Se, juridicamente, é passível de ser considerado crime ou não, é assunto que outros deverão estudar e esclarecer. Disso, nada sei. Agora, politicamente, é criminosa a utilização de meios públicos (orçamento regional) para, sob a capa do contraponto político, manter um órgão de claríssima propaganda. Essa atitude criminosa, porque desvia meios financeiros de sectores prioritários para um de interesse de um grupo político restrito, deverá ser julgada no dia em que todos somos chamados a votar. O que Jardim e os seus comparsas fazem é um "crime" político pelo que as suas palavras não encontram qualquer justificação. Deduz-se, portanto, que Jardim continua a desejar o poder como pão para a boca, eu diria que é a sua "droga" cujos efeitos só se atenuam com doses acrescidas de poder. O JM é a droga deste poder.
Disse o presidente do governo regional da Madeira: "Eu entendo que, pelo menos, deve haver sempre dois jornais diários na Madeira e que os governos devem fazer todo o possível para que eles continuem" (...) "Só não apoia o outro porque o governo sentiu-se alvo até de ataques pessoais e de mentiras que são autênticas canalhadas". Defendeu, ainda, que o apoio anual de mais de quatro milhões de euros ao Jornal da Madeira não é politizar a imprensa, mas sim garantir a pluralidade. "Se não existisse o Jornal da Madeira e existisse apenas o jornal do capitalismo inglês dos últimos dois séculos, nós tínhamos a opinião pública viciada".
Jardim continua a pensar que os madeirenses são todos uns parolos, vilões no sentido mais depreciativo do termo, gente que apenas come e cala ou uns estruturais ignorantes, pelo que não conseguem decifrar o significado do JM no contexto da engrenagem e dos seus próprios objectivos políticos. Ora, quem deve construir a pluralidade da opinião não é, em circunstância alguma, o governo, mas o mercado, as empresas que se constituem e que arriscam. Os critérios editoriais não pertencem aos governos, mesmo que legitimamente eleitos, mas às empresas que, livremente, se constituem. Não constitui, por isso, vocação de um governo ser dono de um órgão de comunicação social, para dele fazer a sua própria campanha, a defesa da sua orientação política, ali injectando milhões que tanta fazem falta a outros sectores considerados prioritários. E sendo assim, ou a Diocese, originalmente proprietária do título, assume essa responsabilidade sem um único cêntimo proveniente do orçamento regional, ou os barões do PSD, aqueles que muito ganharam com a Autonomia, conjugam esforços, adquirem o título e dão corda aos sapatos para, diariamente, publicarem o JM no quadro das regras de mercado. Pouco ou mesmo nada ralado estou que o critério editorial seja o mesmo, não aceito é que tenhamos de pagar dos nossos impostos um órgão pertença de um governo que, circunstancialmente, governa a Região. Os eventuais apoios às empresas estão definidos em lei, nunca, porém, para a defesa de um qualquer critério editorial.
Se, juridicamente, é passível de ser considerado crime ou não, é assunto que outros deverão estudar e esclarecer. Disso, nada sei. Agora, politicamente, é criminosa a utilização de meios públicos (orçamento regional) para, sob a capa do contraponto político, manter um órgão de claríssima propaganda. Essa atitude criminosa, porque desvia meios financeiros de sectores prioritários para um de interesse de um grupo político restrito, deverá ser julgada no dia em que todos somos chamados a votar. O que Jardim e os seus comparsas fazem é um "crime" político pelo que as suas palavras não encontram qualquer justificação. Deduz-se, portanto, que Jardim continua a desejar o poder como pão para a boca, eu diria que é a sua "droga" cujos efeitos só se atenuam com doses acrescidas de poder. O JM é a sua droga.
Ilustração: Google Imagens.
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