FACTO
Pedro Passos Coelho acusou o Governo de deixar "à míngua" os serviços de saúde. "(...) Não vemos como é que é possível manter o Serviço Nacional de Saúde assim nos próximos quatro anos" (...) "se se mantiver uma lógica de usar a margem de manobra para fazer política populista e demagógica e depois deixar os serviços à míngua", a deterioração da qualidade "será muito grave".
PERGUNTAS
E COMENTÁRIO
Alguém se esquece dos anos de duríssima austeridade imposta, e que hoje se prova que teria sido possível um outro caminho? E que essa austeridade gerou pobreza e graves dificuldades no Sistema Nacional de Saúde, com médicos, enfermeiros, restante pessoal de saúde e utentes a se queixarem? Alguém se esquecerá que a tendência desses anos assentava no desmantelamento do SNS, transferindo, paulatinamente, para os privados, esta responsabilidade e direito Constitucional? Alguém pode merecer respeito quando foi responsável por anos de emigração forçada de centenas de profissionais de saúde? Será admissível, perante quatro anos de penúria em todos os sectores, um ex-primeiro-ministro falar de "míngua"?
É óbvio que existem lacunas muito sérias e algumas graves em todos os sistemas. O SNS é um deles. Que levará anos a corrigir seja qual for o governo. Mas perde a razão quem foi responsável pelos cortes cegos, hoje, falar de deterioração da qualidade deixando-o "à míngua".
Nota
Sobre a "sequência de atrocidades inúteis" referiu-se Voltaire (1694/1778) há mais de trezentos anos. PPC a elas regressou!
Ilustração: Google Imagens.
Sem comentários:
Enviar um comentário