A saúde, em todas as suas vertentes, a educação, da qual dependemos para um futuro melhor e a política de ambiente, aquela política central que não pode ser desligada do ordenamento do território (Thomas Dellinger teve o engenho de situar o problema no planeamento), repito, constituíram uma opção certa na construção de um novo poder político na Região. Há quem faça painéis, com uma avalancha de representantes do regime a repetir paleio que todos conhecem. Neste Congresso, em uma hora, três intervenientes diagnosticaram os problemas e apontaram caminhos.
Está em curso o XV Congresso do PS-Madeira. Esta manhã assisti à cerimónia de abertura dos trabalhos. Uma cerimónia que a organização entendeu dar um figurino diferente, convidando três personalidades da sociedade madeirense para abordarem outros tantos sectores de relevante importância: a saúde, o ambiente e a educação. Tratou-se de uma excelente opção que cativou toda a assembleia que assistiu, em silêncio, aos conteúdos técnicos e políticos, através de vozes que vem da sociedade. Todas as intervenções arrancaram aplausos, porque os convidados, respectivamente, Dr. João Bosco, Professor Doutor Thomas Dellinger e Dr. Paulo Cafôfo, de forma muito directa e sucinta, tocaram nos assuntos que verdadeiramente preocupam e porque souberam alinhar o rol de respostas que terão de ser dadas no plano político. Este momento, do meu ponto de vista, ficará a marcar o primeiro dia de trabalhos, simplesmente porque é por aí que o PS marcará a diferença na afirmação política e pública de uma necessária alternativa. Isto não quer dizer que um Congresso não deva servir para escutar a opinião dos militantes. Não é isso. Aliás, ao longo desta tarde, na esteira da apresentação das moções, os militantes terão direito a dizer o que lhes vai na alma. Mas, para além das questões meramente internas, dirimidas com fervor, porque também são de desabafo, aquela opção de audição sobre os sectores determinantes da nossa sociedade, afigurou-se-me como uma estratégia muito bem conseguida. A saúde, em todas as suas vertentes, a educação, da qual dependemos para um futuro melhor e a política de ambiente, aquela política central que não pode ser desligada do ordenamento do território (Thomas Dellinger teve o engenho de situar o problema no planeamento), repito, constituíram uma opção certa na construção de um novo poder político na Região. Há quem faça painéis, com uma avalancha de representantes do regime a repetir paleio que todos conhecem. Neste Congresso, em uma hora, três intervenientes diagnosticaram os problemas e apontaram caminhos.
O PS-M tem um novo líder, Victor Freitas. Faço votos para um mandato de sucesso. Esta abertura hoje demonstrada poderá ser o prenúncio de uma cada vez maior integração na sociedade. O caminho é duro, muito estreito, mas aliciante, até porque o PS-M é a única alternativa de poder na Região. Basta olhar para a normalidade dos resultados eleitorais desde 1976. Neste caso, político, eu diria que a excepção não subverte a regra histórica.
Uma palavra para o Dr. Jacinto Serrão. O mesmo que levou o PS-M a resultados fantásticos (três deputados na Assembleia da República, dezanove deputados na Assembleia Legislativa da Madeira, mais de 40% de votos em várias autarquias e um deputado europeu), face a várias situações da conjuntura nacional, não teve a sorte do seu lado. E, quando isso acontece, nada há a fazer. Aqui como lá, a mudança acabou por verificar-se. Porém, o seu posicionamento em matéria europeia, sobre as quais tem sido frontal (a sua Moção ao Congresso Nacional do PS foi esclarecedora), lança-o, certamente, para novos vôos políticos.
Neste Congresso que amanhã termina, rodeia-se de uma enorme expetativa a intervenção final do Secretário Geral, Dr. António José Seguro. É que a intervenção acontece em um momento de negociação do governo regional com o governo da república a propósito do acordo de ajustamento financeiro. Para além desta matéria de fulcral importância, é natural que o Secretário Geral aborde o actual quadro político nacional.
Ilustração: Google Imagens.
4 comentários:
Vamos ver se temos o PS dos 40% ou dos 11%.
Para já, é o dos 11% e terceiro da lista, com o Coelho aos calcanhares...
Obrigado pelo seu comentário.
Se é um madeirense livre e observador do buraco em que nos encontramos, lute, também, pelos interesses de todos os que aqui vivem. Certo, meu Caro Senhor, é que quem governa (PSD) já provou que está desfasado no tempo.
Até poderá ter razão. Mas o PS não é alternativa. Pela acção por cá (oposição) como pela acção (governativa) por lá. As amostras são tão más que infelizmente nem há folga para benefícios da dúvida.
Obrigado pelo seu comentário.
Não estou de acordo consigo. Diz-nos a História que não há insubstituíveis. A nossa terra já existe há 500 anos e os que se diziam (ou que, na actualidade fazem querer) insubstituíveis morreram!
Depois, basta estar atento ao que o PS tem proposto de forma tecnicamente sustentável. Ademais, quem repete e repete erros de governação não pode esperar, no futuro, senão os mesmos resultados de ontem.
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