Pelo contrário, vimos uma equipa liderada pelo Dr. Maximiano Martins atravessar a ponte, com uma estratégia orgânica adaptada às circunstâncias, mas a lutar contra um exército munido de sofisticada tecnologia. A força da razão perdeu frente à razão da força. As figuras apresentadas, entre as quais o filho do D. Sebastião, todas de altíssimo conhecimento técnico, político e notoriedade social, figuras não partidárias, não foram suficientes para que a população percebesse que estava na hora de mudar o regime neste Alcácer-Quibir. Ganhou o sultão da terra pela força das armas e não pela força dos argumentos.
Li com a atenção necessária um artigo do Dr. Manuel Brito publicado há dias no DN-Madeira. Como sempre um texto muito cuidado motivador da leitura. O artigo situou, grosso modo, o quadro nascido das últimas eleições legislativas regionais. A linhas tantas detive-me na seguinte passagem que reli e, obviamente, contextualizei: "(...) E os vencidos? Uns, sem honra nem glória, desapareceram em combate. Outros, de derrota em derrota, parados no meio da ponte, continuam à procura de um D. Sebastião capaz de unir as tropas dispersas e que faça esquecer trinta anos de sucessivos Alcácer-Quibir. Todos sabemos quem é esse D. Sebastião, mas também todos sabemos, que há quase trinta anos, ele guardou o seu destino para outras artes (...)".
Pois, Dr. Manuel Brito, é evidente que eu sei a quem se estará a referir, só que, na política e de resto em tudo, constitui um erro pensarmos que só um pode resolver os problemas. Existem muitos outros iguais e porventura melhores para conduzirem politicamente esta Região. Como é vulgar dizer-se "só faz falta quem cá está" e o D. Sebastião pura e simplesmente não existe na política activa. E neste pressuposto, penso constituir, repito, um erro, embora o texto não vincule explicitamente o tal D. Sebastião como solução, a continuada e generalizada posição pública baseada em palavras simples como estas: (...) se fosse fulano de tal o candidato! (...). É um erro porque, ademais, centrar a única solução em uma figura "capaz de unir as tropas dispersas", a tal figura que não quer porque envolvido em "outras artes", estamos, implicitamente, a oferecer de bandeja ao PSD, com maior ou menor expressão, as vitórias eleitorais. Ora, D. Sebastião, configura um mito, morreu ou foi morto em combate, há muito tempo, pelo que a nossa terra não pode ficar à espera de um qualquer "messias".
É por isso que "ninguém ficou parado no meio da ponte". Pelo contrário, vi uma equipa liderada pelo Dr. Maximiano Martins atravessar a ponte, com uma estratégia orgânica adaptada às circunstâncias, mas a lutar contra um exército munido de sofisticada tecnologia. A força da razão perdeu frente à razão da força. As figuras apresentadas, entre as quais o filho de D. Sebastião, todas de altíssimo conhecimento técnico, político e notoriedade social, figuras não partidárias, não foram suficientes para que a população percebesse que estava na hora de mudar o regime neste Alcácer-Quibir. Ganhou o sultão da terra pela força das armas e não pela força dos argumentos. Talvez, se outras pessoas se tivessem juntado ao exército do Dr. Maximiano Martins, talvez, tivesse sido possível ganhar a batalha e, brevemente, a guerra. O sultão, caro Dr. Manuel Brito, é mais consequência da inoperância de muitos da nossa sociedade do que propriamente daqueles que lutam por atravessar a ponte. Há muita gente parada no meio da ponte, eu sei. O Dr. Maximiano Martins certamente que não esteve.
Ilustração: Google Imagens.
3 comentários:
Caro amigo, Sr. André Escórcio, apesar de eu ser uma pessoa apartidária, apenas sou mesmo é anti-PSD e por esse motivo é que sou o administrador do Grupo: Não votarei PSD...não mesmo!!!...Sendo assim, como mero espectador, é honesto da minha parte, lhe transmitir que a forma com que vejo o PS é sempre em guerrinhas internas e contra os outros partidos de esquerda, críticas contra os sindicatos, problemas de liderança, ausência de propostas de alternativas credíveis, apenas se limitando a: Criticar, criticar, criticar...Há de facto várias pessoas, do partido e independentes, revoltados com este sistema, capazes de se unirem num movimento do tipo: Juntos Pelo Povo, que no caso devia ser: JUNTOS PELA MADEIRA. Acho humildemente e sendo quase um analfabeto politico, que o PS tem que lutar para ganhar, e não para conseguir o maior numero de deputados possível...Acho que a principal diferença começa por aí, pelo sentimento de perdedor e não de potencial ganhador. E quando se perde como o PS perdeu, o melhor que há a fazer é pedir a imediata demissão do cargo, dando oportunidade a outros, e transmitindo um sentimento de orgulho, em si mesmos, pois a estrategista e os objectivos não foram nem de longe alcançados, e o sentimento das pessoas que assistiram a este triste espectáculo, de alguns senhores que se julgam donos do PS-M, e que criticam tudo e todos...esse sentimento séria de um orgulho e admiração pela atidude tomada por quem foi extremamente penalizado nas urnas. Isto é uma visão pessoal e generalizada de quem está por fora, e que não pretendo ofender ninguém, mas dar um humilde contributo para a construção de uma real alternativa.
Obrigado pelo seu comentário.
Eu compreendo-o e em certos aspectos tem alguma razão. Mas, note que o PS tem apresentado excelentes equipas e programas e o resultado tem sido, invariavelmente, o mesmo. Tenha em atenção o que se passou nas últimas eleições: um líder, uma equipa e um programa. E qual foi o resultado? Perda de um deputado. O PSD não apresentou programa, nem equipa e ganhou as eleições por maioria absoluta.
E o que aconteceu ao PC e ao BE? Perderam, o primeiro um deputado e o segundo a sua representação parlamentar. E alguém poderá colocar em causa o esforço destes dois partidos históricos?
Mais: como explicar, neste momento extremamente difícil a entrada do PAN na Assembleia? Com todo o respeito pelas pessoas que dão corpo a esse partido!
O PS apresentou uma equipa para governar e o povo disse não. Bastaria que comparassem com os actuais governantes. O PS falou a verdade, disse que a "Madeira faliu" e que tinha respostas para a situação. E o povo não acreditou, preferiu manter o erro.
"Juntos", obviamente que sim, mas é preciso que a população, todos nós, possamos dar as mãos. Eu não apenas escrevo o que sinto... eu tenho dado as mãos. Outros que também o façam.
Uma vez mais obrigado pelo seu comentário.
Bem sei que no tempo das grandes batalhas há sempre gladiadores.
No entanto nunca ouvi dizer que El-rei D. Sebastião tivesse filhos.
Será falta de memória? Será que a história está à espera que o Cardeal sucessor dê filho varão? Espero bem que não, antes de cair-mos novamente na mão dos Filipinos, algumas cabeças rolarão. O povo não será sempre parvo e, num dia de sol, virá à rua apresentar o seu digno representante. Basta de 60 anos de administração fascisoide.
Enviar um comentário