A palavra "guerreiro" transporta uma intenção belicista, ao jeito de quem gosta do "cheiro a pólvora" (palavras suas) e define o seu comportamento político, do tipo agarrem-me se não atirou-me a ele! Ora, do meu ponto de vista, não é "guerreiro" e, ademais, a política séria não se faz com guerras, mas com a arte da negociação (...) e quanto à palavra "repouso", como pode um político, com responsabilidades governativas, descansar quando tem pela frente uma montanha de problemas por resolver? Quando os governados andam aflitos, os empresários dando voltas à cabeça para pagar os salários e obrigações fiscais, quando sentem que as facturas pelos seus fornecimentos se amontoam nos serviços não havendo forma de as desbloquear, quando ele sabe que o IRS, IRC, IVA e outros impostos vão cair numa dupla e gravosa austeridade, quando todos sentem que Janeiro fora será doloroso para milhares de familías, quando a caracterização geral da Região é de falência nos planos económico, financeiro, social e cultural?
O Presidente do Governo Regional da Madeira sublinhou, na noite de ontem, que, agora, naturalmente em função da quadra natalícia, vai para aquilo que definiu como o "repouso do guerreiro". Soltei uma óbvia gargalhada ao som da sua voz tentando cantar o "Jingle Bells". Repouso do guerreiro? Vamos por partes.
Um guerreiro que, claramente, perdeu a guerra e as inúmeras "batalhas" que diz ter estado envolvido. De facto, nunca esteve no verdadeiro "campo de batalha". Manteve-se sempre à distância, em cima de um qualquer palco, disparando muitas vezes de forma indefinida e infeliz. Fez ruído, é verdade, mas de que valeu todo esse barulho, toda a artilharia disparada se, hoje, está isolado, caído, prostrado, sem munições e de túnica, corda ao pescoço e de joelhos? Aliás, a palavra "guerreiro" transporta uma intenção belicista, ao jeito de quem gosta do "cheiro a pólvora" (palavras suas) e define o seu comportamento político, do tipo agarrem-me se não atirou-me a ele! Ora, do meu ponto de vista, não é "guerreiro" e, ademais, a política séria não se faz com guerras, mas com a arte da negociação.
Depois, a palavra "repouso". Como pode um político, com responsabilidades governativas, descansar quando tem pela frente uma montanha de problemas por resolver? Quando os governados andam aflitos, os empresários dando voltas à cabeça para pagar os salários e obrigações fiscais, quando sentem que as facturas pelos seus fornecimentos se amontoam nos serviços, não havendo forma de as desbloquear, quando ele sabe que o IRS, IRC, IVA e outros impostos vão cair numa dupla e gravosa austeridade, quando todos sentem que Janeiro fora será doloroso para milhares de familías, quando a caracterização geral da Região é de falência nos planos económico, financeiro, social e cultural? Como pode haver lugar ao repouso? Ora, o momento é de desassossego, é de busca de soluções, de encontros que resolvam os desencontros de 35 anos de megalomanias.
Como escreve, na edição de hoje do DN, Maria Teresa Góis, eles "(...) Em vez de gorduras, cortam magrezas. O povo, aos soluços, vai conhecendo o pouco que escapa de um discurso chato, repetitivo, cansativo, estéril e sempre com bodes expiatórios. A pretensa governação regional acabou, perdeu-se a conquista autonómica, lavrada em cimento e obras valiosas, pelo seu desmedido custo e inépcia de aproveitamento. Nada mudou (...)". Face a esta indiscutível realidade, de cima do palco, com os anjinhos em redor e ao som do "Jingle Bells" ele, sempre ele, vem falar de "repouso do guerreiro", como se nada estivesse a passar. Tem todo o direito de jantar e de conviver com os apaniguados, mas não continue a enganar o povo, como se se pudesse mascarar a situação. Nem no Carnaval será possível!
Ilustração: Google Imagens.
Como escreve, na edição de hoje do DN, Maria Teresa Góis, eles "(...) Em vez de gorduras, cortam magrezas. O povo, aos soluços, vai conhecendo o pouco que escapa de um discurso chato, repetitivo, cansativo, estéril e sempre com bodes expiatórios. A pretensa governação regional acabou, perdeu-se a conquista autonómica, lavrada em cimento e obras valiosas, pelo seu desmedido custo e inépcia de aproveitamento. Nada mudou (...)". Face a esta indiscutível realidade, de cima do palco, com os anjinhos em redor e ao som do "Jingle Bells" ele, sempre ele, vem falar de "repouso do guerreiro", como se nada estivesse a passar. Tem todo o direito de jantar e de conviver com os apaniguados, mas não continue a enganar o povo, como se se pudesse mascarar a situação. Nem no Carnaval será possível!
Ilustração: Google Imagens.
6 comentários:
Simplesmente triste. A Madeira merecia melhor...
Meu Caro Amigo
Um Guerreiro não é,necessariamente,um Facínora; um Facínora,porém,só por descaramento,se pode intitular de Guerreiro.
É verdade, Fernando, merecíamos muito melhor!
E Caro António Trancoso, lamentavelmente, tenho de concordar.
Caro André Escórcio
Um amigo meu apostou comigo um café porque diz que Jardim vai dar de frosques pelo Natal.
Se calhar vou perder a aposta porque isto cheira a golpada. Será que o dito guerreiro vai simular um tranglomango durante o repouso?
Senhor Professor
Estou confundido!
Esse tal "guerreiro",será o mesmo que fez a Guerra Colonial no Palácio de São Lourenço, apoiando,de alma e coração,a política salazarista,numa Acção Psicológica que induzia os portugueses (carne para canhão)que Portugal se estendia do Minho a Timor!? Pode lá ser!...
Caríssimos,
Não sei se ele estará a preparar a retirada no meio da carne-de-vinho e alhos!
E quanto à Acção Psicológica, o livrinho que ele leu também o li na Guiné Bissau, onde estive, mais exactamente, em Guileje. E é conhecida a sua história militar (vidé "Jardim a grande fraude")... E por aqui fico.
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