Nunca gostei da trapaça, dos interesseiros jogos de bastidores, dos senhores que estão e não estão, da contagem de espingardas no bas-fond politiqueiro e nunca apreciei quem, da política, faz um emprego para a vida. O exercício da política constitui um serviço público à comunidade. É assim que o interpreto. A defesa das convicções ideológicas devem reger-se por princípios e por valores de acordo com o documento base orientador do partido. Quem o fere, ou por engano lá entrou sem o ler, resta-lhe sair. Mover a guerrilha, não. Por isso, tal como tantos, enquanto me senti útil e quis, servi e não me servi. Dos momentos menos bons, e foram muitos, não guardo qualquer mágoa. Vivi um tempo, envolvi-me, até que chegou o momento de dizer, que o meu tempo se tinha esgotado. Era a vez de outros entrarem na nau e de navegarem, mas atenção, através de instrumentos e não pelas estrelas.
Ora, trabalhei com o Deputado Carlos Pereira. Ele foi vice-presidente de um grupo parlamentar que tive a honra de liderar. Apreciei a sua argúcia, a sua inteligência, a sua forma honesta de estar, a sua capacidade de estudo, a forma como enfrentou, com números, a colossal dívida da Região na ordem dos seis mil milhões, quando o partido do poder negava; acompanhei a sua sagacidade política, a sua capacidade de reagir, quase automaticamente, aos problemas resultantes dos vários dossiês, com argumentos sustentados e inatacáveis; vivi a eloquência do seu discurso político em várias sessões na Assembleia Legislativa da Madeira; ajudei na revisão do seu singular e espantoso livro A Herança, que ajudou a compreender as causas do descalabro das finanças públicas regionais; tenho ainda presente os sons dos ataques miseráveis que lhe foram sucessivamente feitos e guardo os gestos de total solidariedade em vários momentos. Dirão, alguns, mas serão tudo virtudes? Obviamente que não. Todos nós, humanos, temos, em um dos pratos da balança, aquilo que contra nós pesa. Pessoalmente, não vejo por onde pegar, mas aceito que outras sensibilidades apontem o dedo indicador, muitas vezes esquecendo-se que, quando fecham a mão, apontando, pelo menos três dedos apontam contra si próprios.
Por aquilo que penso e por aquilo que apreciei na luta política com o Deputado Carlos Pereira resta-me apoiá-lo sem qualquer reserva. Com o respeito que nutro por tantos nas várias bancadas do parlamento, do passado ao presente, inclusive, alguns por quem tenho respeito e consideração pessoal, o Dr. Carlos Pereira, para mim, é o mais bem preparado para liderar um partido que deseje ser poder na Região. Como ele, não existe, na nova geração de políticos, alguém capaz de assumir um alto cargo de responsabilidade governativa. Ao contrário de outros que governam, Carlos Pereira está preparado do ponto de vista da economia, das finanças, da política geral, mas também pelos valores que defende para uma sociedade mais justa. O seu currículo é vasto e não se esgota na formação académica e na participação política. Conhece as dificuldades de ser empresário, foi secretário-geral da ACIF, não é Homem de jogos e de trapaça política. Com ele o PS-Madeira cresceu eleitoralmente, portanto, a leitura que dessa onda faço é que o povo está atento e sabe que ele pode vir a ser o próximo presidente do governo regional, quebrando quarenta anos consecutivos de uma só cor na governação.
Por tudo isto e muito mais, voto CARLOS PEREIRA.
Ilustração: Google Imagens.
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