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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Absolvição


A frase que fica: "Existem tragédias e fatalidades. Ocorreu uma queda de uma árvore como ocorreu o 20 de Fevereiro". Palavras da advogada de defesa, Drª Kátia Vieira, a propósito do acórdão que absolveu a Drª Idalina Perestrelo e o Engº Francisco Andrade no caso da queda da árvore (carvalho) que, no decorrer da festa do Monte, ceifou a vida a treze pessoas naquele maldito 15 de Agosto de 2017.



Fico feliz pela decisão do Tribunal. Apenas lamento que tivessem sido necessários sete anos de sofrimento por parte dos responsáveis autárquicos para, finalmente, o Tribunal chegar a este Acórdão. Isto não coloca em causa um outro e óbvio sofrimento para as famílias das treze vítimas. Foi e continua a ser muito doloroso para todos. Da mesma forma que a comunidade madeirense continua curvada pela morte de dezenas de conterrâneos naquele outro fatídico 20 de Fevereiro. 

De facto, o acontecimento do Monte faz parte das tragédias, umas que podem ser evitadas ou atenuadas; outras, que acontecem sem uma responsabilidade directa do ser humano. Ali, pelo que acompanhei ao longo destes sete anos, não existiu incúria (vide as razões da absolvição, no Dnotícias de hoje, página 13). Da mesma forma que, em 2021, quase no mesmo local, outra árvore caiu desta feita sem consequências graves. 

Neste processo, lamento o extenso rol de leituras e comentários abusivos, alguns pretensamente técnicos, no sentido da condenação dos arguidos. O Tribunal não os considerou e ainda bem.

Um abraço à Drª Idalina Perestrelo e ao Engº Francisco Andrade, figuras com um passado de luta em defesa do ambiente e que não mereciam passar por estes sete anos de "massacre" psicológico.

Ilustração: Google Imagens.

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