Quase diariamente lê-se por aí que este, aquele e aqueloutro estão a preparar o programa do candidato a, b, c, d, e, f (ena, tantos!) que, por sua vez, estão a reunir milhentos contributos de outras figuras da sociedade, ditas especialistas nisto e naquilo. E isto, desde figuras candidatas e que ainda são governantes, a outros com largo currículo pelos corredores do poder. Olho e fico a magicar, afinal, será que esta gente, omnipresente em todos os sectores, áreas e domínios desta terra, detentora da verdade absoluta, que castigou a oposição durante quase quarenta anos, dizendo pelos quatro cantos que não tinham e não eram alternativa política, será que esta gente, repito, não vê que apenas estão a confirmar que governaram à vista, face à necessidade de tais contributos de última hora? E para que serviram aqueles congressos, com pompa e circunstância, com painéis temáticos, com salas apinhadas e com convidados tidos como detentores de um conhecimento de excelência, desde médicos, enfermeiros a professores, de economistas a financeiros, de docentes universitários a juristas, de engenheiros a arquitectos, eu sei lá quantos, na expressão, de humor e sarcasmo, do falecido jornalista Alfredo Farinha (A Bola, jornal que o ainda presidente não gosta), quantos "paineleiros" passaram por esses concorridos encontros que se destinavam a projectar a Madeira do futuro? Quantos contribuíram com documentos e intervenções aplaudidas de pé? Prova-se, agora, não bastasse a própria práxis política do governo, que tudo aquilo foi um logro, um embuste, uma forma ardilosa de enganar o povo através de manifestações que se destinavam a enfeitar os congressos, mas que jazem nos arquivos da Rua dos Netos.
Para que serviram estes encontros? |
Pelo meio surgem os "imaculados" da "Autonomia XXI.4", com velhos contributos para animar as hostes e fazerem passar a ideia que são portadores da "boa nova". Não descansam na arte de enganar, pois partem do princípio que todos têm ou são de memória curta. É evidente que todos os programas devem beneficiar de uma actualização, até na sequência do que a prática vai ditando. Todavia, não é o caso. Os que governam, há dezenas anos, e são candidatos, transmitem a ideia que nem acreditam naquilo que o seu "chefe" determina. Os outros, sabem ao que vêm e, portanto, assumem que estas manobras políticas constituem o foguetório que alimenta a presença na comunicação social. E assim "lá vamos, cantando e rindo, levados, levados (...)", digo eu, e de que maneira! Palhaçada política.
Ilustração: Google Imagens.
Sem comentários:
Enviar um comentário