"Foge aos debates, insulta quem odeia, adultera números, mente compulsivamente, espatifa milhões, esbanja oportunidades, acumula disparates, favorece a mediocridade, sustenta vícios, fabrica boatos e desregula o mercado. Esta é, em síntese, a imagem de marca do executivo madeirense, por muito que lhe custe e que por isso coloque os escribas de serviço e os tachistas de circunstância a produzir propaganda e a tentar desesperadamente branquear asneiras. Como se fosse possível fingir que a Região não tem líder, nem rumo. O governo regional não resolve nada de essencial, nem tem tino. É basicamente folclórico, porque entretido com inaugurações e homenagens, estátuas e mostras, louvores e diversões. Reúne em silêncio para ouvir só um falar e atribuir votos. Aliena ao desbarato e não trata com carinho o que lhe dá sustento. Não tem margem negocial, nem crebibilidade externa.
DEMITAM-SE. A Região já não os suporta. |
É um governo desleixado, exuberante na construção mas descuidado na manutenção, refém da lógica de ‘remendo novo em pano velho’. Remendos num hospital que já custaram mais de 50 milhões de euros desde que o poder teimoso e desonesto abandonou a ideia de construir um novo, fortuna que dava para a estrutura básica de um hospital de raiz. Remendos tapados com panos brancos nas estradas do Campanário ou que obrigam a paragens frequentes nos túneis da ViaExpresso entre São Vicente e Porto Moniz, com a concessionária a ignorar pedidos de esclarecimento.
É um governo mergulhado em contradições políticas, que vai à Assembleia Legislativa acenar com a retoma da economia e rigor das contas públicas, mas que na vida real, permite que 37 utentes internados num Centro de Saúde fiquem três dias sem gás e que o Tribunal de Contas, sem mãos a medir, recomende quase todas semanas a cobrança urgente de calotes, as reposições de verbas e a seriedade na gestão da coisa pública.
É um governo permissivo, incapaz de fazer cumprir a lei e, pior, de gerar bons exemplos. Bem pelo contrário. É à conta do deixa andar que junto ao complexo do União uma construtora avançou com as obras sem autorização dos donos dos terrenos ou que um empreendimento composto por casas de luxo estivesse a ser abastecido por uma conduta de água ilegal, privilégio que durou no mínimo dois anos.
É um governo pedinte, para assim poder exibir como suas conquistas que resultam do colossal sacrifício dos madeirenses. Vale tudo, desde o perdão de juros aos concursos armadilhados, da promiscuidade entre a política e os negócios às obras pagas a dobrar, da dívida oculta aos mandatos inconsequentes.
Temos um governo transformado num miserável parque de diversões, cúmplice de ‘palhaçadas’ e mentor de fraudes. Onde anda o Representante da República?"
NOTA:
Um texto do Jornalista Ricardo Oliveira, Director do DN-Madeira, publicado na edição de hoje do DN.
Ilustração: Google Imagens.
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