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In AbrilAbril,
19/04/2022
Imagem do filme de Stanley Kubrick, Dr. Strangelove (1964)
Nem tudo é o que parece, e nem tudo tem o resultado que diz ter. A petição assinada, entre muitos, pelos economistas Thomas Piketty e Joshep Stiegliz, apelando para que seja criado um registo mundial dos bens, a propósito da opacidade existente nas fortunas dos oligarcas russos, vai muito além do que é dito. «O caso dos oligarcas russos fala por si» na ocultação de fortunas dentro de estruturas opacas, dizem os economistas, numa carta publicada hoje no diário britânico The Guardian e dirigida aos líderes do G20.
Os oligarcas russos detêm «pelo menos mil milhões de dólares de riqueza no estrangeiro», segundo estimativas incluídas na carta, assinada pelos franceses Thomas Piketty e Gabriel Zucman, bem como pelo prémio Nobel norte-americano Joseph Stiglitz, todos membros do grupo de reflexão Comissão Independente para a Reforma Fiscal das Empresas Internacionais.
Estas fortunas estão frequentemente escondidas «em empresas offshore cujos verdadeiros proprietários são difíceis de determinar», afirmam, acrescentando que «é precisamente este muro de opacidade que os esforços dos países que os pretendem castigar estão agora a enfrentar».
Um registo mundial de bens permitiria não só saber para onde fugiu o dinheiro dos oligarcas, mas também impedir a evasão fiscal de grande parte dos capitalistas e especuladores financeiros que desviam dinheiro dos seus respectivos países.
As sanções servem para alguma coisa?
Muitos comentadores garantem que as sanções à Rússia estão a ter um forte efeito na economia desse país e que o seu objectivo é forçar o governo de Moscovo a parar a sua acção militar na Ucrânia. Mas serão esses os principais efeitos que vão ter?
«Para ser viável, o embargo total ao comércio com a Rússia teria de resultar numa enorme contracção da economia russa, sem que os custos para a economia da União Europeia (UE) fossem significativos. Ora, não é esse o caso. Para reduzir um euro de PIB da Rússia a UE tem de estar disposta a sacrificar vários euros de actividade económica "doméstica", porque a economia da UE (de cerca de 14,4 mil milhões de euros em 2021) tem mais a perder porque é muito mais rica e de muito maior dimensão do que a economia da Rússia (de cerca de 1,5 mil milhões de euros, à cotação do rublo no final de 2021). Por exemplo, se, em resultado das sanções económicas, em 2022, o PIB real da UE e da Rússia caísse 3% e 20%, respectivamente, a queda do PIB da UE (em euros de 2021) seria cerca 44% superior à queda do PIB da Rússia (em rublos e à taxa de câmbio de 2021). Ou seja, mesmo com um impacto das sanções proporcionalmente muito superior para a Rússia, as perdas globais na actividade económica para a UE seriam significativamente superiores às que seriam registadas pela Rússia. Além disso, as reacções populares ao aumento da inflação e do desemprego serão provavelmente mais difíceis de gerir politicamente nas democracias ocidentais», escreve o economista Ricardo Cabral, no jornal Público.
Para além disso, é quase impossível que a queda do PIB da Rússia seja tão drástica como ambicionado pelo Ocidente, porque «a China e a maior parte dos países do mundo não irão aplicar sanções económicas à Rússia. A Rússia registou um excedente externo de 190 mil milhões de dólares em 2021, muito superior, por conseguinte, ao valor das exportações de petróleo e gás natural da Rússia para a UE, que foram de cerca de 99 mil milhões de euros em 2020. Mesmo que a UE deixasse de importar petróleo e gás natural da Rússia, a Rússia continuaria com excedente externo, o que lhe permitiria estabilizar a cotação do rublo e continuar a financiar as importações que a sua economia necessita, adquirindo-as a fornecedores de outros países», acrescenta esse economista.
Finalmente, as sanções podem ter efeitos não previstos na economia mundial tal como a conhecemos, que podem rebentar nas mãos daqueles que as decretaram. Comecemos por analisar o que está em causa neste conflito, para além daquilo que é óbvio.
Os pais da invasão e das sanções
A invasão da Ucrânia pela Rússia foi desejada, por muitos, para além do presidente russo, Vladimir Putin. Nos relatórios da RAND Corporation, uma instituição que trabalha para o governo dos Estados Unidos da América (EUA) defendia-se a vantagem de empurrar os dois países de Leste para uma guerra que desgastasse a Rússia, e que tivesse como consequência o corte das importações de gás russo pelos países da UE, que seria substituído por gás de xisto norte-americano, três vezes mais caro e mais poluente.
Até agora, os ganhos dessa estratégia da Casa Branca são notáveis: unificação dos países da NAT, sobre a batuta da administração de Joe Biden, suspensão do gasoduto Nord Stream 2, e o enfraquecimento internacional da Rússia.
O plano da administração de Biden que apostou numa guerra convencional limitada entre a Rússia e a Ucrânia era há muito conhecido.
No relatório «Extending Russia», da RAND Corporation, encomendado pelo governo e o exército dos EUA, traça-se, nas suas páginas, uma estratégia de confronto crescente:
«As medidas mais promissoras para desgastar a Rússia são as de abordar directamente as vulnerabilidades, ansiedades, e pontos fortes, explorando áreas de fraqueza.»
«Continuar a expandir a produção de energia dos EUA sob todas as formas, incluindo as energias renováveis, e encorajar outros países a fazer o mesmo, irá maximizar a pressão sobre as receitas de exportação russas e, por conseguinte, sobre as receitas nacionais e orçamentos de defesa».
«O aumento das armas dos EUA e o aconselhamento ao exército ucraniano é a mais viável das alternativas geopolíticas consideradas, mas qualquer esforço deste tipo teria de ser cuidadosamente calibrado para evitar um conflito generalizado.»
«Como já foi mencionado, todas as medidas para confrontar a Rússia incorrem em cerca de grau de risco. Por isso, a melhoria da postura de dissuasão dos EUA na Europa e o aumento das capacidades militares dos EUA têm de ir de mãos dadas com qualquer movimento para pressionar a Rússia, como uma forma de cobertura contra a possibilidade de as tensões com a Rússia se agravarem em conflito.»
Em causa o privilégio exorbitante dos EUA
Depois de a guerra começar, o problema de tal estratégia é que ela se pode voltar contra quem desejou e preparou este conflito. As sanções podem implodir a ordem monetária existente, baseada no dólar, e em menor peso no euro, como reservas mundiais de valor. Se isso acontecer, os EUA perderão o «privilégio exorbitante» de poder ter uma espécie de poder de Midas de criar valor. Os riscos da perda desse privilégio, que se calcula que dá uma substancial vantagem económica e permite os EUA endividarem-se quase sem risco, pode levar o mundo a um conflito nuclear.
O antigo funcionário da Reserva Federal e do Departamento do Tesouro dos EUA, agora estratega do banco Credit Suisse (CS), Zoltan Pozsar, escreveu que os EUA se encontram numa crise de mercadorias que está a dar origem a uma nova ordem monetária mundial que acabará por enfraquecer o actual sistema baseado no dólar e conduzir a uma inflação mais elevada no Ocidente.
«Esta crise não tem paralelo com nada que tenhamos visto desde que o Presidente [Richard] Nixon tirou o dólar americano do ouro em 1971», escreveu Pozsar.
Negociado por 44 países, quando a Segunda Guerra Mundial estava a terminar, o acordo de Bretton Woods (nomeado pelo local da conferência em Bretton Woods, New Hampshire) fixou o ouro como base para o dólar americano, com outras moedas então fixadas no dólar americano. Esta estrutura começou a desgastar-se nos anos 60 à medida que os défices comerciais dos EUA se tornaram demasiado grandes para serem ignorados, e desmoronou-se completamente em 1971, quando os EUA abandonaram a ligação entre o dólar e o ouro.
Como a era inicial de Bretton Woods (1944-1971) foi apoiada por ouro, e Bretton Woods II (1971-presente) apoiada por «dinheiro interno» (essencialmente papel do governo dos EUA), disse Pozsar, Bretton Woods III será apoiada por «dinheiro externo» (ouro e outras mercadorias).
Pozsar marca o fim do actual regime monetário no dia em que as nações do G7 apreenderam as reservas cambiais da Rússia após a invasão da Ucrânia por este país. O que antes se pensava ser sem risco tornou-se com risco, uma vez que ficou claro que essas reservas não são seguras e podem ser confiscadas sempre que os ocidentais assim o quiserem.
É visível que esta guerra é vista como um balão de ensaio no seu conflito mais importante dos EUA com a China. O problema é que a acção da UE e dos EUA acaba por reforçar a parte da identidade asiática da Rússia e fazer com que ela se alinhe, de uma forma económica e política, com a China. Num tempo em que o desenvolvimento mundial tende a ter como pólo fundamental a Ásia, esse alinhamento do maior país do mundo com as maiores reservas de matérias-primas do planeta fragiliza ainda mais o domínio global do imperialismo norte-americano.
Durante mais de uma geração, os diplomatas americanos mais proeminentes alertaram para o que pensavam representar a derradeira ameaça externa: uma aliança da Rússia e da China dominando a Eurásia. As sanções económicas e o confronto militar da América estão a conduzir outros países para a sua órbita eurasiática emergente.
Esperava-se que o poder económico e financeiro americano evitasse esse destino. Durante o meio século desde que os Estados Unidos saíram do ouro em 1971, os bancos centrais mundiais operaram segundo o Padrão do Dólar, mantendo as suas reservas monetárias internacionais sob a forma de títulos do Tesouro dos EUA, depósitos bancários dos EUA e acções e obrigações americanas. O padrão que permitiu à América financiar as suas despesas militares estrangeiras e a aquisição de investimentos de outros países simplesmente através da «impressão» de dólares. Os défices da balança de pagamentos dos EUA acabam nos bancos centrais dos países com excedentes comerciais, como suas reservas, enquanto os devedores do Sul Global precisam de dólares para pagar a sua dívida externa e comprar produtos tecnológicos aos países desenvolvidos.
«Este privilégio monetário permitiu à diplomacia dos EUA impor políticas neoliberais ao resto do mundo, sem ter de usar muita força militar própria, excepto para garantir o petróleo do Médio Oriente», defende o economista Michael Hudson.
A recente escalada de sanções dos EUA que bloqueiam a Europa, Ásia e outros países do comércio e investimento com a Rússia, Irão e China impôs enormes custos de oportunidade – o custo das oportunidades perdidas – aos aliados dos EUA. E a recente confiscação do ouro e das reservas estrangeiras da Venezuela, Afeganistão e agora da Rússia pôs fim à ideia de que a detenção de reservas em dólares, libras esterlinas ou euros são um porto de investimento seguro quando as condições económicas mundiais se tornam instáveis.
Os diplomatas americanos escolheram acabar, eles próprios, com a dolarização internacional, enquanto ajudam a Rússia a construir os seus próprios meios de produção agrícola e industrial auto-suficientes. Este processo de fractura global já se arrasta há alguns anos, começando com as sanções que bloqueiam os aliados americanos da NATO e outros satélites económicos do comércio com a Rússia. Para a Rússia, estas sanções tiveram o mesmo efeito que as tarifas de protecção teriam tido.
As elites políticas e económicas da Rússia estavam demasiado encantadas com a ideologia do «mercado livre» para tomar medidas para proteger a sua própria agricultura ou indústria. Os Estados Unidos forneceram a ajuda necessária, impondo à Rússia a auto-suficiência interna (através de sanções).
A Rússia está a descobrir (ou está à beira de descobrir) que não precisa de dólares americanos como suporte para a taxa de câmbio do rublo. O seu banco central pode criar os rublos necessários para pagar os salários internos e financiar a formação de capital. As confiscações americanas podem assim levar finalmente a Rússia a acabar com a filosofia monetária neoliberal, como Sergei Glaziev tem vindo a defender há muito tempo a favor das MMT (Teoria Monetária Moderna).
Rumo a uma nova ordem monetária internacional?
A Rússia poderá ter deliberadamente sacrificado uma parte muito significativa das suas reservas internacionais para, com esse sacrifício, atingir o dólar.
«O congelamento de cerca de 300 mil milhões de dólares de reservas da Rússia em diversas divisas, entre as quais o dólar, parece demonstrar que os activos denominados em dólares apresentam elevado risco financeiro. Em particular, de ora em diante, os bancos centrais da generalidade dos países do mundo, nomeadamente dos países com grandes excedentes externos, estarão obrigados a considerar explicitamente o risco da aplicação de sanções às suas reservas em dólares e em euros e a diversificar essas reservas. Esse processo de diversificação de reservas levará a prazo à depreciação do dólar face a outras divisas internacionais, processo esse que se auto-alimenta com especuladores financeiros a anteciparem esse processo e a apostar contra o dólar», considera o economista Ricardo Cabral.
«Há muitas décadas que a Reserva Federal e o Tesouro lutam contra o regresso ao padrão de ouro, mantendo o papel do dólar nas reservas internacionais. Mas como irão a Índia e a Arábia Saudita encarar as suas reservas em dólares tentando forçá-los a seguir a "ordem baseada em regras" dos EUA, em vez do seu próprio interesse nacional? Os recentes ditames americanos deixaram poucas alternativas, a não ser começar a proteger a sua própria autonomia política através da conversão das suas participações em dólares e euros em ouro, como um activo livre de responsabilidade política de ser mantido refém das exigências cada vez mais dispendiosas e perturbadoras dos EUA», defende, por seu turno, o economista Michael Hudson.
É provável que a China veja uma oportunidade, literalmente, de ouro em se afastar do dólar americano.
A China está à procura de alternativas ao dólar americano como moeda de reserva, após as nações ocidentais terem congelado os activos estrangeiros do banco central da Rússia, disse à comunicação social Kenneth Rogoff, antigo economista chefe do FMI, a 1 de Março passado.
«É uma medida absolutamente radical tentar congelar os bens num grande banco central. É um momento de ruptura», afirmou Rogoff, professor na Universidade de Harvard.
«É uma coisa importante», acrescentou Rogoff. «Quer dizer, se quiserem olhar para o quadro a longo prazo do domínio do dólar na economia global, acreditem em mim, a China está a olhar para isto. Eles têm, não sei, três mil milhões de dólares em reservas.»
Segundo defende o economista Francisco Louçã no jornal Expresso, as sanções estão a atingir o processo de globalização financeira, tal como o conhecemos e arriscam-se a dividir a Terra em dois planetas financeiros separados.
«As sanções determinam mudanças estruturais no mapa dos poderes mundiais, ainda mais do que soluções emergenciais. O que elas atingem é a financeirização, o coração da globalização. É o caso de duas das principais medidas que foram adoptadas desde os primeiros dias do conflito: a aceitação pela UE da partilha da tutela legal do sistema Swift com as autoridades norte-americanas (o Swift é a “arma nuclear na finança”, dizia Le Maire, o ministro francês das Finanças) e a retenção das reservas da Rússia depositadas no ocidente (segundo o historiador Adam Tooze, “se reservas de um banco central de um país do G20, confiadas a outro banco central do G20, deixam de ser sacrossantas, nada o é no mundo financeiro”). Em ambos os casos, as medidas criam desconfiança acerca da circulação de capitais e da função do dólar e do euro. Doravante, nenhuma dessas moedas será um meio de circulação universal, posto que a estratégia das sanções é criar dois planetas financeiros separados».
Do nacionalismo como criador dos confrontos
A guerra serve também como multiplicador dos nacionalismos, o triunfo desta dinâmica ideológica em termos mundiais, torna o mundo mais perigoso e os conflitos inter-imperialistas mais prováveis. O nacionalismo e a guerra são receitas conhecidas para os poderosos deste mundo ultrapassarem crises políticas e económicas, manipulando as populações de forma a que sejam incapazes de verem quem as oprime e explora de facto.
Finalmente, o Ocidente, habituado ao seu domínio imperialista solitário, não percebeu uma questão evidente, o mundo não é constituído apenas pelos EUA, Europa e Japão. Mesmo na condenação, dita generalizada, na ONU da acção dos russos na Ucrânia, verifica-se que os países que representam mais de metade da população mundial se abstiveram ou votaram contra.
Como publica a revista The Economist, normalmente países como a China, Índia, Paquistão, África do Sul não têm votado favoravelmente as sanções à Rússia. No continente africano, cerca de metade dos países não tem sido favorável às sanções do Ocidente.
«Na África Austral, muitos países vêem a Rússia como o sucessor da União Soviética, que armou e treinou os exércitos guerrilheiros que combateram as potências coloniais e os regimes segregacionistas. Tal nostalgia explica em parte a guinada da África do Sul em direcção à Rússia durante a presidência de Jacob Zuma, de 2009 a 2018. Mas a relação da África do Sul com o Ocidente também foi tensa devido ao bombardeamento da Líbia. Em 2015, figuras proeminentes do Congresso Nacional Africano (ANC) publicaram um documento de política externa lamentando o colapso da União Soviética, porque tinha "alterado completamente o equilíbrio de forças a favor do imperialismo", ou seja, a América e o Ocidente», escreve o The Economist.
Este posicionamento não se fica pela Ásia e África. Em finais de Março, Sergei Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, afirmou que certos países «nunca aceitariam a aldeia global sob o comando do xerife americano». Referindo a Argentina, Brasil e México, entre outros, acrescentou: «Estes países não querem estar numa posição em que o Tio Sam lhes ordene que façam alguma coisa e eles dizem "Sim, senhor"».
Na contagem decrescente para uma guerra nuclear
Esta rápida transformação política e económica faz com que esta guerra na Ucrânia possa descarrilar num conflito global e atómico, dado os interesses em presença.
É pelo menos o que consideram Ted Postol, físico e especialista em armas nucleares, bem como professor emérito do MIT e comentador Robert Scheer na edição da Scheer Intelligence. Tendo leccionado na Universidade de Stanford e Princeton antes do seu tempo no MIT, Postol foi também conselheiro científico e político do chefe das operações navais e analista do Gabinete de Avaliação Tecnológica.
Postol toca todos os sinais de alarme imagináveis em relação à retórica crescente, tanto nos Estados Unidos como na Rússia, sobre armas nucleares. O professor do MIT afirma, em termos inequívocos, que embora não fosse de modo algum justificáveis os ataques da Rússia à Ucrânia, que tanto ele como Scheer descreveram como crimes de guerra, é imperativo considerar o papel da NATO na actual crise, a fim de compreender a ameaça nuclear. Explicando que os EUA devem aprender urgentemente com o passado e o presente, se quisermos evitar uma guerra nuclear no futuro a curto ou longo prazo, Postol lamenta a relutância dos líderes políticos e dos meios de comunicação social dos EUA em reflectirem sobre as acções do país.
«"Diga-nos, do que estamos a falar aqui?", pergunta Scheer ao seu convidado: "Estamos a falar de Hiroshima e Nagasaki para todas as cidades da América?"»
«Estamos a falar de um muro de fogo que envolve tudo à nossa volta à temperatura do centro do sol», adverte solenemente Postol.
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