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segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Oh PS... não resvales!


Duas notas que evidenciam a minha dificuldade em perceber a atitude do Partido Socialista: primeira, o voto favorável a Christine Lagarde para presidir ao Banco Central Europeu; segunda, a não ratificação escrita de um acordo com o Bloco de Esquerda para a presente de Legislatura.


No primeiro caso, fico com a ideia que os socialistas esqueceram, rapidamente, a forma como Christine Lagarde actuou no caso da assistência financeira a Portugal no âmbito da Troika. Foi demasiado evidente que a "receita" aplicada, historicamente baseada em uma severa austeridade, não fazia sentido, o que mais tarde veio a provar-se. O seu passado, inequivocamente explicado no "The Daily Telegraph" e transcrito no Courrier Internacional de Setembro último, demonstra o fracasso da sua perversa orientação política ao serviço da sua matriz política. Durante todo esse tempo, o que me pareceu espantoso, foram as constantes e desnorteadas alterações discursivas da citada Senhora, terminando com um elogio às políticas dos últimos quatro anos, no caso português, influenciadas por partidos à esquerda. Mas mesmo assim esqueceram-se e a Lagarde concederam o benefício da dúvida. Esquisito, muito esquisito, mesmo considerando que o PS integra um grupo no Parlamento e existem concessões, sublinho, face às quais não me revejo. O exercício da política não pode ser um "toma lá dá cá".
No segundo caso, não tendo maioria na Assembleia da República, em nome de alguma estabilidade, é inexplicável um não acordo escrito com o Bloco de Esquerda para toda a Legislatura. O PCP, pelo que deduzi, desde início colocou muitas reservas, o que não aconteceu com o BE, partido exigente, é certo, mas dialogante, aberto e que poderia constituir a base de segurança para uma Legislatura sem grandes sobressaltos. O que irá acontecer nos debates dos próximos orçamentos de Estado poderá  ser muito complicado que, porventura, seria atenuado com negociações prévias.
Oh PS... não resvales! A direita já está ocupada e nessa área ideológica há quem saiba fazer melhor.
Ilustração: Google Imagens.

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