Já morreram em Portugal mais de 10.000 pessoas desde 16.03.2020 (primeira morte por Covid). Isto é, em pouco mais de dez meses morreram mais cidadãos portugueses do que o somatório das mortes durante treze anos na estúpida guerra colonial (8.831). Dramático!
O problema é que, perante este maldito vírus, ainda há quem desvalorize o facto da morte levar trezentas pessoas por dia, as escolas estarem fechadas e o país, provavelmente, continuar em estado de emergência até ao Verão. Não deveria haver perdão para quem não cumpre as regras e para quem não se protege.
Que se trata de um momento extremamente complexo, a todos os níveis, evidentemente que sim; que o sistema económico derrapa a olhos vistos, julgo que não subsistem dúvidas. Mas o problema está, na sua expressão mais simples, entre a vida e a morte. E sendo assim, o balanço entre uma e outra, implica um irrepreensível respeito individual e por todos os outros, onde se inclui o respeito por todos os profissionais de saúde, a esmagadora maioria no limite das suas capacidades de resposta ao drama que nos cerca. Só nesta área de actividade profissional, contabilizam-se, neste momento, 160 infectados.
"Se todos tivermos níveis de esforço idênticos, diminuímos o risco de colapso" - Dr. Marco Ferreira/Amadora Sintra
Ao Estado, nestes meses de enormíssima aflição colectiva, compete esbater os dramas sociais e punir, exemplarmente, quem não cumpre. Finalmente, acabei de ler um político que "comparou os furtos e vandalismo às infecções nas escolas". É de muito mau gosto. A primeira situação constitui um problema de polícia; o outro envolve a saúde pública. Deste e de outros tipos de governante, estou certo, não rezará a História.
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