Adsense

sexta-feira, 3 de julho de 2009

"O RESPEITO PELAS INSTITUIÇÕES É UM PRINCÍPIO SAGRADO DA DEMOCRACIA"

O Tribunal de Contas acaba de divulgar uma auditoria à Empresa Jornal da Madeira e relativa a 2007. O Tribunal concluiu que, nesse ano, os prejuízos acumulados foram de 33 milhões de Euros (29,2 milhões de resultados transitados mais 3,8 milhões de resultados líquidos, o que conduziu a Região a um apoio acumulado de 23,4 milhões. Vale a pena ler o relatório.
Não se trata de assunto novo. O tema Jornal da Madeira é conhecido e constitui uma vergonha relativamente à gestão dos dinheiros públicos, por um lado, porque contraria toda a lógica de mercado, isto é, a livre concorrência, onde todas as empresas de comunicação social devem funcionar em igualdade de circunstâncias e sem protecção do orçamento da região, por outro, porque as prioridades da Madeira e do Porto-Santo são tantas que andar a gastar, há dezasseis anos, salvo erro, num órgão de propaganda do governo e de um partido, não tem qualquer qualquer justificação e perdão político.
Ainda hoje, a propósito do que ontem se passou na Assembleia da República, o Presidente da República foi muito claro numa declaração que se aplica a múltiplas situações, inclusive, à relação do governo regional com o Jornal da Madeira: "O RESPEITO PELAS INSTITUIÇÕES É UM PRINCÍPIO SAGRADO DA DEMOCRACIA". Ora, o governo ao manter um Jornal para a sua própria propaganda, obviamente que está a faltar ao respeito pela instituição governo e está, por extensão, a fazer tábua rasa dos princípios que devem enformar a Democracia. Considero, por isso, o caso Jornal da Madeira, um acto de continuada ausência de bom senso e de falta de respeito na gestão dos dinheiros públicos que têm origem nos impostos que pagamos.
Só a verba de 3,8 milhões aplicada em 2007, dividida por 10.000 madeirenses que auferem pensões de miséria, daria para um apoio mensal suplementar de cerca de € 31,60 a cada um. E se formos a juntar tanto desperdício que por aí acontece, é óbvio que podia o governo chegar a um apoio aos 30.000 que auferem pensões abaixo do salário mínimo. Mas é preciso que se recorde que, na Assembleia, propostas no sentido de um apoio aos mais carenciados têm sido, sucessivamente, chumbadas, mas para a propaganda nunca falta. Depois queixam-se que o Cónego Manuel Martins fale de pobreza!

Sem comentários: