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sábado, 9 de janeiro de 2021

Presidencias - Onde estão as referências nacionais?


Tenho seguido, sublinho, com alguma paciência, os debates entre candidatos à Presidência da República. Um sufoco! Inquietação e ansiedade talvez sejam as duas palavras que melhor poderão caracterizar, à parte um ou outro momento, a generalidade do que é oferecido aos eleitores. 




Os grandes temas nacionais, no quadro da Constituição da República, porque o Presidente de todos os portugueses "jura por sua honra desempenhar fielmente as funções em que fica investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa", nem sombra. Por vezes, parece que está em causa a disputa de uma Junta de Freguesia, de uma Câmara ou um lugar de deputado na Assembleia da República. 

Do leque de candidatos, os mais bem preparados, os que se apresentam com uma história pessoal e política merecedora de atenção e respeito, são literalmente, perdoem-me a palavra, "engolidos" pelo tom, desconversa e pela mediocridade intelectual e discursiva de outros. E assim acabam por não discutir os temas que preocupam os portugueses, antes se assiste a um bombardeamento de palavras e ideias feitas e frágeis que, alguns, julgam serem aquelas que uma grande parte do povo, com défice de escolarização, de conhecimento e cultura geral (leitura de processo) deseja ouvir, conseguindo, por aí, um vínculo emocional a esse povo. 

Faltam referências nacionais. Cidadãos de diversos quadrantes e ideologias, representativos de partidos políticos ou não, que de uma forma séria e profunda, nos façam acreditar que é possível um Portugal diferente e próspero face à sua História. Aliás, porventura, existem essas referências, depois de tantos Homens e Mulheres ilustres que marcaram, politicamente, todo o Século XX. O drama é que o exercício da baixa política e os escândalos, esmagou-os e remeteu-os para lugares secundários. E deles ninguém fala. São ilustres desconhecidos.

Ora bem, este também poderia ser um dos temas entre candidatos. Como sair desta ausência de conteúdo e de qualidade? Mas, não, parece-me que a mediocridade está para durar. É pena, porque no contexto das nações, a nossa História quase milenar merecia estar em um outro patamar. E por este andar...

Ilustração: Expresso.

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