Mete dó o seu arrastar na política. Penso que, neste momento, é um homem em profundo sofrimento, que se esforça por manter uma face de aparente optimismo que convive com uma outra que expressa solidão, agastamento e frustração. Ir à "quinta" deixou de ser um prazer e uma convicção da importância das suas políticas, mas uma obrigação ditada pelo medo de ser afastado por aqueles a quem deu de "comer". Quando, ainda ontem, assumiu que "vamos vencer Lisboa", a frase, para qualquer um com um mínimo de leitura política dos acontecimentos, só pode significar o desespero que lhe percorre o corpo. Mostrou-se, uma vez mais, ser um homem perdido no labirinto que construiu, corroído, amedrontado e apavorado pela monstruosa criatura que gerou e que o devora dia-a-dia. Não passa pela cabeça de ninguém, portador de uma inteligência normal e dotado de racionalidade que, nas circunstâncias em que a Madeira se encontra, face a todos os indicadores disponíveis, aquela frase não seja, por um lado, totalmente inócua, por outro, que não espelhe um sentimento de homem perdido nesta floresta de desencantos políticos, económicos, financeiros, sociais e culturais.
Sempre nutri pena dos que estão na mó de baixo. Em quaisquer circunstâncias. Mesmo quando, pensando eles que estão na mó de cima, evidenciam comportamentos que apenas demonstram confrangedora fragilidade. Consigo esquecer com alguma facilidade o mal que fizeram ou que fazem. Transporto um sentimento de tolerância herdada, não sei explicar, confesso, que em determinadas circunstâncias só outros me fazem lembrar certo tipo de agressividades e de maldades. Dizia-me um antigo Mestre que um professor deve andar sempre com o apagador na algibeira, porque há que apagar as coisas más da vida para que sobressaiam as boas. Na política esta metáfora tem, em parte, uma certa aplicação. Devemos excluir da actividade política quem mal nos trata e partir para outra. E neste pressuposto o povo tem nas suas mãos a arma que não fere, mas que corrige os processos. Uma arma limpinha quando o povo é de facto superior pela sua cultura, independência e capacidade de visão.
Vem isto a propósito, vou ser claro, do Dr. Alberto João Jardim. É que mete dó o seu arrastar na política. Penso que, neste momento, é um homem em profundo sofrimento, que se esforça por manter uma face de aparente optimismo que convive com uma outra que expressa solidão, agastamento e frustração. Ir à "quinta" deixou de ser um prazer e uma convicção da importância das suas políticas, mas uma obrigação ditada pelo medo de ser afastado por aqueles a quem deu de "comer". Quando, ainda ontem, assumiu que "vamos vencer Lisboa", a frase, para qualquer um com um mínimo de leitura política dos acontecimentos, só pode significar o desespero que lhe percorre o corpo. Mostrou-se, uma vez mais, ser um homem perdido no labirinto que construiu, corroído, amedrontado e apavorado pela monstruosa criatura que gerou e que o devora dia-a-dia. Não passa pela cabeça de ninguém, portador de uma inteligência normal e dotado de racionalidade que, nas circunstâncias em que a Madeira se encontra, face a todos os indicadores disponíveis, aquela frase não seja, por um lado, totalmente inócua e risível, por outro, não espelhe um sentimento de homem perdido nesta floresta de desencantos políticos, económicos, financeiros, sociais e culturais. Mas ele disse-a, convencido que ainda tem um exército atrás de si e que é crescente a sua respeitabilidade. Um exército de eleitores a par de uma obra que gerou a felicidade do povo, pensará. As palavras saem daquela boca sem qualquer contextualização, evidenciando perda da noção da realidade, são ditas entre a euforia e a depressão política, para consumo de alguns, porventura de muita gente que vive, ainda, com gravíssimas lacunas no cruzamento da informação. Parece-me evidente, no estrito comportamento político, é desse a que me refiro, um visível síndrome de pânico, um transtorno que o impele para a luta, para a batalha, para a irracionalidade, ao contrário do que seria desejável, a revisão dos processos, a serenidade, enfim, o discurso da esperança, se ainda é possível tê-la. Pânico que o impede de bater em retirada, preferindo "morrer" no campo dessa batalha que ninguém deseja, porque dizimadora da esperança em tempos melhores.
O seu anúncio de saída do quadro europeu, dessa Europa que, através de Portugal, possibilitou muitos milhões para os investimentos públicos que garantiram inaugurações, com pompa e circunstância, milhões que garantiram votos, tal posição, sem qualquer sentido, nos meus débeis conhecimentos sobre a natureza dos comportamentos, explicam o transtorno e a fragilidade deste homem que chefia o governo da Madeira. Como se tal fosse possível ou desejável, como se fosse aceitável, no estado de pobreza e de dependência, morder a mão de quem deu e dá de comer. Mas as palavras e os conceitos são disparados, perante plateias incrédulas, de faces carregadas e de colunas vergadas, não acreditando no que escutam. "Tenho um plano traçado e que, obviamente, como acredito no meu plano, estou disposto a derrotar e a afastar todos os que se atravessarem no meu caminho", disse. E já complementou esta frase: "Aprendi uma coisa na política (…), os amigos dos meus inimigos, meus inimigos são, os inimigos dos meus inimigos meus amigos são. E disto eu não saio". Ora, quando um político, depois de 36 anos de poder absoluto, frontalmente, assume posições desta natureza, revela medo do "day after", não sei porquê, mas por alguma razão será, sobretudo, demonstra um estado de fragilidade política que chega a ser de comiseração. Quando um homem se arrasta pelos corredores do poder, gritando com tudo e com todos, quando perde a noção que o seu tempo político terminou, denuncia que está em sofrimento e que coloca em sofrimento quem nele apostou. É pois tempo dos "inimigos dos seus inimigos" lhe dizerem, abertamente: "Senhor Presidente, já ultrapassou o seu tempo!", aliás como é expressão normal utilizada no Parlamento.
Ilustração: Google Imagens.
Sempre nutri pena dos que estão na mó de baixo. Em quaisquer circunstâncias. Mesmo quando, pensando eles que estão na mó de cima, evidenciam comportamentos que apenas demonstram confrangedora fragilidade. Consigo esquecer com alguma facilidade o mal que fizeram ou que fazem. Transporto um sentimento de tolerância herdada, não sei explicar, confesso, que em determinadas circunstâncias só outros me fazem lembrar certo tipo de agressividades e de maldades. Dizia-me um antigo Mestre que um professor deve andar sempre com o apagador na algibeira, porque há que apagar as coisas más da vida para que sobressaiam as boas. Na política esta metáfora tem, em parte, uma certa aplicação. Devemos excluir da actividade política quem mal nos trata e partir para outra. E neste pressuposto o povo tem nas suas mãos a arma que não fere, mas que corrige os processos. Uma arma limpinha quando o povo é de facto superior pela sua cultura, independência e capacidade de visão.
Vem isto a propósito, vou ser claro, do Dr. Alberto João Jardim. É que mete dó o seu arrastar na política. Penso que, neste momento, é um homem em profundo sofrimento, que se esforça por manter uma face de aparente optimismo que convive com uma outra que expressa solidão, agastamento e frustração. Ir à "quinta" deixou de ser um prazer e uma convicção da importância das suas políticas, mas uma obrigação ditada pelo medo de ser afastado por aqueles a quem deu de "comer". Quando, ainda ontem, assumiu que "vamos vencer Lisboa", a frase, para qualquer um com um mínimo de leitura política dos acontecimentos, só pode significar o desespero que lhe percorre o corpo. Mostrou-se, uma vez mais, ser um homem perdido no labirinto que construiu, corroído, amedrontado e apavorado pela monstruosa criatura que gerou e que o devora dia-a-dia. Não passa pela cabeça de ninguém, portador de uma inteligência normal e dotado de racionalidade que, nas circunstâncias em que a Madeira se encontra, face a todos os indicadores disponíveis, aquela frase não seja, por um lado, totalmente inócua e risível, por outro, não espelhe um sentimento de homem perdido nesta floresta de desencantos políticos, económicos, financeiros, sociais e culturais. Mas ele disse-a, convencido que ainda tem um exército atrás de si e que é crescente a sua respeitabilidade. Um exército de eleitores a par de uma obra que gerou a felicidade do povo, pensará. As palavras saem daquela boca sem qualquer contextualização, evidenciando perda da noção da realidade, são ditas entre a euforia e a depressão política, para consumo de alguns, porventura de muita gente que vive, ainda, com gravíssimas lacunas no cruzamento da informação. Parece-me evidente, no estrito comportamento político, é desse a que me refiro, um visível síndrome de pânico, um transtorno que o impele para a luta, para a batalha, para a irracionalidade, ao contrário do que seria desejável, a revisão dos processos, a serenidade, enfim, o discurso da esperança, se ainda é possível tê-la. Pânico que o impede de bater em retirada, preferindo "morrer" no campo dessa batalha que ninguém deseja, porque dizimadora da esperança em tempos melhores.
O seu anúncio de saída do quadro europeu, dessa Europa que, através de Portugal, possibilitou muitos milhões para os investimentos públicos que garantiram inaugurações, com pompa e circunstância, milhões que garantiram votos, tal posição, sem qualquer sentido, nos meus débeis conhecimentos sobre a natureza dos comportamentos, explicam o transtorno e a fragilidade deste homem que chefia o governo da Madeira. Como se tal fosse possível ou desejável, como se fosse aceitável, no estado de pobreza e de dependência, morder a mão de quem deu e dá de comer. Mas as palavras e os conceitos são disparados, perante plateias incrédulas, de faces carregadas e de colunas vergadas, não acreditando no que escutam. "Tenho um plano traçado e que, obviamente, como acredito no meu plano, estou disposto a derrotar e a afastar todos os que se atravessarem no meu caminho", disse. E já complementou esta frase: "Aprendi uma coisa na política (…), os amigos dos meus inimigos, meus inimigos são, os inimigos dos meus inimigos meus amigos são. E disto eu não saio". Ora, quando um político, depois de 36 anos de poder absoluto, frontalmente, assume posições desta natureza, revela medo do "day after", não sei porquê, mas por alguma razão será, sobretudo, demonstra um estado de fragilidade política que chega a ser de comiseração. Quando um homem se arrasta pelos corredores do poder, gritando com tudo e com todos, quando perde a noção que o seu tempo político terminou, denuncia que está em sofrimento e que coloca em sofrimento quem nele apostou. É pois tempo dos "inimigos dos seus inimigos" lhe dizerem, abertamente: "Senhor Presidente, já ultrapassou o seu tempo!", aliás como é expressão normal utilizada no Parlamento.
Ilustração: Google Imagens.
2 comentários:
Hitler teve 1 capsula de cianeto na boca, 1 pistola na tempora e o exército vermelho à porta.... Que motivação precisará este ditador de cá para sumir de vez?!?!?!....
Nem a porcaria de uma coronária o avisou para o caminho que tem a seguir!
Acho mesmo que ele interiorizou o desfecho desse episódio como Hitler encarou o do atentado preparado pelo coronel Stauffenberg:que é um ser infalível e providencial!
Caro André Escórcio
O que se está a passar aqui na Madeira não dá para acreditar. É preciso ver para crer, como o S. Tomé. E talvez seja por isso que fora da RAM ninguém liga nada. Simplesmente não acreditam que seja verdade tanta e tanta estupidez e cegueira.
Mas aqui, com a criação do povo superior, tudo é possível. Mas não é de estranhar. Quando toda essa gente teima em acreditar que há dois mil anos uma mulher casada era virgem e teve um filho de um deus, está tudo explicado.
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