O paradoxo está no facto do Senhor Bom Jesus da Ponta Delgada ainda não o ter "iluminado" no que se refere à necessidade de construção do novo hospital (entre muitas outras decisões de natureza política). Ora, ele sabe que a questão de novas estradas e da existência ou não de dinheiro não é uma questão de fé e de devoção. Trata-se de uma questão de natureza política, dos homens políticos saberem o que andam por cá a fazer. E ele, com toda a certeza, não sabe.
Lamentavelmente, ele continua a não ter respostas adequadas para a realidade da Região. Ainda hoje fugiu a sete pés do debate, iniciado pelo DIÁRIO, sobre vários temas de oportunidade política. Sobre o novo hospital, zero respostas, zero posições. Nem a favor nem contra. Porque mesmo sendo contra, teria, obrigatoriamente, que justificar a sua posição. Mas fugiu, colocou-se a léguas, da mesma forma que foge a todos os debates com os seus opositores. Li algures, uma espécie de "porta-voz" do PSD, assumir que debates nunca... isso era o que a oposição quereria. Percebo as razões.
Paradoxalmente, no Jornal da propaganda PSD, o órgão de comunicação social pago por todos os madeirenses (mais de 10.000,00 euros por dia), o "homem-problema da Madeira" escreve que "(...) no tempo em que "a Madeira era roubada pelos poderes de Lisboa e era explorada pelos poderes ingleses, aqui nesta Região Autónoma, onde ainda têm as suas marionetas e os seus braços para fazer o jogo deles (...)" no "tempo onde não havia estradas e, mesmo que as houvesse, não havia dinheiro para poder ir de carro à Ponta Delgada" (...) tal não "abalou a fé do povo madeirense. Sobretudo a fé daqueles que punham toda a sua devoção e esperança no Senhor do Bom Jesus da Ponta Delgada".
O paradoxo está no facto do Senhor Bom Jesus da Ponta Delgada ainda não o ter "iluminado" no que se refere à necessidade de construção do novo hospital (entre muitas outras decisões de natureza política). Ora, ele sabe que a questão de novas estradas e da existência ou não de dinheiro não é uma questão de fé e de devoção. Trata-se de uma questão de natureza política, dos homens políticos saberem o que andam por cá a fazer. E ele, com toda a certeza, não sabe. Mas há uma coisa que domina perfeitamente: as limitações intelectuais das pessoas, as suas incapacidades, a sua profunda religiosidade e vai daí, em uma espécie de cocktail com uma base política, explora os sentimentos das pessoas levando, desta feita, a água ao seu moinho. Ele é "doutorado" neste tipo de discurso descontextualizado, mas entendível pelo povo. "Doutorado" no discurso que engana, não todos, mas muitos.
Sinceramente, sinto uma profunda tristeza por todos nós ainda sermos governados por um "homem-que-se-tornou-problema" para a Madeira. A queda da cadeira do poder acontecerá, mais dia menos dia, mas, para isso, ele terá de sentar-se, frente a todos os madeirenses, e discutir os verdadeiros problemas da Região, os quais não se resolve nem com fé nem com devoção, mas com honestidade, seriedade e conhecimento. Fé e devoção são outras coisas e com elas ninguém deve evocar e ou brincar.
Ilustração: Google Imagens.
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