilha".
Padre, continue com o seu extraordinário bom senso, independência e frontalidade, continue paladino de importantes causas que a Palavra impõe, porque o seu caminho de Cristão activo, estou certo, será sempre o de um de nós no meio de nós. Um abraço.
Ilustração: Google Imagens.
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