O Senhor Representante da República é o garante do normal funcionamento das instituições, não deve, por isso, ser laranja, rosa, vermelho, azul, amarelo ou de qualquer outra cor. Existe para exercer a sua magistratura de influência, competindo-lhe ouvir, ser conciliador e deve, por isso, constituir uma ponte de soluções entre a Madeira e a República por via do Senhor Presidente da República. Não posso aceitar, por exemplo, que venha "relativizar a dívida da Madeira" em claríssimo apoio ao governo regional, comparando-a com as empresas públicas ou com a dívida do Estado. Não me parecem sérias nem honestas tais comparações.
Duas notas:
Primeira. Disse o secretário regional dos assuntos sociais da Madeira que a "troika não manda na Madeira". Isto a propósito das taxas moderadoras. Oh, Senhor secretário do "estado a que isto chegou", infelizmente e por culpa dos senhores que governam há trinta e cinco anos, infelizmente, repito, estamos nas mãos daqueles a quem sempre o presidente do governo regional agrediu com palavras. Pois, a troika não manda nisto, mas manda no dinheirinho! E para pagar os calotes do sistema de saúde entre os oito mil milhões de dívida global, é óbvio que precisam de se agachar às imposições da cartilha exploradora do FMI e de seus pares. O que o Senhor poderia ter dito é que tentariam evitar situações gravosas para a população. Aí, vá que não vá, ficar-lhe-ia bem. Agora, esse tipo de arrogância que configura a ideia que aqui não mandam nada, por favor, poupe-nos, porque estamos fartos dessa treta. É claro que se aproximam tempos difíceis e não é por acaso que o seu "chefe" anda por lá a mendigar 1,2 mil milhões para atenter a responsabilidades de curto prazo. E diz-se "entalado". Significativo. E aqui vamos com mais de 14% de desemprego, com empresas a fechar e com a pobreza a aumentar.
Segunda. O Senhor Representante da República foi entrevistado pela RTP-M. Sinceramente, não gostei das suas declarações. Manifestou-se, claramente, ao lado do governo regional da Madeira. Ora, o Senhor Representante da República é o garante do normal funcionamento das instituições, não deve, por isso, ser laranja, rosa, vermelho, azul, amarelo ou de qualquer outra cor. Existe para exercer a sua magistratura de influência, competindo-lhe ouvir, ser conciliador e deve, por isso, constituir uma ponte de soluções entre a Madeira e a República por via do Senhor Presidente da República. Não posso aceitar, por exemplo, que venha "relativizar a dívida da Madeira" em claríssimo apoio ao governo regional, comparando-a com as empresas públicas ou com a dívida do Estado. Não me parecem sérias nem honestas tais comparações. Porque, a entrar por aí (que não deveria), para além de outras importantes variáveis, teria de dividir a dívida de lá por 10 milhões de habitantes e a daqui por 260.000. Ora, a dívida da Madeira é muito grave, uma parte dela foi escondida, o desemprego é crescente e ocupa a segunda pior posição no contexto nacional, a pobreza está sem controlo, o Governo da República não dá indicações de assumir qualquer solidariedade e face a tudo isto o Senhor Representante da República, naquela entrevista, tentou relativizar os problemas que são muito graves. Teria sido melhor o seu silêncio.
Não gostei, também, da sua posição relativamente à ausência do PND da ronda que o Representante fez após o acto eleitoral. Essa de dizer que "só fazem falta os que cá estão" não é de bom tom. E lembro que o PS, na sequência dos acontecimentos (ocupação) no Jornal da Madeira, esteve no Palácio para dialogar com o Representante da República. Essa audiência foi-lhe negada com a justificação que o Senhor Representante se encontrava numa reunião. Ora, tendo em consideração que para o Senhor Representante "só fazem falta os que cá estão", dir-se-á que o PS manifestou-se preocupado, mas não obteve qualquer resposta do Senhor Representante. O PS esteve e o Representante não!
A justificação agora dada é que não era assunto seu nem tinha meios para actuar. Esta desculpa esfarrapada não colhe, porque, no mínimo, era seu dever receber a delegação partidária, escutar, apreciar e, se esse fosse o caso, mostrar-se impotente para o resolver. Hoje, aqui o digo, que foi a situação mais delicada e mais frustrante de toda a minha participação activa no processo político. Aliás, porque tinha sido a segunda vez que tal acontecia. A um pedido de audiência solicitado pelo PS, antes do início da campanha eleitoral (e mesmo que tivesse sido em período de campanha), o Senhor Representante também não quis receber o PS. Pergunto, por que razão? Não serão situações destas que geram desconfiança política e alinhamentos de todo reprováveis?
Ilustração: Google Imagens.
Não gostei, também, da sua posição relativamente à ausência do PND da ronda que o Representante fez após o acto eleitoral. Essa de dizer que "só fazem falta os que cá estão" não é de bom tom. E lembro que o PS, na sequência dos acontecimentos (ocupação) no Jornal da Madeira, esteve no Palácio para dialogar com o Representante da República. Essa audiência foi-lhe negada com a justificação que o Senhor Representante se encontrava numa reunião. Ora, tendo em consideração que para o Senhor Representante "só fazem falta os que cá estão", dir-se-á que o PS manifestou-se preocupado, mas não obteve qualquer resposta do Senhor Representante. O PS esteve e o Representante não!
A justificação agora dada é que não era assunto seu nem tinha meios para actuar. Esta desculpa esfarrapada não colhe, porque, no mínimo, era seu dever receber a delegação partidária, escutar, apreciar e, se esse fosse o caso, mostrar-se impotente para o resolver. Hoje, aqui o digo, que foi a situação mais delicada e mais frustrante de toda a minha participação activa no processo político. Aliás, porque tinha sido a segunda vez que tal acontecia. A um pedido de audiência solicitado pelo PS, antes do início da campanha eleitoral (e mesmo que tivesse sido em período de campanha), o Senhor Representante também não quis receber o PS. Pergunto, por que razão? Não serão situações destas que geram desconfiança política e alinhamentos de todo reprováveis?
Ilustração: Google Imagens.
1 comentário:
Um "Anónimo" resolveu entrar neste espaço de comunicação para ofender. Muito raramente isso acontece. Penso que ao longo de quase três anos, isso aconteceu duas vezes. Esta é a terceira. Tenho sido rigoroso na minha postura: analiso, critico com a minha verdade (existem outras verdades), mas não insulto nem agrido com palavras as pessoas, políticos ou não.
Gosto do debate e gosto de quem se oponha, porque é através do contraponto que a democracia ganha espaço.
Um "anónimo" é uma pessoa sem rosto. Não tem, pois, o direito de ofender seja lá quem for. Mesmo que não fosse "anónimo"!
Portanto, as pessoas e instituições ofendidas não merecem a publicação desse comentário aqui deixado. Não o publicarei por razões de dignidade e respeito.
Os blogues não devem ser espaços de maledicência e para vomitar ódios.
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