Um dos significados da palavra teimosia poderá ser o do apego obstinado às suas próprias ideias. É diferente, no âmbito político, de um apego cego ao caminho que se julga ser o melhor. Em múltiplas situações ser obstinado transporta consigo o fermento da determinação e do êxito. Já a cegueira, embora vendo, impede qualquer flexibilidade em busca do caminho desejável. E o que se está a passar no plano político, no quadro de uma oposição responsável, é, claramente, a opção pela cegueira. Há quem não queira ver o descalabro; há quem prefira continuar oposição do que assumir a responsabilidade governativa; há quem, levianamente, esteja nas tintas para um povo que deseja uma alternativa, ao colocar, em primeiro lugar, o interesse do grupinho; há quem se assuma como históricos oposicionistas, mas que não mexem uma palha no sentido de dizer não ao previsível descalabro; há quem se julgue traçado para altos voos, mas nunca na terra que os viu nascer; há quem pela frente assuma, de forma clarividente, uma dada situação, mas logo a seguir dê indícios de estar a tratar da sua vidinha. E, entretanto, os dias vão passando e os mesmos de sempre, os que conduziram a Região ao desastre, sintam que o terreno está fofo e nem será preciso cavar em demasia. Porque o terreno está livre de embaraçadoras pedras. Bastará um ancinho para achanar e plantar mais uns anos de enganadoras promessas. Acordem, por favor, mais que não seja, pelo respeito que a memória impõe.
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