Escrevo com a liberdade de pensamento que me assiste. Entendo que respeitar a democracia é uma coisa, reflectir sobre o futuro é outra. E essa leitura posso e devo fazê-la. É-me legítima. Os militantes do PS-Madeira votaram no senhor Emanuel Câmara. Fizeram a sua escolha. Está feita e ponto final. Diferente da minha. Oxalá esteja eu completamente enganado, mas estes resultados, infelizmente, não auguram nada de bom. Continuo a defender que o político mais bem preparado para governar foi, internamente, preterido. A Madeira precisava de um político de qualidade no sentido do pleno domínio de todos os dossiês da governação, coisa que, obviamente, não se aprende de um dia para o outro, nem com blá, blá, sobretudo no concernente a dossiês determinantes, caso concreto, da Economia e Finanças, verdadeiro calcanhar de Aquiles da Região. Fazer projectos no papel, estou a falar da elaboração de "moções" é uma coisa, possuir inteligência política para os implementar é outra. Aliás, os vencedores sabem-no bem, que o exercício da política séria e consequente não se consegue, apenas, com largos sorrisos e "soundbytes" de circunstância.
Não quero saber das razões mais substantivas, das maquiavelices ou da opacidade de todo o percurso que, aliás, foi público e notório. Há muito que é assim, que o subterrâneo funciona. Foram perceptíveis algumas passagens na comunicação social. Percebeu-se que houve e que há "costa's" largas neste processo e, como hei-de dizer, bicicletas todo o terreno, de marca BT(T) a funcionar de acordo com inegáveis interesses pessoais e até com pontinhas de vingança relativamente a etapas anteriores. Mas isso é passado. De que vale chorar sobre o leite derramado, questiono-me. Porém, não esqueço as históricas habilidades no bas-fond. Fala-se, agora, de uma tal estratégia ganhadora e que, doravante, isto será sempre a abrir! Oxalá não fique a restar a continuidade dos estratagemas. Por aí será muito difícil atingir seja que objectivo for. É preciso qualidade, muita qualidade técnica e política para marcar a diferença. E a propósito, enaltece a edição de hoje do DN-Madeira: Carlos Pereira "fez crescer o PS-Madeira e deu-lhe credibilidade. E tanto assim foi que tornou a liderança apetecida. Perdeu mas deixa a fasquia alta (...)".
Quem, um dia, se predispuser a fazer a História, do Surdo à Alfândega, certamente que terá de escrever sobre acções ardilosas e armadilhadas que agora atingiu o seu apogeu. Não tenho paciência para chafurdar nas maquiavelices, mas preocupa-me o futuro. O meu Amigo Arquitecto Luís Vilhena escreveu que nas recentes eleições ficou claro que "o PS Madeira não estava preparado para o Carlos. E apesar de todos reconhecerem a sua competência, era-lhes muito difícil engolir isso". Eu penso que sim. Essa foi a posição de toque à qual se juntou a luta pela continuidade de um emprego na política. Por conseguinte, qual estratégia!
Seja como for, depois desta vitória do senhor Emanuel Câmara, bom seria que mudasse de opinião (penso, também, que é tarde) apresentando-se, em 2019, com a tal estratégia ganhadora, como cabeça de lista e candidato a presidente do governo. E que o Dr. Paulo Cafôfo regressasse à sua predisposição inicial, isto é, a de governar a cidade do Funchal, o melhor possível, até ao final do mandato, com possibilidades de renovar o mandato. Diz o provérbio "quem tudo quer, tudo perde". E a tal "estratégia" pode conduzir a dois pássaros a voar. Cuidado.
Jamais voltarei a escrever sobre este tema. Se, em Outubro de 2019, não tiver razão, oxalá não tenha, obviamente, que aqui virei exultar a vitória do meu partido político. Para já, com toda a minha sinceridade, deixei aqui o que penso. Que sejam felizes!
Ilustração: Google Imagens.
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