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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

SE SE TRATASSE DE UMA BATALHA NAVAL EU DIRIA... DOIS SUBMARINOS AO FUNDO!


Ontem, não vi aquelas imagens das andorinhas que pousaram nas árvores da Coreia, cheias de frio, e que alguns acreditaram terem vindo se despedir de Kim Jong-Il, mas senti e ouvi dois passarinhos a chilrearem e a anunciarem a primavera na Madeira. Isto é, em suma, nada do que está a acontecer será catastrofista como os analistas e partidos da oposição têm vindo a assumir. IVA, IRS, IRC, redução de trabalhadores, cancelamento de contratos, aumento do ISP, cortes na saúde e na educação, privatizações, perda de competências, aumento de 15% nos transportes públicos, subsídio de Natal e de férias, enfim, nada disto assusta, nada disto é preocupante, quando está aos olhos de todos que aqueles constrangimentos irão agravar o já depauperado tecido empresarial, as falências, o aumento do desemprego, da pobreza e, obviamente, da instabilidade social e segurança de pessoas e bens. Só os dois passarinhos que ontem estiveram naquela conferência de imprensa é que não se apercebem (ora se sabem!) do estado de penúria, de degradação política, económica, financeira e social. Falam com uma altivez como se nada estivesse a acontecer (...)

Uma conferência de Imprensa que foi água do Luso!
Estes políticos que governam a Região denotam que não estão bem. Desde há muito, sublinho. Porém, agora, assiste-se a uma espécie de máscara que cai para visualizarmos o que realmente são e perseguem como objectivo político e até de vida pessoal. Ora, a conferência de imprensa de ontem sobre o plano de assistência financeira à Madeira foi patética. A páginas tantas, face a uma pertinente questão da jornalista do DN-Lisboa, Lília Bernardes, atalhou-a no sentido de dizer que ali não era lugar "político" ou para discutir (esclarecer) politicamente as situações. Ora, se as razões que estão na origem da conferência de imprensa não são políticas e de esclarecimento político, o que foram ali fazer?
Salvo as devidas e substanciais proporções, aquela comunicação e respostas aos jornalistas, talvez pela proximidade dos acontecimentos na Coreia do Norte, por vezes, fez passar pela minha consciência algumas pinceladas do regime daquelas bandas. Repito, salvo as devidas proporções e características do poder. Refiro-me, essencialmente, ao autismo, ao desejo de poder que demonstram que os incapacita de ter a noção que o seu tempo já terminou e que as suas políticas apenas conduzem à pobreza. Ontem, não vi aquelas imagens das andorinhas que pousaram nas árvores da Coreia, cheias de frio, e que alguns acreditaram terem vindo se despedir de Kim Jong-Il, mas senti e ouvi dois passarinhos a chilrearem e a anunciarem a primavera na Madeira. Isto é, em suma, nada do que está a acontecer será catastrofista como os analistas e partidos da oposição têm vindo a assumir. IVA, IRS, IRC, redução de trabalhadores, cancelamento de contratos, aumento do ISP, cortes na saúde e na educação, privatizações, perda de competências, aumento de 15% nos transportes públicos, subsídio de Natal e de férias, enfim, nada disto assusta, nada disto é preocupante, quando está aos olhos de todos que aqueles constrangimentos irão agravar o já depauperado tecido empresarial, as falências, o aumento do desemprego, da pobreza e, obviamente, da instabilidade social e segurança de pessoas e bens. Só os dois passarinhos que ontem estiveram naquela conferência de imprensa é que não se apercebem (ora se sabem!) do estado de penúria, de degradação política, económica, financeira e social. Falam com uma altivez como se nada estivesse a acontecer, como se o cofre estivesse a abarrotar de dinheiro, como se não existissem milhares de facturas por pagar, como se o serviço de reembolsos da ADSE, neste momento encerrado, não fosse denunciador de falta de liquidez, como se os empresários andassem aí com uma grande capacidade para suportar novos encargos, como se não tivéssemos mais de 20.000 desempregados, como se as instituições de solidariedade social não andassem numa roda viva para esbater a fome, como se os indicadores de assaltos não fossem preocupantes, como se as famílias andassem aí a viver momentos de grande prosperidade, como se a dívida pública não fosse extremamente preocupante, enfim, como se vivêssemos numa terra com petróleo e ouro. Este autismo é revoltante, quando os dois passarinhos tentaram ontem cantar uma primavera que, há luz do quadro existente, só trará tragédia.
A queda é abrupta, os comentadores são unânimes em condenar os erros políticos, mas o "chefe" e o homem do rosário teimam em dizer que isto vai... O "chefe" chegou ao ponto de assumir que a "Autonomia Política" está nas nossas mãos. A autonomia financeira foi-se e, pergunto, o que será da autonomia política quando a Região perde a capacidade de controlo orçamental e o Instituto de Gestão das Contas Públicas passará a gerir a dívida pública da Madeira? Mas, pensam que enganam quem? Que todos, inclusive, os 58.000 sem instrução são mentecaptos? Que ninguém ainda deu que mentiu antes das eleições e que, agora, continua com o nariz em crescimento acelerado?
Finalmente, uma nota que, pelo rigor e transparência, afigura-se-me absolutamente, acertada. Refiro-me à perda de responsabilidade, espero que temporária, da Direcção Regional de Estatística, para garantia de independência e isenção na produção dos dados estatísticos. Há muito tempo que é evidente a falta de transparência e rigor bem consubstanciado nos dados do desemprego. Pelo menos, a partir de agora, poderemos ter a certeza do que lemos. E no meio de toda esta avalancha de demérito do governo regional, ainda o presidente tem a lata de, esta manhã disparar contra tudo e contra todos os que analisaram e analisam a presente situação. Ridículo! Como sublinhou o analista de economia da SIC, José Gomes Ferreira, Jardim "perdeu em toda a linha e transforma numa vitória". Está tudo dito. Fica a reserva que, entre a "carta de intenções" e o documento final que será obrigado a assinar, é minha convicção que, infelizmente, alguma coisa ainda será motivo de agravamento.
Ilustração: DN-Madeira, com a devida vénia.

2 comentários:

Pica-Miolos II disse...

Senhor Professor
O Povo Superior vai começar a acreditar que apostou num tresloucado.
Em vez da Quinta Vigia deve ser transferido,rapidamente,para o Trapiche...em rigoroso isolamento!

Vilhão Burro disse...

Senhor Pica-Miolos
Tenho cá para mim, por aquilo que o sr. tem escrito,que não está na sua ideia uma medida Estalinista, ao aconselhar o Trapiche para o Ai-Jesus dos meus compadres.
Pelo contrário,creio que o quer salvaguardar de algum amargo de boca,se teimar em permanecer na Quinta Vigia. E é capaz de ter razão,porque,vilhão de papo cheio é uma coisa,agora,de pança colada às costas...é foiçada pela certa!