FACTO
O dia 21 de Agosto é o Dia da Cidade do Funchal. Hoje, o governo regional, perante o programa apresentado, que não contempla qualquer intervenção por parte do governo na cerimónia comemorativa,, em comunicado, diz-se: "chocado" pelo "desrespeito institucional e das regras de sã convivência democrática", pelo facto da Câmara, tentar "amordaçar o governo" com "tiques de despotismo". Fonte: Dnotícias.
COMENTÁRIO
Nunca aceitei que, nos dias das cidades da região e dias dos concelhos, um representante do governo tivesse o direito quase "obrigatório" de usar da palavra.
Neste caso, o dia é da cidade do Funchal e, por isso, têm direito à palavra, o presidente da Assembleia Municipal (PSD), todos os representantes das forças políticas representadas na Assembleia e, naturalmente, o Presidente da Câmara Municipal. Nada mais. Do meu ponto de vista, o dia do concelho ou da cidade, não deve servir para ajustes de contas entre os dois patamares da política. Para falar da cidade, dos aspectos positivos e negativos, estão lá os partidos políticos, o presidente da Assembleia e o Presidente da Câmara.
O que me espanta é uma ausência de memória relativamente ao que se passou durante mais de 30 anos no Funchal, no decorrer dos quais, os vários partidos com representação municipal, foram, sucessivamente, impedidos de afirmar as suas preocupações. O direito à palavra era apenas do Presidente da Assembleia Municipal (PSD), do Presidente da Câmara (PSD) e do Presidente do Governo (PSD).
Ora bem, o senhor vice-presidente do governo tem o direito de ter a sua opinião, da mesma forma que eu, enquanto mero cidadão, tenho a minha. Ele considera que o governo deveria ter espaço para falar; eu considero que não. A democracia é isto mesmo, é a possibilidade de opiniões divergentes.
O que ele não pode, deliberadamente, ocultar, é o facto do partido que politicamente serve, ter usado e abusado das suas maiorias absolutas para impor o silêncio de outros. Aí sim, parece-me ter existido motivos para outros se sentirem "chocados" pelo "desrespeito institucional e das regras de sã convivência democrática", por cuja decisão da Câmara, "amordaçar" a oposição" com "tiques de despotismo".
Mas que fique claro, apesar do meu posicionamento, por mim, tanto se me dá que falem ou deixem de falar. A questão que coloco é a de princípio e de respeito pela autonomia do poder local.
Ilustração: Google Imagens.
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