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terça-feira, 8 de maio de 2012

E SE FOSSEM BUGIAR?


Alarme social é aquele que estamos a viver, com o desemprego e a pobreza a crescerem e sem controlo. Alarme social é o que se passa na educação e na saúde. Alarme social é o desastre patente no sistema empresarial. Isso sim, constitui um gravíssimo "alarme social" face à qual o governo deveria estar muito preocupado. Mas não está. A preocupação é que a descoberta da VERDADE (não estou a fazer nem juízos de valor nem a antecipar eventuais condenações) custa sempre a quem se vê nessa situação. Eu percebo, mas é a vida, meus senhores. Têm de conviver com isso. Não podem, isto é, não devem é continuar a tentar esconder os verdadeiros problemas com fait-divers desta natureza, com inquéritos que valem zero, com atitudes que apenas se destinam a alimentar névoas à frente dos olhos dos madeirenses e portosantenses. Sabem, é porque já não há pachorra!


Com que então... o "alarme social (...) prejudicou gravemente a Região", eis a conclusão do inquérito  instaurado pelo Governo da Madeira à actuação da GNR no decurso da operação "Cuba Livre", inquérito esse levado a efeito e dirigido pelo director regional de Administração Pública. Oh meus caros senhores, como diz o povo, e se fossem bugiar? Deixem-se de tretas porque a imagem da Madeira, infelizmente, está conspurcada por um infindável rol de condenáveis atitudes assumidas ao longo de muitos anos, sobretudo aquelas que colocaram os portugueses de lá contra os portugueses de cá e vice-versa. Houve um tempo que os de lá achavam graça, hoje, entra-se num táxi e basta ouvir um motorista falar sobre a Região. Depois, quem gerou a situação que motivou a investigação não foi qualquer figura estranha à Região, nem nacional nem europeia. O problema foi gerado aqui, por governantes de cá, foi na Madeira que as contas foram escondidas e foi o primeiro ministro que assumiu, claramente, uma atitude nacional de condenação. Para além disso, finalmente, bastaria que o governo regional tivesse presente a separação de poderes entre o legislativo e o judicial e, nesse contexto, se deixasse de tretas.
Ora, por outro lado, qualquer pessoa sabe que as investigações, neste tempo de comunicação e de informação têm imediato eco, pelo que, quem não se quer molhar não se coloca à chuva. E o governo regional, ao longo de anos, colocou-se a jeito. Não pode, por isso, lamentar-se. Ademais, é preciso ter uma certa lata para falar de "alarme social". Alarme social é aquele que estamos a viver, com o desemprego e a pobreza a crescerem e sem controlo. Alarme social é o que se passa na educação e na saúde. Alarme social é o desastre patente no sistema empresarial. Isso sim, constitui um gravíssimo "alarme social" face à qual o governo deveria estar muito preocupado. Mas não está. A preocupação é que a descoberta da VERDADE (não estou a fazer nem juízos de valor nem a antecipar eventuais condenações) custa sempre a quem se vê nessa situação. Eu percebo, mas é a vida, meus senhores. Têm de conviver com isso. Não podem, isto é, não devem é continuar a tentar esconder os verdadeiros problemas com fait-divers desta natureza, com inquéritos que valem zero, com atitudes que apenas se destinam a alimentar névoas à frente dos olhos dos madeirenses e portosantenses. Sabem, é porque já não há pachorra!
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

jorge figueira disse...

Alarme social é um cidadão emigrado para ganhar a vida na construção civil em África sofrer um ataque de malária nesta terra e morrer disso. Esta é de séc. XVIII. Podemos estar descansados pois a culpa é de Lisboa logo que o Hospital dependa da RAM RAM outro galo cantará.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Essa morte é a consequência de uma terra onde a governação não acautelou o trabalho.
Todos sabíamos que, numa região tão pequena e limitada pela sua orografia, a construção civil não era a opção de futuro. Deveríamos ter percorrido outros espaços de intervenção, através do conhecimento e da formação que possibilitasse a diversificação da economia. Isso não foi feito e hoje regressamos à emigração como solução. Eu lamento. Poderíamos estar melhores, com construção civil, é certo, mas também com outras saídas profissionais geradoras de riqueza. Na construção civil o que foi feito em dez anos, poderia dar para 20, em estabilidade e sem dívidas monumentais que nos vão custar os olhos da cara.
Um abraço.