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domingo, 22 de junho de 2008

DE QUE VALE PREOCUPAR-SE COM O VALE, QUANDO O QUE VALE É O VIL METAL?

Pode ser lido aqui um importante trabalho jornalístico, também de denúncia, assinado por Márcio Berenguer. Mas há quanto tempo, há quantos anos, se fala que os Socorridos estão a saque? Estive eu, na Assembleia Legislativa da Madeira, na Legislatura de 1996/2000, e já nesse tempo eram denunciados os ataques do "vil metal" à descaracterização do vale e à desenfreada e perigosa exploração de inertes. Nem as duas recentes mortes e todo o discurso entretanto produzido surtiu qualquer efeito. Na altura, como sempre acontece, a Oposição foi rotulada de aproveitamento político da desgraça. Mas como caracteriza o Deputado Edgar Silva, referindo-se ao secretário da tutela, o "engenheiro da destruição" pouco ralado está com isso. Pelo menos não dá mostras de preocupação.
Diz o jornalista, com toda a razão, a propósito da extração de areia sem controlo sustentável, que "o processo é simples, barato, mas ilegal" (...) um metro cúbico de areia é vendido a mais de 22 euros e cada camião transporta em média 17 metros cúbicos. Fazendo as contas, dá 374 euros por cada viagem. É dinheiro demasiado fácil, para alguns conseguirem resistir, ainda mais sabendo as empresas, que a fiscalização ambiental é praticamente inoperante (...)".
Muitos apontam o dedo à fúria destruidora e aos perigos daí resultantes. Na sede do debate político estas questões volta e meia são equacionadas com empenho e fundamento, mas de que vale preocupar-se com o vale quando o que vale é o vil metal? Pobre governo este!

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