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terça-feira, 13 de agosto de 2013

DIA DA CIDADE DO FUNCHAL E A DEMOCRACIA


Li no blogue do Jornalista Luís Calisto que "alguém do "núcleo duro" de Jardim assegurou que Miguel Albuquerque apanha mesmo uma tampa nesse dia". Li e exclamei: finalmente, um momento de lucidez política do ainda presidente do governo. Embora se percebam as razões políticas se tal vier a confirmar-se, razões que têm como causas os litígios pessoais, não deixa de constituir uma oportunidade para o presidente da Câmara do Funchal acabar com aquele figurino e apresentar um outro consentâneo com a matriz que enforma a democracia. Aliás, torna-se ininteligível que o actual presidente do município se apresente, desde algum tempo, em rota de colisão com o "chefe das Angústias", mas que não dê um passo para mostrar que os seus princípios e valores democráticos são diferentes, substancialmente diferentes. Aqui não há lugar a um mas... existe sim um momento em que a ruptura política deve passar, também, por estas  que, parecendo pequenas, são grandes questões. Se não o fizer, obviamente, que denunciará que continua imbuído das lições que o livrinho do jardinismo lhe ensinou durante trinta e muitos anos. Ou sim ou sopas. Não colhe, por isso, a ideia que se sempre foi assim, porque raio deverá ser diferente? O que está para trás está completamente errado e, portanto, se o ainda presidente da Câmara quer demonstrar que é diferente, pois bem, não pode, em questões de princípio democrático comportar-se de forma igual ao líder do seu partido. É claro que nada se alterará. Miguel Albuquerque fará o que sempre fez. Tal como a Assembleia Legislativa da Madeira reproduz, no Dia da Região, a lógica em que assenta o regime, na Assembleia Municipal, a Câmara reproduzirá, exactamente, tal estrutura do pensamento partidário, o qual visa limitar ao máximo a intervenção de outras vozes.


Nunca entendi, nem por uma questão de cordialidade, a presença de secretários regionais nos dias do concelho, bem como a do presidente do governo regional no DIA DA CIDADE do Funchal. Imagine-se o primeiro-ministro fazer questão de participar nos trezentos e tal dias do concelho de todo o Portugal! Não fazia outra coisa se não andar de um lado para outro, incluindo nas regiões autónomas. Mas, por aqui, estipularam esse princípio que corresponde a mais um momento de propaganda. Correcto seria, no caso concreto do Dia da Cidade do Funchal, assistir-se à intervenção dos representantes dos vários partidos com assento na vereação, a  intervenção do presidente do município e, finalmente, do presidente da Assembleia Municipal. Com os tempos de intervenção atribuídos em função da representatividade. E ponto final. 
E vem isto a propósito da dúvida relativamente à presença do presidente do governo regional, na sessão solene do Dia da Cidade do Funchal (21 de Agosto). Li no blogue do Jornalista Luís Calisto que "alguém do "núcleo duro" de Jardim assegurou que Miguel Albuquerque apanha mesmo uma tampa nesse dia". Li e exclamei: finalmente, um momento de lucidez política do ainda presidente do governo. Embora se percebam as razões políticas se tal vier a confirmar-se, razões que têm como causas os litígios pessoais, não deixa de constituir uma oportunidade para o presidente da Câmara do Funchal acabar com aquele figurino e apresentar um outro consentâneo com a matriz que enforma a democracia. Aliás, torna-se ininteligível que o actual presidente do município se apresente, desde algum tempo, em rota de colisão com o "chefe das Angústias", mas que não dê um passo para mostrar que os seus princípios e valores democráticos são diferentes, substancialmente diferentes. Aqui não há lugar a um mas... existe sim um momento em que a ruptura política deve passar, também, por estas que, parecendo pequenas, são grandes questões. Se não o fizer, obviamente, que denunciará que continua imbuído das lições que o livrinho do jardinismo lhe ensinou durante trinta e muitos anos. Ou sim ou sopas. Não colhe, por isso, a ideia que se sempre foi assim, porque raio deverá ser diferente? O que está para trás está completamente errado e, portanto, se o ainda presidente da Câmara quer demonstrar que é diferente, pois bem, não pode, em questões de princípio democrático comportar-se de forma igual ao líder do seu partido. 
É claro que nada se alterará. Miguel Albuquerque fará o que sempre fez. Tal como a Assembleia Legislativa da Madeira reproduz, no Dia da Região, a lógica em que assenta o regime, na Assembleia Municipal, a Câmara reproduzirá, exactamente, tal estrutura do pensamento partidário, o qual visa limitar ao máximo a intervenção de outras vozes. Não me restam dúvidas em relação a isso. Por essa razão a luta entre AJJ e MA não é mais do que uma luta de capoeira entre dois galos com outros à espreita. Por detrás de cada um deles estão as clientelas. Nada mais do que isso. Simplesmente porque os interesses são muitos, o que jogam nos bastidores tem muita força, o desejo de poder é enorme e, naturalmente, quando isto acontece, os alinhamentos impedem qualquer sentido de mudança. Vão, de facto, transmitindo uma ideia sustentada na diferença mas, no fundo, a cartilha é igual e os livrinhos das condutas políticas tendo muita força acabam por ser idênticos.
Por estas e por outras desejo que a Coligação Mudança vença as eleições para acabar com as aparências e com estes rotineiros quadros do Dia da Cidade, entre desfile de bombeiros e intervenções que são "uma seca" em pleno pico do Verão. 
Ilustração: Google Imagens.

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