A recente demissão do Ministro Miguel Macedo, na sequência do caso "Vistos Gold", veio, uma vez mais, colocar a nu a podridão que grassa na vida política e entre altos quadros do Estado. É evidente que o processo ainda se encontra em fase de interrogatório aos alegadamente envolvidos, pelo que nenhum deve ser julgado na praça pública sem a conveniente prova da corrupção. Mas só o facto de haver quadros sujeitos a um primeiro interrogatório já é motivo bastante para preocupação.
São muitos os casos que vamos tomando conhecimento e isso gera um sentimento de desconforto, quando, por um lado, o Estado, legalmente, "rouba" os cidadãos através de uma sufocante bateria de impostos, taxas, redução salarial e/ou de aposentações, para além da diminuição dos direitos sociais e, por outro, crescem as fortunas mal explicadas. Os milionários crescem em Portugal como cogumelos apesar da austeridade. "Só nos últimos dois anos Portugal criou 28% dos seus milionários - indivíduos com mais de um milhão de dólares de riqueza líquida, ou seja, activos financeiros mais activos imobiliários menos dívida. (...) Existem actualmente 75.903 milionários em Portugal, mais 10.777 do que no ano anterior" (Económico). A pergunta que, legitimamente, se pode fazer, como é que isto é possível, quando os constrangimentos, mesmo os empresariais, são significativos?
Torna-se prioritária e imperiosa uma limpeza de alto a baixo!
Ilustração: Google Imagens.
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