Respeito, totalmente, todos aqueles que consideram notável a obra hoje inaugurada. O "aterro" deu lugar a um espaço moderno e de circulação das pessoas. Repito, respeito quem olha para esse espaço e, hoje, bate palmas. Não é a minha posição. Ao longo do tempo, desde há três, quatro anos, que tenho seguido as posições técnicas e científicas de muitos observadores que se debruçaram sobre esta obra e não bastasse isso, transporto um posicionamento de total respeito pela natureza e pelo ímpar recorte da baía do Funchal. Preferia, portanto, que o governo tivesse tido em conta as inúmeras chamadas de atenção e que não tivesse cedido ao alegadamente mais fácil. E tanto assim é que, curiosamente, já falam na indispensabilidade do prolongamento da Pontinha em 400 metros, exactamente para protecção do que agora foi inaugurado.
Politicamente, por múltiplas razões, considero um desaforo do presidente do governo falar de “um acto (inaugural) de esperança”, “símbolo de esperança” esta dita "Praça do Povo" para que todos deixem de se "mortificar" sobre a vida que levam. Como se as pessoas pudessem viver do ar e da imagem bonitinha de um espaço. Tudo isto tem muito que se lhe diga, eu sei, mas oxalá que a natureza seja "amiga" e que nunca ali aconteça um Lugar de Baixo de triste memória, cuja responsabilidade pertence ao vice-presidente João Cunha e Silva. Natureza amiga também a montante e que o 20 de Fevereiro de 2010 nunca se repita. Mas sei que a História não é assim que narra.
Ilustração: Google Imagens.
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