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quarta-feira, 6 de junho de 2018

BEM-VINDO À REALIDADE! PORÉM, O MAL ESTÁ FEITO...



FACTO

O secretário regional dos Equipamentos e Infra-estruturas, Amílcar Gonçalves, admitiu que "há situações na ocupação do território que têm de ser corrigidas, atendidas e estudadas à luz da ciência (...) não estamos a falar apenas de urbanização, mas na questão da segurança, da sustentabilidade mas também da equidade (...)  É bom que os políticos a todos os níveis, desde as autarquias ao governo regional, todas as entidades tenham um bocadinho desta percepção: aquilo que fazemos hoje vamos estar a condicionar o futuro ou a beneficiar um determinado caminho", referiu o governante na cerimónia de abertura do I Congresso Internacional em Planeamento Sustentável. Fonte: DN-Madeira.

COMENTÁRIO

Li e exclamei: bem-vindo, Senhor Engenheiro, à realidade. As declarações pareciam-me vindas de um perigoso oposicionista, de alguém favorável à "Madeira Velha", vinda daqueles que, durante anos a fio, foram secundarizados e bastas vezes vilipendiados quando apontaram os gravíssimos erros de planeamento ou ausência dele. O problema é que o mal está feito, não havendo, hoje, nem condições políticas, tampouco dinheiro para corrigir no sentido de defender a tal "segurança e a sustentabilidade". Daí que, quase resta remediar os erros cometidos pela inconsciência política, técnica e científica de uns, e a ganância e pressão de outros. 
Mas tudo tem uma história e uma causa. Tenho presente a frase que cito de cor: com dinheiro faço obras e com obras ganho eleições. Tenho presente o "planeamento" feito no adro das igrejas à saída das missas dominicais. Foi aquela frase e um adequado populismo à mistura que orientou a política, menosprezando os princípios fundamentais do desenvolvimento: os da prioridade estrutural, da transformação graduada, da interacção, da integração e, entre outros, o da optimização dos meios, completamente ignorados em função dos interesses de natureza partidária. É um facto. Não há volta a dar. Daí que as palavras do governante, apesar de certas, é música celestial, quando o Engº Amílcar Gonçalves sabe, melhor que eu, que o actual presidente do governo liderou a Câmara do Funchal, durante quase vinte anos, onde foram perpetrados os maiores erros de planeamento. O "Funchal de Alto a Baixo", slogan de campanha de 1993, que deveria ter constituído o travão a uma cidade desequilibrada e de muito crescimento abusivo, pelo contrário, à luz da História, não passou de um slogan para consumo imediato. Os resultados estão à vista de todos no quadro da "segurança, sustentabilidade e equidade" (...) e "condicionamento do futuro". É caso para dizer que a leviandade política que marcou a "Madeira Nova" foi premiada com a mais alta distinção autonómica. E ouvi-o dizer: "a luta continua".
De qualquer forma, bem-vindo à realidade. Porém, o mal está feito. Agora, repito, resta remediar.
Ilustração: Google Imagens.

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