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terça-feira, 1 de novembro de 2011

EM DEFESA DA VERDADE CONTRA A COMUNICAÇÃO SEM FUNDAMENTO


O PS tinha um programa de Governo (não uma lista de obras), apresentou uma equipa de governo, fez um esforço de quase meio milhão de documentos distribuídos e perdeu estrondosamente. Então, o que está por detrás da derrota? Pois, o tal senhor dos disparates, esquece-se dos 20.000 exemplares do JM distribuídos de borla, esquece-se das permanentes festas, do pêro à agro-pecuária, todas com palco pago com dinheiro público, esquece-se que o candidato do PSD não debate com ninguém os problemas e as propostas de solução, esquece-se da máquina que distribui cimento, areia, blocos, tinta e cabazes de géneros alimentícios, esquece-se da teia das casa do povo, juntas de freguesia e câmaras, esquece-se do estádio cultural em que nos encontramos, esquece-se da subsidiodependência, esquece-se da cumplicidade de uma parte da Igreja, cúmplice pelo seu silêncio, esquece-se de tudo e pimba fala de grupos económicos, de pessoas e da péssima estratégia.

Discutam os dois governos apresentados, ao nível da formação,
da capacidade e à luz do organograma para fazer face à crise.
Há para aí um sujeito que, semanalmente, deixa sair boca fora disparates em catadupa. Mente de forma descarada, inventa e afirma com um ar tão convincente que é muito capaz de conduzir as pessoas para uma realidade que só existe em tão "fenomenal" cabecinha.
A propósito das últimas eleições legislativas regionais, oiço que o grupo Blandy, um outro grupo hoteleiro e uma série de indivíduos, naturalmente, testas de ferro de tais grupos, tomaram de assalto o PS e impuseram uma candidatura. Na primeira vez que escutei semelhante disparate sorri e exclamei: ao ponto que este indivíduo chegou! Na segunda vez, confesso, achei demais. E antes que chegue à terceira, em defesa do PS e porque estive envolvido, entendo que devo escrever e esclarecer sobretudo tão imaginária cabecinha. Vamos por partes.
1. Grupos Económicos. É falso que o grupo económico Blandy se tivesse envolvido na candidatura do Dr. Maximiano Martins. A relação com o sector da comunicação social foi estritamente comercial. Aliás, e muito bem, o Dr. Jacinto Serrão, não sei precisar a data, mas logo no início do seu mandato, assumiu com o DN/TSF um determinado valor para realizar publicidade. Chegou a fazer um caderno que foi divulgado após o congresso. Aproveitando a verba que tinha sido contratualizada, o PS disponibilizou à candidatura a possibilidade de promoção do candidato e das propostas para um novo ciclo político. Foi assim que sairam várias páginas de publicidade, devidamente identificadas como tal e, na TSF, foi possível realizar idêntica promoção até à data da marcação das eleições por parte do Senhor Presidente da República. E se esta foi a relação comercial com o grupo Blandy, a participação do grupo hoteleiro, malevolamente envolvido, foi zero. Nunca houve qualquer reunião nem qualquer benesse directa ou indirecta. O PS utilizou instalações (salas) que pagou como qualquer outro cliente. O próprio Dr. Bernardo Trindade, num primeiro momento, manifestou o seu desejo de não participar na equipa de governo. Tinha saído do governo da República e considerava necessário um tempo de afastamento da política. Portanto, quanto aos grupos económicos estamos esclarecidos.
2. Candidatura do Dr. Maximiano Martins. Talvez tivesse sido melhor começar por aí, mas pouco interessa a ordem da abordagem. Os resultados, por razões várias, em alguns actos eleitorais anteriores, infelizmente, não foram os melhores para o PS. Tinha havido um esforço muito sério e empenhado por parte da direcção, mas a verdade é que as percentagens na ordem dos 13-15% geraram um certo desconforto interno. Houve quem considerasse que o projecto saído do último congresso deveria ser conduzido até às eleições regionais e houve quem se posicionasse no quadro de uma nova candidatura. Essa dúvida persistiu durante semanas até que, num determinado sábado, o Dr. Emanuel Jardim Fernandes (Presidente Honorário), o Dr. Jacinto Serrão (Presidente do PS), o Deputado Victor Freitas (candidato que tinha perdido no último congresso por escassa margem de votos) e eu próprio (líder do grupo parlamentar), reunimos e, serenamente, passámos a pente fino a situação. Foi esse encontro que determinou que o Dr. Jacinto Serrão, quanto a mim, numa atitude absolutamente lúcida, decidiu escolher o Dr. Maximiano Martins como candidato. Presumo que nessa tarde de sábado o Dr. Jacinto Serrão terá equacionado todos os aspectos, todos os prós e contras, uma vez que nada, repito, nada tinha ficado definido nesse tal encontro e decidiu convidar o Dr. Maximiano Martins. Tomei conhecimento da sua decisão pela edição do DN do dia seguinte (domingo) com alguma surpresa, sobretudo pela rapidez da sua decisão. Como se deduz não houve qualquer assalto ao poder, não existiu qualquer pressão, apenas os dados contextuais e conjunturais conduziram à decisão do Dr. Jacinto Serrão. Não existe aqui qualquer candidato "imposto e auto-proposto" como por aí tenho lido. Finalmente, para que fique claro, a lista de candidatos à ALRAM foi, obviamente, da total responsabilidade do Dr. Jacinto Serrão (outra situação não seria admissível), enquanto que a formação do governo foi da responsabilidade exclusiva do Dr. Maximiano Martins.
Processo Eleitoral. Após a pública aceitação do Dr. Maximiano Martins, por relações de amizade pessoal de muitos anos, pediu de imediato a minha colaboração e a do Dr. Carlos Pereira. A partir daí a história é conhecida: foi nomeada pela direcção do PS uma Comissão Técnica Eleitoral e todo o trabalho foi desenvolvido através de uma estratégia que assentou nos seguintes pressupostos: rápida promoção da imagem do candidato (páginas de publicidade no DN/TSF mais um outdoor); outdoors caracterizando a situação regional, falando a verdade (A Madeira Faliu), logo seguido de um outro gerador de esperança (Um Novo Governo, Uma Esperança); três edições de um Jornal de Campanha (cada um com 75.000 exemplares), o primeiro, totalmente caracterizador da situação e com as propostas mais relevantes para todos os sectores; o segundo, que divulgou o organograma de um governo PS e situou outros aspectos propositivos no quadro da actualidade política; finalmente, um terceiro, onde foi dado conhecimento dos rostos e dos currículos do governo proposto pelo PS. Pelo meio desta estratégia, muito curta no tempo, quase diariamente, alimentámos conferências de imprensa, comunicados e exclusivos. Simultaneamente, uma vasta e generosa equipa percorreu ruas e veredas, por todos os concelhos, deixando a mensagem da candidatura, através da distribuição de jornais, manifesto eleitoral e alguns brindes de campanha.
Por outro lado, é falso que alguma vez tivesse existido qualquer atitude de "esconder" o Dr. Jacinto Serrão. Ele foi um dos mais activos nos contactos exteriores. O que ele fez e quanto a mim bem foi permitir que o Dr. Maximiano Martins surgisse como rosto, como primeiro candidato, evitando-se assim, a possibilidade de uma interpretação de candidatura bicéfala.
Não foram realizados comícios, é verdade. O tempo, sendo de dificuldades, conduziu a essa decisão. Por outro lado, com recursos financeiros muito escassos, a estratégia de campanha teria de assentar na informação ao povo e não no espectáculo e na generalização dos mega jantares à borla. Considero ter sido uma boa decisão. O PS tinha um programa de Governo (não uma lista de obras), apresentou uma equipa de governo, fez um esforço de quase meio milhão de documentos distribuídos, mas a verdade é que perdeu estrondosamente. Então, perguntar-se-á, o que está por detrás da derrota? Pois, o tal senhor dos disparates, esquece-se dos 20.000 exemplares do JM distribuídos de borla, esquece-se das permanentes festas, do pêro à agro-pecuária, todas com palco pago com dinheiros públicos, esquece-se que o candidato do PSD não debateu com ninguém os problemas e as propostas de solução, esquece-se da máquina que distribui cimento, areia, blocos, tinta e cabazes de géneros alimentícios, esquece-se da teia das casa do povo, juntas de freguesia e câmaras, esquece-se do estádio cultural em que nos encontramos, esquece-se da subsidiodependência, esquece-se da cumplicidade de uma parte da Igreja, cúmplice pelo seu silêncio, esquece-se de tudo e pimba fala de grupos económicos, de pessoas e da péssima estratégia. O que ele faria melhor, não diz, certamente porque não sabe. Haja paciência.
Obviamente, tenho consciência que nem tudo decorreu bem. Houve falhas, pois houve, mas daí deduzir-se que o resultado espelha a desorganização, que o Dr. Maximiano não deveria ser o candidato, enfim, são tudo histórias sem qualquer consistência. Olhemos para o que aconteceu à CDU e ao Bloco de Esquerda ou para a entrada do PAN na Assembleia! Daí que, assuma, o PS fez o melhor, se não resultou temos de olhar para todas as variáveis que não as exclusivamente internas. Por tudo isto, custa escutar os tais disparates ampliados através de um microfone. Basta de agredir o PS e as pessoas que lutam por uma alternativa credível na Região. Voltem-se para a vergonha que é este governo proposta pelo PSD. É esse governo que terá a responsabilidade de tirar os madeirenses do pântano onde os colocou. Os mesmos que lá nos colocaram são os mesmos que nos empurrarão para o fundo.
Ilustração: Google Imagens.

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