Discordo da decisão do PS Nacional relativamente às designadas candidaturas em duplicado, isto é, candidatos que se disponibilizam para uma autarquia e, simultaneamente, para as legislativas nacionais.

Na política há um aspecto que há muito defendo e que constitui um princípio basilar na relação de confiança e de segurança que devem nortear os convites: antes do exercício da política activa os convidados a integrarem o mundo da política têm profissão e têm família. E estes dois aspectos devem estar sempre presentes sob pena dos candidatos ao exercício da política serem transformados em peças descartáveis, com as consequências que daí normalmente derivam. Sei o que isso representa e tenho aconselhado alguns a medirem os passos que dão.
Até porque, sobretudo na Madeira, quem, com toda a generosidade e convicção faz uma opção não concordante com o pensamento maioritário, sabe que o fracasso eleitoral poderá determinar um duríssimo revés na carreira profissional, empresarial ou outra com evidentes prejuízos na família. Este poder regional, enquanto permanecer, não desculpa nem perdoa. A "prateleira" e a subtil perseguição existem. Aliás, na expressão do presidente do governo, esse comportamento designa-se por perseguição "raffiné". É o tal "défice democrático" que alguns não entendem ou fazem por não entender.
Por isso, cuidado, as pessoas não são peças descartáveis e devem merecer o máximo de respeito. E aquilo que sei da história dos processos, inclusive, recentes, elas não têm sido respeitadas.
2 comentários:
O seu PS, tanto lá, como cá, padece de um grave problema: tudo faz para perpetuar os défices democráticos de cá e de lá.
Obrigado pelo seu comentário.
Penso que a situação não é, nem minimamente comparável. Mas aceito que tenha uma posição diferente. Se assim não fosse eu estaria a incorrer também no designado "défice democrático".
Mas compreendo a sua posição pois permite uma leitura e interpretação mais profunda do que por aqui se passa. E em alguns aspectos até tem alguma razão.
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