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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A CHANTAGEM JÁ NÃO INCOMODA NINGUÉM


Procurar outro rumo... é preciso ter lata! Deve ter aí uns submarinos, umas tropas de elite e uma aviação de última geração para um ataque cirúrgico ao Terreiro do Paço. Ou, então, declarar, unilateralmente, no Pico do Areeiro, a independência, a saída do euro e a mudança para o Zarco, a moeda sonhada. Que tristeza.


Ouvi o presidente do governo da Madeira dizer que se o Primeiro-Ministro voltar atrás nas alegadas negociações, aquando da votação do Orçamento de Estado, a Madeira, então, tomará um outro rumo. Se não foram estas as palavras o sentido foi este. E sendo assim a pergunta que se coloca é, afinal, que rumo será esse?
Um governo que endividou a Região até ao tutano, que vive desde há muito acima das suas possibilidades, que tem às costas oito mil milhões de dívidas (6,3 é uma parte), que tem um tecido empresarial de rastos, um turismo em permanente aflição, pobreza a crescer aos olhos de todos e, perante um quadro destes, vem o presidente dizer que vai tomar outro rumo! Espantoso. Será, novamente, a chantagem da independência? Coitado, não seria melhor estar caladinho, obediente, de joelhinhos, fazendo o mea culpa pelos erros cometidos? E quando digo caladinho, obediente e de joelhos quero apenas dizer que ele não está em condições de negociar seja lá o que for. Que me lembre esta é a quarta vez que pede socorro. E como não tem emenda, obviamente que ninguém acredita nas suas palavras à mesa da negociação. Sempre foi assim, sempre disse uma coisa e fez outra. Desta vez até escondeu a dívida. E como gato escaldado de água fria tem medo, nem Passos nem Victor Gaspar, conhecedores de todo o seu histórico, obviamente que não irão em cantigas.
Procurar outro rumo... é preciso ter lata! Deve ter aí uns submarinos, umas tropas de elite e uma aviação de última geração para um ataque cirúrgico ao Terreiro do Paço. Ou, então, declarar, unilateralmente, no Pico do Areeiro, a independência, a saída do euro e a mudança para o Zarco, a moeda sonhada. Que tristeza. Ao invés de vir junto das pessoas, de todo o povo e falar abertamente sobre a real situação da Madeira, sobre as negociações que estão em curso, ao invés de ir à Assembleia e falar com toda a clareza, sem subterfúgios, a todos os deputados, não, entra pelo campo do disparate, quando o cofre está vazio, a Associação Nacional de Farmácias ameaça cortar o fornecimento de medicamentos face à monstruosa dívida e quando temos instituições e empresários aflitos para pagar os compromissos assumidos.
Nada que estranhe em termos comportamentais. Sempre foi assim e, ainda há dias, segundo li, viajou de Bruxelas em classe executiva, enquanto vários membros do governo da República viajaram em classe económica. Está tudo dito!
Ilustração: Google Imagens.

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