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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

BURACO DE 500 MILHÕES... E AQUI VAMOS!


A mentira tem perna curta, Senhor Secretário, não é verdade? O problema, dirijo-me a si, é que o Senhor, em Outubro, certamente, vai à sua vidinha e quem terá de pagar as favas da irresponsabilidade do governo a que pertence é este povo. O Senhor que nunca teve a rigidez de coluna política para dizer ao presidente do governo, basta, não podemos entrar nesse pantanoso campo da dívida com objectivos marcadamente político-partidários. Portanto, o Senhor é tanto ou mais responsável do que o Dr. Jardim, quando este, confrontado com as situações, normalmente remete para si a condução da política financeira. Disso o Garcês é que sabe, ouve-se vezes sem conta!


Calculo que o buraco seja cerca de três vezes mais do que aquele que a Comissão Europeia confirmou hoje. Os "deslizes" nas contas públicas da Madeira na ordem dos 500 milhões de euros, que agravam o défice português em 0,3 por cento do PIB, pressuponho que não têm em conta obras realizadas sem visto do Tribunal de Contas e outras, ainda, não facturadas para não implicarem o pagamento do IVA. Num ápice as continhas dispararam para os 500 milhões, exactamente um dia depois do Secretário Regional das Finanças ter afirmado que os valores apresentados pelo Secretário-Geral do PS se encontravam empolados. Não disse em quanto, refugiou-se, mas nestas águas revoltas o azeite está a vir à tona.
A mentira tem perna curta, Senhor Secretário, não é verdade? O problema, dirijo-me a si, é que o Senhor, em Outubro, certamente, vai à sua vidinha e quem terá de pagar as favas da irresponsabilidade do governo a que pertence é este povo. O Senhor que nunca teve a rigidez de coluna política para dizer ao presidente do governo, basta, não podemos entrar nesse pantanoso campo da dívida com objectivos marcadamente político-partidários. Portanto, o Senhor é tanto ou mais responsável do que o Dr. Jardim, quando este, confrontado com as situações, normalmente remete para si a condução da política financeira. Disso o Garcês é que sabe, ouve-se vezes sem conta!
Exactamente, "sem conta", porque para o Senhor, a verdade partidária conveniente, quer no Parlamento, nas escassas vezes que lá vai, quer nas suas intervenções a solo, vale mais do que a verdade cristalina que deveria ser apanágio de quem governa sem pensar nas eleições seguintes. Eu tenho o dever de dizer-lhe isto, porque luto pelo exercício da política com total transparência. O Senhor ficará na História da Região como o governante que deu luz verde ao esbanjamento dos dinheiros públicos ao ponto da Madeira, hoje, se encontrar na bancarrota. Não satisfeito com este quadro de catástrofe que levará anos a recuperar, mesmo assim continua, alegremente, a autorizar despesas para obras sem qualquer interesse e prioridade. Tenha presente as recentes deliberações do Conselho de Governo, que apesar de saber que o Senhor tem o cofre vazio e milhares de facturas por pagar, autoriza a abertura de concursos para um pavilhão desportivo e, salvo erro, uma piscina. Uma piscina sem dinheiro para pagar o gás e o funcionamento. Não bate certo, Senhor Secretário. É por isso e por tanto desgoverno que Vossas Excelências, todos, sem excepção, devem arrumar a secretária e partir. Trinta e cinco anos é tempo demais. Como já aqui escrevi, "vão em paz e o Senhor vos acompanhe"! A Madeira reclama outra orientação política, mais rigorosa e competente, que devolva a ESPERANÇA a toda esta Região.
Ilustração: Google Imagens.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

CIDADES E LUGARES 720. SALAMANCA/ESPANHA


Salamanca... recantos, pela noite. Clique na foto para vê-la em pormenor. Posted by Picasa

A CONVERSA FIADA SOBRE A ZONA FRANCA


O Secretário Regional das Finanças "metralhou" até dizer basta no governo da República, falou, insistentemente, no "veto de gaveta", ignorou tudo quanto se estava a passar, fundamentalmente, na ausência de transparência da praça financeira, nas crescentes desconfianças nas instâncias europeias e nas suspeitas de alguns países, digamos que o governo regional foi empurrando com a barriga até às últimas eleições legislativas regionais. E agora?


O processo Zona Franca é doloroso e se há alguém que tenha responsabilidades nesta matéria, ao ponto a que esse processo chegou, é, indiscutivelmente, o governo regional da Madeira. O governo demitiu-se das suas responsabilidades e entregou-se nas mãos da SDM, a concessionária. E hoje está a pagar a factura da irresponsabilidade política. Todavia, como sempre, a culpa é dos outros. Foi do ex-Secretário de Estado Sérgio Vasquez e agora não sei de quem é. Julgo que quem lá está é do CDS/PP. Nunca foram ao fundo da questão. O Secretário Regional das Finanças "metralhou" no governo da República até dizer basta, falou, insistentemente, no "veto de gaveta", ignorou tudo quanto se estava a passar, fundamentalmente, a ausência de transparência da praça financeira, nas crescentes desconfianças das instâncias europeias e nas suspeitas de alguns países. Digamos que o governo regional foi empurrando com a barriga até às últimas eleições legislativas regionais um processo que deveria ser equacionado e trabalhado com rigor e competência. 
Aí chegados transmitiram a existência de um novo fôlego, que Passos Coelho resolveria o assunto mesmo quando a "troika" já estava em Portugal, sabendo que o processo de negociação estava condicionado no quadro em que estava a ser desenvolvido. As negociações tinham sido encerradas em 2010. E agora confirmou-se a decisão da "troika" constante no "memorando". Aquilo que estamos a passar deve-se, por isso e em exclusivo, à incúria, ao desleixo, à falta de rigor e de transparência. Isto é, nem souberam acautelar a importância da Zona Franca para a Região Autónoma da Madeira. Todo este processo, tarde ou cedo, será conhecido em todas as suas vertentes. Estou certo disso. Agora, o que o governo regional não pode argumentar é que não foi alertado. Bastas vezes, desde 2007, na Assembleia Legislativa da Madeira, o Deputado Carlos Pereira equacionou o problema, chamou à atenção, provou que se tratava de uma questão organizacional, de modelo e de responsabilidade. Criticaram e ofenderam e, agora, quero ver como saem desta.
O problema não está em manter a zona franca como destaca o Dr. Jardim, segundo ele, após uma conversa com o primeiro-ministro. O problema é retirar dela todas as suas potencialidades, inclusive, ao nível do emprego, e isso o governo não soube e não sabe fazer. Façam o seu acto de contrição!
Ilustração: Google Imagens.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

NÃO É POSSÍVEL CANTAR E ASSOBIAR AO MESMO TEMPO


A oposição, depois de 35 anos de poder absoluto do PSD, deve assumir uma postura de total repúdio por uma governação que nos lançou no caos económico, financeiro, social e cultural. O CDS sabe disso e sabe também que essa aproximação poderá sair-lhe muito cara no futuro, pois corre o risco de trazer para dentro do galinheiro a raposa.


Há aqui um jogo de sombras que deve ser jogado limpinho. As sombras incomodam e são contrárias à transparência que qualquer acto político deve assumir. Sou amigo, muito amigo de várias figuras do CDS/PP. Como tenho amigos, bons amigos, por exemplo, no BE e no PCP. Dou-me com todos e penso que essa amizade é recíproca. Tenho aprendido com todos e isso é o melhor da vida. Nunca confundimos relações pessoais com relações partidárias. Acho muita piada e aprecio, por exemplo, o José Manuel Rodrigues, presidente do CDS, todos os anos reunir na sua casa, por alturas do Natal, os Amigos que tem em todos os partidos. É uma noite fantástica em que as convicções de cada um dão lugar à convivência. No passado Natal não marquei presença e tive muita pena. Surgiu-me um imprevisto e tive de declinar o convite.
Bom, mas como disse, uma coisa é a Amizade outra os projectos que apresentamos à sociedade. E aí não deve haver confusões. É por isso que, quando vejo alguns sinais de subtil aproximação do CDS ao PSD, fico preocupado. Estou a falar da Madeira e não do Continente. A Madeira é um caso especial, como todos sabemos. A oposição, depois de 35 anos de poder absoluto do PSD, deve assumir uma postura de total repúdio por uma governação que nos lançou no caos económico, financeiro, social e cultural. O CDS sabe disso e sabe também que essa aproximação poderá sair-lhe muito cara no futuro, pois corre o risco de trazer para dentro do galinheiro a raposa. E mais, tarde ou cedo, servir de bengalinha do PSD, porque estarão alguns lugares de poder para distribuir, tal a acontecer, penso eu, será muito mal interpretado sobretudo pela população que sempre desejou uma mudança no comportamento político. Ora, a Madeira não precisa de manter o PSD no poder com uma ajudinha, por mais marginal que seja. A Madeira precisa de uma mudança substancial que não passa pelo PSD. Basta de 35 anos de poder. Venha uma outra linha de pensamento, seja ela qual for, desde que assuma o rigor, a competência e a credibilidade. 
Eu presumo que o líder do CDS se encontra numa posição desconfortável, a de ser oposição na Madeira e governo na República. Mas é o povo que diz: "não é possível cantar e assobiar ao mesmo tempo". Impõem-se, por isso, escolhas, comportamentos, atitudes e definição de caminhos. Neste caso, o CDS/PP tem de escolher, entre o Povo e um eventual lugarzinho no poder! Isto preocupa-me, não pelo PS, assumo, mas pelo Povo e pela credibilização da política. A Madeira, meu Caro Zé Manuel, precisa de colocar o PSD a léguas do poder durante alguns anos. Não posso hoje condenar a sua política e, amanhã, dar-lhe uma mãozinha. A política precisa de ser credibilizada. Virar o disco para ouvir a mesma música será muito grave para esta terra que sofre.
Ilustração: Google Imagens.

sábado, 27 de agosto de 2011

O DR. JARDIM NÃO TEM SAÍDA POSSÍVEL. É O PROBLEMA DA MADEIRA, NUNCA UMA SOLUÇÃO.


Ao ponto a que o candidato Jardim chegou. É tempo do povo dizer-lhe: vá em paz e o Senhor o acompanhe! Acabou, nem mais um segundo, quando todos os dias se descobrem mais factos e todos os dias vemos que ele, politicamente, se alimenta de fait-divers e de discursos trôpegos, como se todos fossem tontos, parvos, estúpidos e não estivessem a ver um filme com cenas repetidas vezes sem conta. A verdade das contas públicas tem de ser conhecida.

Está no fim a aventura
e ESTÁ NA HORA do adeus!
Tudo isto já cheira mal. 
O presidente do Governo Regional engana-se a si próprio, ilude os desprevenidos e passa um atestado de menoridade mental a todos os outros. Ontem, no areal, assegurou que a dívida total da Madeira, contas por ele feitas em um guardanapo, corresponde a três por cento dos meios financeiros aplicados ao longo de 33 anos de Governo. Imagine o leitor que qualquer um de nós tinha uma dívida de € 200.000,00 à banca, mas no somatório do "orçamento" familiar ao logo de 30 anos de trabalho, a dívida era apenas de 3%! Ora, aquelas são, de facto, umas continhas ridículas. Se, no caso do governo a dívida é de 7,3 mil milhões de dívidas (fora as facturas não apresentadas por causa do IVA e que agora constituirão uma grande dor de cabeça), no segundo caso, não deixa de ser 200 mil! Por este andar, por esta deturpação da verdade, não leva tempo e o Dr. Jardim dirá que, se considerarmos o período entre 1420 e 2011, a dívida não existe, ou melhor, há um superávit. Aliás, há para aí um historiador a fazer contas dessas, o que lamento por desfocar o sentido da realidade e constituir um discurso gasto no âmbito do "inimigo externo".
Ao ponto a que o candidato Jardim chegou. É tempo do povo dizer-lhe: vá em paz e o Senhor o acompanhe! Acabou, nem mais um segundo, quando todos os dias se descobrem mais factos e todos os dias vemos que ele, politicamente, se alimenta de fait-divers e de discursos trôpegos, como se todos fossem tontos, parvos, estúpidos e não estivessem a ver um filme com cenas repetidas vezes sem conta. A verdade das contas públicas tem de ser conhecida. Não é por acaso que o Dr. Jardim fala dos tais 3%, percentagem residual e ridícula os olhos de qualquer pessoa, mas não divulga o valor exacto das responsabilidades assumidas. E isso é que importa saber, pois só a partir daí, se concluirá sobre os problemas que vamos ter de enfrentar, o número de anos para pagar a dívida, o valor dos juros e a respectiva amortização. Isto é de fulcral importância, porque implica com os orçamentos anuais da Região.
Ora, no meio de tudo isto, acompanho um estranho e cúmplice silêncio entre o primeiro-ministro, o ministro das finanças e o próprio Presidente da República, mesmo quando a pressão dos órgãos de comunicação social do Continente começa a ser evidente. Este silêncio é claramente partidário e de solidariedade para quem não a merece. Lembro-me de Passos Coelho ter dito, relativamente ao partido socialista, que aqueles que levaram o país à actual situação não podiam constituir a solução. Pergunto: e aqui, os que levaram a Madeira ao desastre económico, financeiro, social e cultural são, porventura, a solução? Passos Coelho e o próprio Presidente da República não podem fazer de conta que nada se está a passar. Têm o dever de exigir continhas certas, até porque, se não o fizerem, a Troika encarregar-se-á de exigir medidas. Acabou-se o tempo das vacas gordas, o tempo "prá frente, sempre". Exige-se rigor e competência para devolver a esperança a todos os madeirenses e porto-santenses.
Ilustração: Google Imagens.

CIDADES E LUGARES 719. SALAMANCA/ESPANHA

Recantos de Salamanca... pela noite! Clique na foto para vê-la em pormenor. Posted by Picasa

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

SEM DINHEIRO MAS A LOUCURA CONTINUA


Enfim, de cofre vazio mas a loucura continua. Atitude semelhante ao sujeito viciado no jogo que, mesmo sem dinheiro, continua a jogar forte, a hipotecar a sua vida e a dos outros.



A edição de hoje da imprensa diária, inevitavelmente, focou as declarações de ontem do Vice-Presidente do Governo em S. Vicente, as deliberações do plenário de governo (julgo que terá reunido com a sua presença) e, ainda, no caso do Diário Cidade, as posições assumidas pelo Secretário do Plano e Finanças Ventura Garcês. O leitor que tome em consideração estas duas posições: a primeira do Secretário que, sejamos claros, assume que tem o cofre vazio: "Estamos a efectuar alguns pagamentos. As despesas de funcionamento e de salários estão garantidas, mas é preciso ter em atenção o volume de investimento que a Região está a efectuar. É nesse sentido que temos alguns atrasos de pagamento, nomeadamente junto das empresas de construção civil", afirmou, acrescentando que o valor da dívida é significativo; no mesmo dia o governo demonstra um cofre cheio de dinheiro face às deliberações assumidas: "A adjudicação da obra de construção do pavilhão gimnodesportivo e piscina anexa à Escola Básica do Estreito de Câmara de Lobos, a abertura do concurso público para a obra de remodelação do Centro Cívico de Boaventura e a abertura do concurso público para a cobertura do polidesportivo da Escola Básica do 1.º Ciclo da Ponta Delgada foram algumas das resoluções tomadas ontem pelo Conselho do Governo". Enfim, de cofre vazio mas a loucura continua. Atitude semelhante ao sujeito viciado no jogo que, mesmo sem dinheiro, continua a jogar forte, a hipotecar a sua vida e a dos outros. Por isso, hoje, assinei um artigo de opinião no DIÁRIO subordinado ao título: "Governo de um gigabyte". Deixo aqui o respectivo texto:

Ora, com o disco cheio, quando o “chefe” clica apenas lhe sai a informação gravada desde há trinta anos. Um computador destes é uma peça de museu que ajuda a contar a história, por aproximação, do que nunca uma sociedade deve fazer ou permitir.

"Este governo regional assemelha-se a uma “pen drive”. É óbvio que não se pode colocar a informação equivalente a dez gigas em uma pen de um gigabyte. Não consegue gravar. E se, qual metáfora, o olharmos enquanto computador, dir-se-á que a sua capacidade de memória está completamente esgotada e o seu processador lento ao ritmo de uma locomotiva a carvão. O “disco” governo está, por isso, obsoleto, desadequado, o seu sistema operativo dir-se-á que utiliza o “ms-dos” quando já vamos no “Windows 7”. Ora, com o disco cheio, quando o “chefe” clica apenas lhe sai a informação gravada desde há trinta anos. Um computador destes é uma peça de museu que ajuda a contar a história, por aproximação, do que nunca uma sociedade deve fazer ou permitir.
Há, por isso, uma absoluta necessidade de substituir esta capacidade de memória e este sistema operativo. E isso só com um novo computador (governo) e com pessoas capazes de integrarem a informação sistémica, na esteira de Von Bertalanfy, capazes de romperem com este sistema fechado e limitado, que nega as relações de intercâmbio, que não recebe nem influencia o ambiente. Um quadro próprio de organizações deterministas. A Região precisa de um sistema aberto, adaptativo, onde se verifiquem relações de intercâmbio com o ambiente e não de um sistema que se mantenha no isolamento. Fayol, Taylor e Weber, utilizaram o modelo racional, fechado e não probabilístico, exactamente, o que por aqui o “chefe” mantém. Entre Fayol e 2011 passaram-se mais de 150 anos.
Ora, este sistema político obsoleto, só pode gerar desgaste, desintegração e aumento do aleatório. Simplesmente porque este “computador”, porque não permite receber nova informação, é gerador de entropia. Há que mudá-lo, urgentemente".
Ilustração: Google Imagens.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

CONFRANGEDOR


Debitar para o teclado palavras agressivas, assassinas, cheias de ódio, penso que só ilustra a podridão de um sistema que tudo faz para se manter no poder. O dinheiro não é tudo na vida. É apenas uma pequena, embora importante parte. Vender a consciência, vender o insulto, expor-se ao ridículo dos outros porque está em causa um lugar, seja ele qual for, considero desprezível e caracterizador da personalidade de quem a isso se sujeita. E quando a pessoa tem, ainda por cima, formação superior, pior ainda.


Sinceramente, confrange-me ler certas coisas. Não porque não considere a diversidade de opinião ou porque uma dada opinião é contrária à minha. Não é isso que está em causa. O que me confrange é ler um artigo de opinião subordinado ao título "confrangedor" e chegar ao final e verificar que o próprio artigo é confrangedor. É bater por bater sem qualquer sustentabilidade argumentativa.
Eu posso até aceitar que as pessoas são pagas para o fazer, que precisam desse dinheirinho e que as suas convicções político-partidárias assentam em determinados quadros. Só que, mesmo assim, se torna necessário saber escrever, saber equacionar e argumentar com alguma elegância. Debitar para o teclado palavras agressivas, assassinas, cheias de ódio, penso que só ilustra a podridão de um sistema que tudo faz para se manter no poder. O dinheiro não é tudo na vida. É apenas uma pequena, embora importante parte. Vender a consciência, vender o insulto, expor-se ao ridículo dos outros porque está em causa um lugar, seja ele qual for, considero desprezível e caracterizador da personalidade de quem a isso se sujeita. E quando a pessoa tem, ainda por cima, formação superior, pior ainda. Significa que o curso não deu nada, não despertou, não fez soar a campainha da cultura, tampouco o som estridente entre o correcto e o incorrecto. Sinto pena dessas alminhas que se vendem por tão pouco. Pena até por, algumas delas, eu ter formado uma ideia que poderiam ser cidadãos de reflexão acrescentada, no pleno respeito pelo quadrante político em que se encontram. Mas, não, desenvolvem espaços de maldade, de crítica severa e infundamentada. Não discutem o essencial, as ideias, as propostas, o seu valor e oportunidade. Para elas não é isso que conta, mas o azedume, o soco diário no estômago como se esse fosse o comportamento desejável de pessoas adultas, maiores e vacinadas, e se por aí garantissem alguma credibilidade. Absolutamente confrangedor. Até um dia, porque o povo também se cansa de tanto mal dizerem.
Ilustração: Google Imagens.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

CIDADES E LUGARES 717. SEGÓVIA/ESPANHA

Segóvia é uma cidade fascinante, e toda a gente diz que tem uma atmosfera especial, que se vê muita vida, sobretudo na zona da Plaza Mayor, junto à catedral. Para além do aqueduto, o outro grande monumento de Segóvia é o Real Alcázar. É uma fortaleza espectacular com forma de castelo que se eleva num extremo da cidade. Tem várias torres vigias, que se destacam pela sua forma cónica singular. Teve várias funções durante a sua longa vida, mas está eternamente ligado às estadas de diferentes reis da história de Espanha, assim como a abrigar artilharia e armas, daí os canhões, armaduras, espadas e escudos que se podem observar durante a visitaClique sobre a foto para vê-la em pormenor. Posted by Picasa

A CAMPANHA FRENÉTICA


E perante esta ruína, esta catástrofe económica, financeira, social e cultural, vem o "chefe", o responsável pela tragédia, falar de uma campanha frenética. Podem fazer dois ou três comícios por dia, podem gastar oito milhões em campanha, podem tentar comprar as consciências, podem faltar aos debates, podem controlar, através da pressão subtil ou descarada, os meios de comunicação responsáveis pelo "serviço público" que, ainda assim, no dia 9 de Outubro, milhares de eleitores darão a resposta adequada. Não é possível continuar esta louca e suicidária política. Eu quero acreditar no fim desta política que nos leva para o abismo.


Estou absolutamente convencido que esta maioria absoluta de 35 anos anos irá cair no próximo mês de Outubro. Cairá tal qual um fruto maduro, apodrecido e picado. Sinto que há um ambiente transversal na sociedade madeirense, dos mais esclarecidos aos menos familiarizados com o que se está a passar e que o tempo é de mudança. Trata-se de uma necessidade e não apenas de uma questão de posicionamento partidário. Esta nossa sociedade está a morrer, aos poucos, encontra-se em progressiva falência, disso nos dando conta varíadíssimos indicadores. Não são indicadores da oposição política. São os indicadores que ressaltam aos olhos de todos. Viveram-se anos a fio de ilusão, mantiveram a sociedade em um combate sem tréguas contra os outros quando a irresponsabilidade era local, geraram uma dívida sobre a qual há muito que não têm controlo, puseram o povo mais pobre a "pão e água" (perdoem-me o exagero da expressão), liquidaram uma grande parte do sistema empresarial e, com uma distinta lata política, vêm agora dizer que não têm liquidez, todavia, por causa dos outros. Mas quem governou a tripa forra? Quem fez ouvidos de mercador a todas as chamadas de atenção? Quem permitiu que o sistema educativo, enquanto garante do combate à pobreza, chegasse ao ponto a que chegou? Quem é que não percebe que temos mais de vinte anos de atraso na Educação? Quem permitiu que chegássemos à situação de insanável conflito no sistema de saúde? Quem é que andou a mentir sobre as taxas de desemprego? Quem é que arruinou o sistema empresarial, por não pagarem a tempo e horas? Quem criou esse monstro de mil milhões de euros de dívidas às empresas? Quem gerou 7,3 mil milhões de dívidas globais?
E perante esta ruína, esta catástrofe económica, financeira, social e cultural, vem o "chefe", o responsável pela tragédia, falar de uma campanha frenética. Podem fazer dois ou três comícios por dia, podem gastar oito milhões em campanha, podem tentar comprar as consciências, podem faltar aos debates, podem controlar, através da pressão subtil ou descarada, os meios de comunicação responsáveis pelo "serviço público" que, ainda assim, no dia 9 de Outubro, milhares de eleitores darão a resposta adequada. Não é possível continuar esta louca e suicidária política. Eu quero acreditar no fim desta política que nos leva para o abismo. Dir-me-ão que sonho! Não. Tenho os pés bem assentes no solo, sei que o dinheiro compra debilidades culturais e incapacidades em consequência de uma má preparação para os direitos e deveres de cidadania, mas também estou convencido que todos sentem as agruras da vida e que 35 anos é tempo demais no poder. Veremos.
Ilustração: Google Imagens.

domingo, 21 de agosto de 2011

NO DIA DA CIDADE, JARDIM DEMONSTROU A SUA TOTAL FRAGILIDADE POLÍTICA


Jardim lida mal com a verdade, acha que os factos são apenas constrangimentos... insignificantes. Não é preciso conhecer muita ciência política para perceber que essa é a atitude típica do poder absoluto que assume a possibilidade de gerar factos de acordo com a conveniência do poder. Inventam-se adversários (como o DN) ou inimigos externos (Lisboa) e cria-se uma "verdade autêntica" e um "pensamento único" sobre os interesses da Madeira que ele próprio Jardim e o seu partido representam, sendo dever de todos os cidadãos e organizações seguir fielmente a verdade oficial. Quem sair da linha oficial é traidor, colaboracionista, vendido, não "ama a Madeira"! Esta tendência totalitária tem repercussões sociais e políticas graves...

Em 2006, o Dr. Maximiano Martins publicou, no DN, uma carta com um destinatário: o Dr. Alberto João Jardim. Há dias voltei a lê-la. Poderia ter sito publicada hoje. A história mantém-se, aqui e ali, com substanciais agravamentos na condução da política. Vale a pena regressar a esse documento, neste DIA DA CIDADE DO FUNCHAL, quando o Dr. Jardim fez um discurso onde demonstrou a sua total fragilidade.

"O cidadão Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim tem qualidades e defeitos. A mim cabe-me relevar os seus defeitos, inúmeros defeitos. À História caberá julgá-lo e determinar o lugar que ele deve ocupar. Tenho a opinião - mas não a pretensão de me substituir à História - que o julgamento que dele se fará no futuro será substancialmente diverso daquele que Jardim espera. Porque quando se contar toda a história destes trinta anos e dos meandros do poder político e financeiro... para além das "obras" ficarão também os erros e os crimes políticos!
Primeiro defeito grave, muito grave: Jardim lida mal com a verdade, acha que os factos são apenas constrangimentos... insignificantes. Não é preciso conhecer muita ciência política para perceber que essa é a atitude típica do poder absoluto que assume a possibilidade de gerar factos de acordo com a conveniência do poder. Inventam-se adversários (como o DN) ou inimigos externos (Lisboa) e cria-se uma "verdade autêntica" e um "pensamento único" sobre os interesses da Madeira que ele próprio Jardim e o seu partido representam, sendo dever de todos os cidadãos e organizações seguir fielmente a verdade oficial. Quem sair da linha oficial é traidor, colaboracionista, vendido, não "ama a Madeira"!
Esta tendência totalitária tem repercussões sociais e políticas graves: molda a verdade de acordo com uma linha oficial, tem horror ao debate livre e ao contraditório e obriga a um controlo de toda a sociedade civil e à sua instrumentalização permanente. A fuga ao debate - sinal de cobardia e insegurança - e a distorção das posições dos adversários fazem parte desta estratégia. Exemplo claro deu-se na recente troca de cartas em público comigo. À minha carta aberta no DN, Jardim "respondeu" com outra carta no JM. Ou melhor face a argumentos (contestáveis certamente) "respondeu" com um ataque pessoal, com insultos e com falsidades - com as "verdades" que o regime entende dever forjar ou moldar. Eu disse: que "por detrás da fachada existe uma realidade de sofrimento e baixa qualidade de vida" no Funchal e na Região; que os indicadores de desenvolvimento social e humano da Região são desfavoráveis; que Jardim escondeu o Estudo que deveria ter determinado a posição negocial da Região e do país para o novo quadro comunitário daí decorrendo uma perda de 500 milhões de Euros; que os resultados ao nível da Educação na Região são uma vergonha para quem nos governa há trinta anos; que o discurso de Jardim é xenófobo e é insultuoso para os opositores mas também para as instituições do Portugal Democrático; que o endividamento da Região será penoso para as gerações futuras e que o esbanjamento e utilizações dos dinheiros públicos por Jardim são intoleráveis numa sociedade civilizada... Ao que Jardim respondeu: é um ressabiado, um ex-comunista, um vira-casaca, tem responsabilidades na descolonização e nas nacionalizações, pactuou com "os saneamentos, perseguições e prisões arbitrárias"... Nem um só contra-argumento e tudo falsidades com que não perco um minuto a contestar. Calúnia pura. Delírio.
A única constatação que merece ser feita é que nos tempos em que Jardim elogiava o salazarismo e exaltava a colonização eu militava em movimentos de oposição democrática, com graves riscos para a minha continuidade na universidade. Sou, de resto, alheio a tudo o que acusa. Estive na OCDE, em Paris, em 1979/1980 - não propriamente um "antro comunista" mas antes um clube de economias de mercado avançadas. Será que Jardim pode assumir as posições que foi assumindo durante todo aquele período? Mas Jardim titula o seu artigo de "temo pela sua saúde" jogando com ambiguidade numa expressão intimidatória, ao mesmo tempo que me imputa problemas psicológicos mal resolvidos. Cuide de si, Jardim, porque eu estou bem comigo próprio e não sou dado a temores! Vejo que a sua passagem pela "acção psicológica" militar deixou-lhe marcas...
Defeito ainda mais grave: Jardim roubou-nos as liberdades de Abril. Pela coacção "flamista" e depois pela chantagem de uma sociedade controlada e anestesiada (pelos empregos públicos, pelo investimento público, pelos subsídios...) e pela aniquilação sistemática dos adversários, Jardim não nos permitiu o gozo das liberdades, da expressão livre, do debate de ideias. Dir-se-á que trouxe desenvolvimento, visível nas acessibilidades e no parque habitacional. Mas não trouxe o progresso económico, social e humano que só as liberdades democráticas permitem. Nem trouxe sustentabilidade, como o futuro demonstrará. E deixará uma herança financeira penosa com um endividamento gigantesco.
Acuso-o, pois, de cultivar estes defeitos (entre muitos outros) nos limites do intolerável. De manipular e perseguir. De coagir. De irresponsabilidade na gestão da "coisa pública", na linha da gestão de Santana Lopes, que apoiou fervorosamente.... De falta de decência. De não prestigiar a Madeira e os madeirenses. De não estar à altura dos novos tempos.
Compreendo a sua preocupação em cuidar da sua imagem irreversivelmente degradada. Tal imagem não o prejudica só a si. Prejudica a Madeira.
Compreendo, por isso, a sua necessidade em fazer à imprensa nacional afirmações do tipo "magoa-me ser tratado como boçal" ou "não sou uma besta". Chamaram-lhe recentemente "tarouco" - o que significa, segundo o dicionário de língua portuguesa, apatetado, idiota, desmemoriado pela idade... Alguém o chamou também de "esse grande mestre do delírio político".
Por mim não me deixarei contagiar pelo seu delírio.
Gorbachov resumiu a sua obra extraordinária de alteração da geo-política mundial com uma frase surpreendente: "eu quero transformar a Rússia num país normal". Também nós devemos aspirar a uma Madeira normal, pacífica e de progresso".

Ilustração: Google Imagens.

sábado, 20 de agosto de 2011

CIDADES E LUGARES 716. SEGÓVIA/ESPANHA

Alcázar de Segóvia. Excelente.

QUE DIFERENÇA ENTRE ALBERTO JOÃO JARDIM E MAXIMIANO MARTINS! É A NOITE E O DIA... NA CLARIVIDÊNCIA.


"É por isso que se impõe uma nova visão do desenvolvimento. Há quem confunda crescimento com desenvolvimento, eu não! E é essa nova perspectiva que imporá um novo paradigma económico gerador de empregos, hoje, todos o sabem, o principal drama da Região. Quero e sei como inverter esta situação angustiante e com solidariedade social. Todas as obras previstas serão objecto de aturada reflexão. Ou são prioritárias e inadiáveis ou aguardarão pela oportunidade. Há responsabilidades para cumprir e delas não abdicarei. Um governo da minha responsabilidade nunca fará uma única inauguração que não seja prioritária e com suporte orçamental. Não quero contas pregadas no teto". - Maximiano Martins.

Do comício do Porto Santo, ressaltou: "O PSD vai continuar aposta na denúncia pública". Pergunto: denúncia de quê? Claro... das sociedades secretas, dos grupos económicos, da maçonaria, dos inimigos da Madeira, aquela lengalenga sem novidade, repetida pela enésima vez. Fez-me lembrar a história do chinês com as mãos entre as orelhas: "outra vez arroz?". Portanto, nada de novo naquele discurso. Do que mais preocupa os madeirenses, o emprego, nada, rigorosamente nada. Políticas económicas para sair deste sufoco, nada, rigorosamente nada. Em linguagem do futebol eu diria que foram 40' de pontapé para o ar e "prà a frente". Nem uma vez chegou à área do adversário, o que significa que se arrastou na defesa.
Curiosamente, no mesmo DIÁRIO, leio a posição do seu directo adversário, o Dr. Maximiano Martins, onde propõe dez compromissos para o futuro:
Uma nova VISÃO ESTRATÉGICA ao serviço do DESENVOLVIMENTO sustentável.
Combate ao DESEMPREGO, através de um NOVO PARADIGMA ECONÓMICO.
Uma nova POLÍTICA FISCAL ao serviço do desenvolvimento.
Aposta na INOVAÇÃO, CONHECIMENTO E CULTURA.
Uma nova POLÍTICA ESTRATÉGICA PARA O TURISMO.
Uma política social de INCLUSÃO e de combate à POBREZA.
Uma clara aposta na JUVENTUDE, através de um NOVO SISTEMA EDUCATIVO.
Mudança na política de SAÚDE, enquanto direito primário dos cidadãos.
Aprofundamento da AUTONOMIA, no quadro da vida, vivência e convivência DEMOCRÁTICAS.
Uma nova responsabilidade nas relações nacionais, com a UNIÃO EUROPEIA e com a COMUNIDADE MADEIRENSE.
Estes compromissos, apesar de se encontrarem hierarquizados, funcionarão, assume o candidato do PS, como um todo, pelo que, neste momento, trabalha já na constituição de uma equipa de governo, de reconhecida qualidade técnica que, de forma rigorosa e competente, possa gerar um quadro de ruptura com o passado e com uma política irresponsável de dívidas, de desemprego, de pobreza e de angústia dos empresários.
A Madeira está no vermelho. Ou há capacidade política para resolver as questões estruturais ou entraremos, tarde ou cedo, numa incontrolável situação de incumprimento a todos os níveis, sublinha Maximiano Martins no seu comunicado. Ele já existe, mas agravar-se-á se não forem tomadas medidas que invertam esta tendência. As empresas têm de ser respeitadas através de prazos de pagamento pontuais. São elas que criam postos de trabalho e não as instituições de governo próprio, hoje com todos os quadros preenchidos. “Prá frente” é o caminho conhecido que significou o desastre, quando precisamos de “rigor e de competência” política.
Atribuir aos outros a designação de “Aves de rapina” e “profetas da desgraça”, constitui uma atitude de mau gosto e sobretudo a intenção de querer manter no engano a realidade que cerca os madeirenses. A desgraça está aos olhos de todos e quem andou a rapinar durante trinta e cinco anos não foi, certamente, o Partido Socialista.
É por isso que se impõe uma nova visão do desenvolvimento. Há quem confunda crescimento com desenvolvimento, eu não! E é essa nova perspectiva que imporá um novo paradigma económico gerador de empregos, hoje, todos o sabem, o principal drama da Região. Quero e sei como inverter esta situação angustiante e com solidariedade social. Todas as obras previstas serão objecto de aturada reflexão. Ou são prioritárias e inadiáveis ou aguardarão pela oportunidade. Há responsabilidades para cumprir e delas não abdicarei. Um governo da minha responsabilidade nunca fará uma única inauguração que não seja prioritária e com suporte orçamental. Não quero contas pregadas no teto.
Ora, isto corresponde a duas posturas completamente diferentes. Uma que desvia as atenções, outra que se compromete com o futuro. Em Outubro, a decisão está, obviamente, nas mãos de todos os eleitores da Madeira e do Porto-Santo.
Ilustração: Google Imagens.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O FIM DA MAIORIA ABSOLUTA


Sinto as pessoas fartas, sinto que a mentira começa a não ter pernas para andar face a tantas varizes que o sistema apresenta. Sinto que paira no ar um sentimento de mudança por maior que seja o número de vacas abatidas para convívios por sítio regados com vinho seco, por maiores que sejam as ofertas de cimento, areia, blocos, tintas e ferro, por maiores que sejam as promessas de emprego e por maiores que sejam as tentativas de chapelada no acto eleitoral. Há gente preocupada com a eventual perda de benesses e de vantagens que o regime proporciona. Só que, meus caros, o exercício da política não constitui um emprego, mas um serviço à comunidade. E como serviço está balizado no tempo. O do PSD está a acabar, sobretudo como emprego.


Já aqui teci algumas considerações e ao mesmo tema regresso. Face ao nervosismo patenteado por algumas figuras do PSD, mormente através de artigos de opinião, creio que muito desconforto deve andar por aí. Há gente que não pára de insultar, de escrever na base da deturpação dos factos, ao ponto de se imiscuírem na vida interna, por exemplo, do Partido Socialista. Porque será? É que nem de análise se trata, no essencial o que tentam é denegrir, repetidamente, pessoas e instituições.
Ora, mas quero eu lá saber da composição da lista do PSD! Se é boa ou se é má. Se se abre à sociedade ou não. Se defende uma participação equilibrada entre géneros ou não. Esse é um assunto interno, ao PSD diz respeito, portanto, aquele olhar crítico para o vizinho denuncia uma clara preocupação. No mínimo exprime que a estrutura partidária em questão anda muito preocupada com o desfecho do acto eleitoral de 9 de Outubro. Todos os articulistas do Jornal da Madeira, órgão "oficial" do governo regional e do PSD, não há dia que não desanquem, forte e feio, por vezes até de forma desagradável e mal educada, no candidato Maximiano Martins. Porque será? Oh meus caros senhores, e se se metessem na vossa vida e deixassem a dos outros! Trabalhem...
Tomem consciência que a Democracia é um regime em que o poder de tomar importantes decisões políticas está nas mãos dos cidadãos e não nas mãos de um pequeno grupo. É esse povo que tem de decidir em função da sua análise. Eu sei que tudo fizeram e fazem para que ele não seja esclarecido, fizeram e fazem para que se mantenha distante dos reais problemas. Fizeram e fazem para gerar um ambiente de estupidificação. E uma das maneiras, aliás, que está à vista de todos, é a da intoxicação permanente através de abusivos textos que se situam muito para além do que é uma análise séria. Desses textos resulta, sistematicamente, a ofensa gratuita e grotesca a um candidato, que aceito que não possam gostar, mas que ultrapassa a fasquia da decência que deve nortear o debate político. E todos os madeirenses, os que gostam e os que não aceitam esta política do Jornal da Madeira, são obrigados a pagar a propaganda que interessa a alguns. Eu, por aquilo que sou, por fidelidade a princípios e valores que me guiam na vida, jamais, repito, jamais, me prestaria a fazer um "serviço" destes, por ser público e notoriamente sujo. Mas há quem se venda por uns cobres... Pois que lhes faça bom proveito. A minha consciência nunca esteve e não estará à venda.
Agora, de uma coisa estou certo, é que há muita gente por aí preocupada. Preocupada porque a maioria absoluta pode acabar e que a arrogância e a prepotência podem estar na recta final de um ciclo de 35 anos. Sinto as pessoas fartas, sinto que a mentira começa a não ter pernas para andar face a tantas varizes que o sistema apresenta. Sinto que paira no ar um sentimento de mudança por maior que seja o número de vacas abatidas para convívios por sítio, regados com vinho seco, por maiores que sejam as ofertas de cimento, areia, blocos, tintas e ferro, por maiores que sejam as promessas de emprego e por maiores que sejam as tentativas de chapelada no acto eleitoral. Há gente preocupada com a eventual perda de benesses e de vantagens que o regime velho e caduco proporciona. Só que, meus caros, o exercício da política não constitui um emprego, mas um serviço à comunidade. E como serviço está balizado no tempo. O do PSD está a acabar, sobretudo como emprego.
Ilustração: Google Imagens. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A PREPOTÊNCIA E A MÁ EDUCAÇÃO TÊM DE ACABAR


A Assembleia existe para isto, para não debater, para não funcionar. É a este nível que a Assembleia está. Entregue a um grupo de prepotentes que conduzem a actividade política de acordo com as características que emanam do "chefe" da tribo. É mau demais para ser verdadeiro. É reles, baixo, não têm nível estas atitudes de quem tem uma maioria sufocante. Deveriam realizar um estágio na Assembleia da República ou, então, na Região Autónoma dos Açores para aprenderem como é que maioria e minorias desempenham as suas tarefas, como debatem e como redigem os pareceres.



Hoje vivi uma situação inaudita. Acredite o leitor que é se torna desesperante, sobretudo porque as atitudes grotescas provêm dos mais novos o que não indicia nada de bom para o futuro próximo. E neste aspecto penso que só há uma maneira de resolver a situação: é o povo, com a arma do voto, colocar esta gente no sítio de onde nunca deveriam ter saído. O exercício da política, de resto, constitui uma missão muito séria que não pode estar sujeita a atitudes agarotadas e de clara prepotência. Vamos ao facto, mais um.
Na Sexta-feira passada tomei conhecimento de uma reunião da 1ª Comissão da Assembleia Legislativa da Madeira (Comissão de Política Geral e Juventude) a realizar-se na última Terça-feira às 15:00 horas. Compareci na reunião agendada para ontem liderada por uma jovem deputada do PSD em substituição do Deputado Coito Pita. Porque se tratava da elaboração de pedidos de parecer sobre três importantes diplomas da República (Projecto de Lei sobre o Regime Jurídico das Incompatibilidades e Impedimentos dos Titulares de Cargos Públicos, Projecto de Lei sobre o Estatuto dos Deputados e Lei Orgânica do Regime do Referendo Regional) e porque entendi serem três documentos que mereciam, obrigatoriamente, cuidada análise, solicitei o adiamento da referida discussão por 24 horas, uma vez que tinha pedido à Direcção do Partido Socialista que se pronunciasse sobre estas matérias. Entendi ser esse o meu dever porque os Deputados dependem das decisões da Comissão Política. Pelo menos no PS é assim.
A muito custo (só estava eu e essa senhora deputada) lá considerou adiar a reunião para esta manhã, às 11:00 horas. Por motivos de uma outra reunião, atrasei-me e entrei na sala às 11:03 H. Então não é que a essa hora, a dita já tinha despachado os primeiros dois pontos! Ainda teci considerações sobre o regime do referendo, pensando eu, que por aí tinham iniciado a reunião. Mas não. Numa reunião a três (eu, o Senhor Deputado Leonel Nunes (PCP) e a senhora deputada do PSD, esta no exercício da presidência) tudo ficou resolvido em escassos cinco minutos: chumbo, sem debate, aos três diplomas, com um parecer "pré-cozinhado" onde apenas constou o sentido de voto. O Deputado do CDS/PP que se atrasou escassos cinco minutos, esse nem teve tempo para transmitir o seu posicionamento sobre as citadas matérias. Concluo: a Assembleia existe para isto, para não debater, para não funcionar.
É a este nível que a Assembleia está. Entregue a um grupo de prepotentes que conduzem a actividade política de acordo com as características que emanam do "chefe" da tribo. É mau demais para ser verdadeiro. É reles, baixo, não têm nível estas atitudes de quem tem uma maioria sufocante. Deveriam realizar um estágio na Assembleia da República ou, então, na Região Autónoma dos Açores para aprenderem como é que maioria e minorias desempenham as suas tarefas, como debatem e como redigem os pareceres. Está na Hora de colocar esta gente, repito, no sítio de onde nunca deveriam ter saído, simplesmente porque a Democracia tem regras e, mais do que isso, no exercício da política exige-se EDUCAÇÃO.
Ilustração: Google Imagens.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

CIDADES E LUGARES 715. SEGÓVIA/ESPANHA

Um outro ângulo da Catedral de Segóvia/Espanha. Clique sobre a foto para ampliá-la. Posted by Picasa

DOIS DEBATES COM NOVE CANDIDATOS? NÃO BRINQUEM COM COISAS MUITO SÉRIAS!


Desde logo tenho alguma dificuldade em perceber como é que os responsáveis pelo "serviço público", incluindo o presidente da Conselho de Administração, em Lisboa, admitem uma configuração destas? Nove, para já, sentados à mesma mesa, durante 90 minutos. Isto significa que retirando cerca de nove minutos (no mínimo) na formulação das questões, texto de início e encerramento do programa por parte do(s) jornalista(s), restarão 81 minutos que, a dividir pelos nove candidatos, significará cerca de nove minutos a cada um para respostas. E sublinho, para respostas, não para debate. A ideia que passa é a de "todos ao molho...". Pergunto: a quem serve isto?


Leio, no DN-Madeira, que a predisposição da televisão pública na Região Autónoma da Madeira é a de realizar dois debates com nove candidatos, em simultâneo, e mais uma entrevista individual, certamente, integrada no telejornal. Para já apetece-me dizer para não brincarem com coisas que são muito sérias. E digo isto porque não há um mínimo de seriedade na proposta que veio a público. Qualquer acto eleitoral com esta importância dispensa entrevistas a solo. Essas fazem-se ao longo de quatro anos. O que a Região precisa é de confrontar projectos políticos, olhos nos olhos, cara na cara. É assim que se faz na República, na Europa, nos Estados Unidos, por todo o mundo civilizado e democrático, porque é por aí que se pode esclarecer os eleitores.
Desde logo tenho alguma dificuldade em perceber como é que os responsáveis pelo "serviço público", incluindo o presidente da Conselho de Administração, em Lisboa, admitem uma configuração destas? Nove, para já, sentados à mesma mesa, durante 90 minutos. Isto significa que retirando cerca de nove minutos (no mínimo) na formulação das questões, texto de início e encerramento do programa por parte do(s) jornalista(s), restarão 81 minutos que, a dividir pelos nove candidatos, significará cerca de nove minutos a cada um para respostas. E sublinho, para respostas, não para debate. A ideia que passa é a de "todos ao molho...". Pergunto: a quem serve isto? Aos madeirenses certamente que não. Serve a quem, porventura, não venha a participar, concretamente, o cabeça de lista do PSD. Após o pseudo-debate, certamente que dirá, estão a ver, aquela confusão, aquela peixeirada?
Ora, como só acredito no pai Natal, apenas, no campo ternurento da época e na Mensagem de solidariedade, aquele quadro traçado pela RTP-Madeira parece-me feito à medida dos interesses do PSD-M. Não há outra leitura possível. Basta compará-lo com a proposta que será levada por diante pelo DIÁRIO/TSF, baseada em dez debates, em grupos rotativos de quatro candidaturas, sobre os mais variados temas, garantindo cerca de 75' a cada candidatura (cinco debates). E há outros formatos possíveis que, respeitando todas as candidaturas presentes, que devem estar em igualdade, coloque ali, frente a frente, pelo menos uma vez, os dois principais concorrentes. Agora, juntar nove à mesma mesa? Só podem estar a brincar com uma situação muito séria, muito complexa e que denuncia ser um favorecimento a uma candidatura. O resto é areia para os olhos...
Ilustração: Google Imagens.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

CIDADES E LUGARES 714. SEGÓVIA/ESPANHA

Catedral de Segóvia. Para ampliar clique sobre a foto.  Posted by Picasa

NEM DENTRO DA SACRISTIA SE DÁ AO RESPEITO


Mas nisto, saliento, a Igreja tem as suas culpas. Desde 1974 que deixa o marfim correr e que se assume, directa e indirectamente como o catalisador das sucessivas maiorias absolutas do PSD. Na inauguração de uma igreja permitiram-lhe que se dirigisse do púlpito aos fiéis. Não falou, no adro, aos jornalistas, mas do púlpito. Lembro-me, numa outra inauguração, que havia "bancos" para o poder e "bancos" para a oposição, num espaço onde devemos ser todos iguais. A Diocese está, por múltiplas razões, infelizmente, amarrada pelos subsídios, pelos interesses e pelo insensato e cúmplice posicionamento relativamente ao Jornal da Madeira.


Tenho pela Jornalista Marta Caires uma grande consideração  e estima. Acompanho, desde 1993, o seu excelente percurso profissional. Só um homem, fora de si, absolutamente descontrolado no campo político faz uma cena daquelas, ainda por cima, na sacristia da Igreja do Monte e perante tantas autoridades civis, militares e religiosas. O Senhor Bispo que, momentos antes, no decorrer da Homilia, tinha falado da "crise de valores", passados uns momentos teve ali a expressão mais acabada dessa tal crise que, sublinho, não é apenas no sentido que quis dar, mas de valores de educação e de respeito. E um homem político que não se dá ao respeito, não reúne condições para ser o condutor de uma sociedade que é muito mais vasta do que o núcleo alaranjado a que preside.
Mas nisto, saliento, a Igreja tem as suas culpas. Desde 1974 que deixa o marfim correr e que se assume, directa e indirectamente como o catalisador das sucessivas maiorias absolutas do PSD. Na inauguração de uma igreja permitiram-lhe que se dirigisse do púlpito aos fiéis. Não falou, no adro, aos jornalistas, mas do púlpito. Lembro-me, numa outra inauguração, que havia "bancos" para o poder e "bancos" para a oposição, num espaço onde devemos ser todos iguais.  A Diocese está, por múltiplas razões, infelizmente, amarrada pelos subsídios, pelos interesses e é, por isso, que o  presidente do governo diz sempre que teve os Bispos que quis e que mais interessavam à Madeira, digo eu, à sua política. Tenho presente, por exemplo, o insensato e cúmplice posicionamento da Diocese relativamente ao Jornal da Madeira. Trata-se, apenas, de um caso. 
Assumo que sou católico, mas não me revejo nestas atitudes cúmplices que esmagam os madeirenses e porto-santenses. Quando falo de subsídios estou a falar de milhares de euros para novos templos, não estou a falar dos subsídios destinados a funções sociais a que a Igreja se dedica. Não esqueço que são as paróquias e todos os movimentos da Igreja que esbatem a fome nesta terra. E nesse aspecto a Igreja cumpre o seu importante papel de solidariedade. Não porque entenda que o problema da pobreza por aí se resolva, mas no quadro a que chegámos, o seu contributo é decisivo. E neste aspecto a Diocese não tem nada a agradecer e não tem nada que se curvar ao poder. Apenas cumpre uma das suas funções.
Espero que esta oportunidade seja aproveitada para que a Diocese do Funchal comece a se distanciar deste poder político que lhe rouba espaço, inclusive, dando-se ao "luxo" de insultar uma jornalista em plena sacristia, mais, com a ameaça de chamar a polícia. Inacreditável.
Ilustração: Google Imagens.  

ALBERTO JOÃO JARDIM TEM MEDO DOS DEBATES E, POR ISSO, O SILÊNCIO DO "SERVIÇO PÚBLICO" DE RÁDIO E DE TELEVISÃO

UMA ESPÉCIE DE JARDIM DE DINOSSAUROS


Porque se esconde e porque se assume, apenas, como "vigia da quinta"? Politicamente, é um fraco. E quem é esta personagem para falar da saída de outros da intervenção política quando se mantém há trinta e cinco anos à frente do seu partido? Que moral tem para falar de renovação? E não constituirá para ele, muito mais que a simples leitura da longevidade política, um sinal de "emprego" e de "lapa ao tacho partidário"? E quanto à "atracção turística", quem mais do que ele se presta a fotografias na praia com forasteiros, como se esta Região fosse uma espécie de Jardim de dinossauros?


O "Vigia da Quinta" como lhe chama o Padre Martins Júnior, escreve hoje mais um daqueles artigos onde, na expressão popular, "foge com o rabo à seringa". Dos assuntos quentes, aqueles temas que estão na ordem do dia enquanto preocupações determinantes do povo da Madeira, nem uma palavra. O habitual. Portanto, nada de estranhar que, logo a abrir, fale de: "As aves de rapina, profetas da desgraça, que lideram os muitos partidos da Oposição cá do sítio, são os mesmos, nunca se demitiram apesar de sucessivas derrotas, ao contrário do que sucede em qualquer País democrático e mesmo no Continente. Estão alapados ao tacho partidário, para não perder o «emprego» na Assembleia Legislativa da Madeira ou em qualquer Autarquia. Anedoticamente, para além de não terem vergonha, nem permitir uma renovação saudável nos partidos da Oposição (...) mais uma originalidade da Madeira, a pensar se podemos aproveitá-la como atracção turística". Um texto que bem poderia ser assinado pelo jovem da JSD-Madeira!
Ora bem, começo pelas "aves de rapina" e pelos "profetas da desgraça". Apenas três aspectos: primeiro, está aos olhos de qualquer pessoa que quem rapinou a Madeira nos últimos 35 anos não foi a oposição; segundo, quem gerou a desgraça de uma dívida de 7,3 mil milhões, 20.000 desempregados e 75.000 pobres não foi a oposição; terceiro, então, se está tão seguro das suas políticas, porque não as vem debater com as tais "aves" e com os tais "profetas"? Porque se esconde e porque se assume, apenas, como "vigia da quinta"? Politicamente, é um fraco. E quem é esta personagem para falar da saída de outros da intervenção política quando se mantém há trinta e cinco anos à frente do seu partido? Que moral tem para falar de renovação? E não constituirá para ele, muito mais que a simples leitura da longevidade política, um sinal de "emprego" e de "lapa ao tacho partidário"? E quanto à "atracção turística", quem mais do que ele se presta a fotografias na praia com forasteiros, como se esta Região fosse uma espécie de Jardim de dinossauros?
Oh meu caro senhor, seria tão bom para os madeirenses que se deixasse destas ridículas figuras em texto e em pessoa. A Madeira precisa de pessoas e de políticos com P maiúsculo. Dispensa esta sua conversa de treta alimentada, através de 20.000 exemplares, distribuídos de borla pela empresa da propaganda oficial. Ainda esta manhã estive, na baía de Machico, sentado numa esplanada. Vi que quem se abeirava do balcão para uma qualquer compra, um café, por exemplo, recebia um jornal de borla. Se alguém tem de ter vergonha não é certamente a oposição.
Ilustração: Google Imagens - Blogue de Ricardo Figueira.

domingo, 14 de agosto de 2011

CIDADES E LUGARES 713. SEGÓVIA/ESPANHA

Segóvia. A catedral merece uma visita demorada, tal é o seu encanto. É conhecida como a dama das catedrais. Foi construída entre 1525-1577. Clique sobre a foto para ampliar.

UMA QUESTÃO DE ESCOLHA ENTRE O "PRÁ FRENTE, SEMPRE" E O "RIGOR, COMPETÊNCIA E ESPERANÇA"


Não faz sentido, apesar do peso da crise, de todos os constrangimentos que estamos a passar, que no quadro da Autonomia Política e Administrativa, não se estabeleçam paradigmas de crescimento e de desenvolvimento geradores de riqueza. Somos uma pequena população de 260.000 pessoas, pelo que é possível organizá-la, em todos os sectores, áreas e domínios de actividade, em uma perspectiva conducente à realização pessoal e colectiva.


Um novo olhar para o futuro
A 9 de Outubro, com o respeito que nutro por todas as restantes candidaturas, a questão central é a de uma escolha entre o significado e a postura política que emergem de dois slogan's de campanha: "Prá frente, sempre" (PSD) e "Rigor, Competência, Esperança" (PS). Do primeiro sabe-se o que resultou: uma colossal dívida, desemprego, pobreza e uma situação muito grave e preocupante, isto é, a captura da sociedade por um grupo que tudo faz para que os seus tentáculos de poder a manietem e a subjuguem aos seus interesses partidários. O segundo, fala de rigor e competência, exactamente, daquilo que tem faltado à Região ao longo de muitos anos. Fala também de esperança numa Região equilibrada, de paz social, de trabalho e de construção de uma riqueza que possa ser distribuída.
Hoje a Região não tem nada para distribuir. Cada madeirense, em função da dívida, deve cerca de € 27.000,00. Uma dívida que terá de ser paga ou "perdoada", em parte, se houver políticos credíveis, capazes de uma negociação séria e que não utilizem, sistematicamente, a chantagem e a agressão verbal para com aqueles com quem temos de negociar. Eu acredito nessa possibilidade, nesse retorno à normalidade democrática, a uma sociedade que saberá entender o fim de um ciclo e a construção de um outro onde as palavras rigor e competência sejam a chave de um processo de esperança em melhores dias.
Não faz sentido, apesar do peso da crise, de todos os constrangimentos que estamos a passar, que no quadro da Autonomia Política e Administrativa, não se estabeleçam paradigmas de crescimento e de desenvolvimento geradores de riqueza. Somos uma pequena população de 260.000 pessoas, pelo que é possível organizá-la, em todos os sectores, áreas e domínios de actividade, em uma perspectiva conducente à realização pessoal e colectiva. Há exemplos de sucesso por esse mundo fora, no campo da economia, da educação e da protecção social. A pobreza não é uma fatalidade, sendo certo que existirá sempre e pelas mais diversas razões, grupos que não descolam dessa dolorosa situação. Mas podemos tornar esses valores residuais combatendo, sistematicamente, esse fenómeno. E o melhor caminho e o mais seguro é o de uma Educação séria e exigente. Não podemos continuar com uma escola com muita "tralha" que obstaculiza o desenvolvimento de processos portadores de futuro. A Escola constitui a única forma de romper com o círculo vicioso da pobreza. Por outro lado, não podemos continuar com uma protecção social dependente da Segurança Social Nacional. O nosso orçamento regional tem de ir ao encontro dos pobres, dos idosos, dos desempregados e das crianças que não tiveram culpa de terem nascido pobres. Há que dar, nesta fase, a cana e o peixe! 
Não entender o que está em causa perfila um sentido egoista e eu, por aí, não vou.
Ilustração: Google Imagens.  

sábado, 13 de agosto de 2011

CIADADES E LUGARES 712. SEGÓVIA/ESPANHA

Segóvia. Aqueduto, ao anoitecer. Uma zona de grande convívio social. Clicar sobre a foto para vê-la em pormenor.

CUIDADO COM OS SINAIS DE TERROR POLÍTICO


Cuidado com os sinais que colocam em causa o exercício da democracia e a liberdade de circulação. Cuidado não só com as ofensas verbais e pessoais tal como as agressões físicas. Cuidado com o estabelecimento de um clima de medo. Cuidado com o que vem a caminho com a proximidade do acto eleitoral de Outubro. Sacudir, por agora, as responsabilidades significa ser cúmplice de tudo o que venha a acontecer. Simplesmente porque há gente que não está preparada para ser oposição. Nunca foram, nunca passaram por esse estágio e, por isso, não têm a capacidade de tolerância, de cumprimento das regras que todos nós, escrupulosamente, devemos respeitar.


São óbvios os sinais de terror político. Ontem foi, apenas, mais um, muito grave, o qual, por agora, me escusarei comentar. Ficará para depois. Mas, há dias, foi, novamente, esse jovem da JSD, que deveria ser exemplo para a juventude, a desafiar e a ser mal educado para com o Magistrado Dr. Paulo Barreto, Delegado da Comissão Nacional de Eleições. "Pôr no meio da rua o delegado da Comissão Nacional de Eleições" constitui um desaforo de quem não levou umas palmadas no tempo certo. Há actuações que só possíveis por uma educação deficitária associada a um ambiente político que o favorece e potencia. Todos temos o direito de discordar, mas a forma têm, obrigatoriamente, de ser adequada às responsabilidades. Naquele desabafo, parece-me óbvio que, por detrás, estão adultos que não podendo dizer certas coisas, eventualmente, colocam outros a dizer.
Aliás, estamos a viver um clima, em crescendo de temperatura, que configura um certo e preocupante terror político. Os sinais, uma vez conjugados, querem dizer que a Madeira caminha no sentido do conflito, ao jeito de nós ou eles, situações essas perpetradas por personalidades que têm uma visão estrábica da democracia. Eu sei que os interesses partidários e de grupos sentados à mesa do orçamento são gigantescos. Eu sei que, para muitos dessa rede tentacular, é difícil aceitar a correcção dos processos, isto é, de aceitar a normalização das situações marcadamente anormais, mas isso faz parte da Democracia, da alternância, dos projectos políticos sufragados. Mas daí à ofensa e até à agressão, regresso ao princípio para dizer que alguém terá, obrigatoriamente, de meter isto na ordem. Há instituições caladas, assobiando para o lado como se tudo fosse normal e dentro dos limites da razoabilidade discursiva. Um Magistrado é ofendido e um outro Magistrado na qualidade de Representante da República cala-se como se nada tivesse acontecido. Estranho não me parece que seja, pois que esse silêncio significa tolerância excessiva e uma proximidade ao poder regional que deveria ser evitada. Parece-me que o Senhor Representante da República, com todo o respeito institucional e pessoal, não quer ser juiz, não quer exercer o seu magistério de influência na normalização democrática, e esse posicionamento não me parece o mais adequado. O lugar institucional existe não apenas para determinar a legalidade e/ou inconstitucionalidade das leis produzidas, mas como garante do exercício pleno e correcto da Democracia tal como a Constituição da República determina. Ele que é o representante do Senhor Presidente da República. Julgo que tem esse dever de ser a figura atenta e incentivadora do respeito pela normalidade democrática.  
Há dias foi a expressão "pôr no meio da rua o delegado da Comissão Nacional de Eleições" e antes tinha sido um desrespeito pela autoridade policial. Não me apercebi, tal como em outros momentos, de um sinal de preocupação, por mais subtil que fosse. Esta madrugada uma determinada situação voltou a ser muito grave. Por outro lado, o discurso sénior está cada vez mais radicalizado, onde se ofende tudo e todos, como se esta fosse uma terra de um país sem lei. Cuidado com os sinais de terror político. Cuidado com os sinais que colocam em causa o exercício da democracia e a liberdade de circulação. Cuidado não só com as ofensas verbais e pessoais tal como as agressões físicas. Cuidado com o estabelecimento de um clima de medo. Cuidado com o que vem a caminho com a proximidade do acto eleitoral de Outubro. Sacudir, por agora, as responsabilidades significa ser cúmplice de tudo o que venha a acontecer. Simplesmente porque há gente que não está preparada para ser oposição. Nunca foram, nunca passaram por esse estágio e, por isso, não têm a capacidade de tolerância, de cumprimento das regras que todos nós, escrupulosamente, devemos respeitar. 
Ilustração: Google Imagens.