
Senhor Presidente
Senhoras e Senhores Deputados,
Não vamos aqui escamotear responsabilidades. O Centro Educativo da Madeira é da responsabilidade do Ministério da Justiça e ponto final. Este Projecto do Bloco de Esquerda possibilita, no entanto, que esclareçamos alguns aspectos que a política de meia verdade tem vindo a ocultar.
Sabem os Senhores Deputados que o projecto do Centro foi responsabilidade do governo PSD. E sabem também que ele foi sobredimensionado em função das necessidades. Criada a situação, a solução gestionária encontrada foi a de ter, embora em espaços de intervenção distintos, que a lei obriga, o Centro Educativo e o Centro de crianças e jovens em risco.
Neste sentido, também sabem, que houve contactos com a Vice-Presidência do Governo e com o Centro de Segurança Social da Madeira, tendo em vista a celebração de um acordo de gestão partilhada de responsabilidades entre o Ministério da Justiça, a Secretaria Regional dos Assuntos Sociais e a Direcção Geral de Reinserção Social. Acordo de gestão partilhada que o governo rejeitou.
Nós compreendemos. Numa terra onde tudo está sob controlo, onde a toxicodependência não é plenamente assumida, senão já dispúnhamos de uma comunidade terapêutica, por exemplo, numa terra onde a pobreza é residual a avaliar pelos números do governo, assumir a infra-estrutura designada por Centro Educativo da Madeira, com toda a carga negativa que dele emerge, constitui uma mancha na paisagem da Madeira-Nova que Vossas Exas. apregoam. Aliás, há uma declaração do Senhor Presidente do Governo que assume, claramente, que não quer crianças presas como se o Centro Educativo a isso se destinasse.
O governo da República é que nunca deveria ter embarcado no jogo do governo regional, pois se olharmos ao histórico dos factos, balanceou sempre entre a reivindicação e o protelamento. Lamentavelmente, o Centro Educativo tem servido de arma de arremesso político, com as consequências que estão aos olhos de todos. E o governo da República deveria ter ultrapassado este impasse resolvendo, unilateralmente, o problema e de forma célere.
Curioso é verificar que V. Exas. reclamam mais autonomia nos processos de decisão, reclamam uma revisão constitucional, mas quando é dada essa possibilidade de gestão partilhada, como reclamam para a dupla tutela da Universidade, negam e empatam que os processos se desenrolem com normalidade.
Tardiamente, reconhecemos, mas devido à persistente negação ao diálogo e à negociação, podemos aqui assumir que o problema está em vias de solução. O dossiê está pronto e, dentro de dois meses, será aberto um concurso público visando uma parceria público-privada para a gestão do Centro Educativo da Madeira. Uma instituição privada de solidariedade social, após concurso, tomará a responsabilidade do seu funcionamento e será essa instituição que assumirá o recrutamento dos recursos humanos. Ao Ministério da Justiça competirá a parte educativa.
Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, são quatro os jovens madeirenses colocados em instituições do Continente. Nós lamentamos o facto de estarem deslocados porque a proximidade da família, pelo menos em teoria, é favorável. Mas também tenhamos consciência, seja qual for o regime de internamento, que a taxa de recuperação ronda os 11%. Por isso, não é que o Centro não deva existir, mas o bom senso determina que a solução passe, inevitavelmente, pela prevenção. E prevenir significa cuidar da sociedade, cuidar da família, ter medidas contra a pobreza, desenvolver programas no âmbito de uma nova economia geradora de trabalho, assumir uma outra dimensão da formação escolar e profissional, criar uma outra mentalidade que não subestime o rigor, a disciplina e a civilidade.
Grave é termos mais de 500 crianças institucionalizadas e mais de 100 em famílias de acolhimento. Isso é que é grave e demonstrativo de uma sociedade assimétrica, onde muitos milhares de adultos sobrevivem e com poucas possibilidades de oferecerem uma educação de qualidade aos filhos. Se o Centro é reclamado é porque a sociedade está doente, e se ela está doente questiona-se, afinal, quem são os responsáveis pelas carências sociais básicas gritantes que conduzem aos estados de pequena e média criminalidade e aos comportamentos socialmente inapropriados?
O Centro Educativo não pode ser reduzido a uma luta política entre estar ou não em funcionamento. Tem outros contornos muito mais complexos e é nessas causas que nós nunca escutamos nem o governo nem a bancada o PSD se pronunciarem.
Senhoras e Senhores Deputados,
Não vamos aqui escamotear responsabilidades. O Centro Educativo da Madeira é da responsabilidade do Ministério da Justiça e ponto final. Este Projecto do Bloco de Esquerda possibilita, no entanto, que esclareçamos alguns aspectos que a política de meia verdade tem vindo a ocultar.
Sabem os Senhores Deputados que o projecto do Centro foi responsabilidade do governo PSD. E sabem também que ele foi sobredimensionado em função das necessidades. Criada a situação, a solução gestionária encontrada foi a de ter, embora em espaços de intervenção distintos, que a lei obriga, o Centro Educativo e o Centro de crianças e jovens em risco.
Neste sentido, também sabem, que houve contactos com a Vice-Presidência do Governo e com o Centro de Segurança Social da Madeira, tendo em vista a celebração de um acordo de gestão partilhada de responsabilidades entre o Ministério da Justiça, a Secretaria Regional dos Assuntos Sociais e a Direcção Geral de Reinserção Social. Acordo de gestão partilhada que o governo rejeitou.

O governo da República é que nunca deveria ter embarcado no jogo do governo regional, pois se olharmos ao histórico dos factos, balanceou sempre entre a reivindicação e o protelamento. Lamentavelmente, o Centro Educativo tem servido de arma de arremesso político, com as consequências que estão aos olhos de todos. E o governo da República deveria ter ultrapassado este impasse resolvendo, unilateralmente, o problema e de forma célere.
Curioso é verificar que V. Exas. reclamam mais autonomia nos processos de decisão, reclamam uma revisão constitucional, mas quando é dada essa possibilidade de gestão partilhada, como reclamam para a dupla tutela da Universidade, negam e empatam que os processos se desenrolem com normalidade.
Tardiamente, reconhecemos, mas devido à persistente negação ao diálogo e à negociação, podemos aqui assumir que o problema está em vias de solução. O dossiê está pronto e, dentro de dois meses, será aberto um concurso público visando uma parceria público-privada para a gestão do Centro Educativo da Madeira. Uma instituição privada de solidariedade social, após concurso, tomará a responsabilidade do seu funcionamento e será essa instituição que assumirá o recrutamento dos recursos humanos. Ao Ministério da Justiça competirá a parte educativa.
Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, são quatro os jovens madeirenses colocados em instituições do Continente. Nós lamentamos o facto de estarem deslocados porque a proximidade da família, pelo menos em teoria, é favorável. Mas também tenhamos consciência, seja qual for o regime de internamento, que a taxa de recuperação ronda os 11%. Por isso, não é que o Centro não deva existir, mas o bom senso determina que a solução passe, inevitavelmente, pela prevenção. E prevenir significa cuidar da sociedade, cuidar da família, ter medidas contra a pobreza, desenvolver programas no âmbito de uma nova economia geradora de trabalho, assumir uma outra dimensão da formação escolar e profissional, criar uma outra mentalidade que não subestime o rigor, a disciplina e a civilidade.
Grave é termos mais de 500 crianças institucionalizadas e mais de 100 em famílias de acolhimento. Isso é que é grave e demonstrativo de uma sociedade assimétrica, onde muitos milhares de adultos sobrevivem e com poucas possibilidades de oferecerem uma educação de qualidade aos filhos. Se o Centro é reclamado é porque a sociedade está doente, e se ela está doente questiona-se, afinal, quem são os responsáveis pelas carências sociais básicas gritantes que conduzem aos estados de pequena e média criminalidade e aos comportamentos socialmente inapropriados?
O Centro Educativo não pode ser reduzido a uma luta política entre estar ou não em funcionamento. Tem outros contornos muito mais complexos e é nessas causas que nós nunca escutamos nem o governo nem a bancada o PSD se pronunciarem.
Nota:
Fotos Google-imagens (dnoticias e forumfamiliae)
3 comentários:
Pois é!...
O problema é que desde que o governo regional tenha de assumir custos através do orçamento regional,inventa sempre uma maneira de se "descartar" e vai acusando os outros de imcompetência,mas se fosse para arrecadar verbas do governo da republica para eles "usarem e vesarem" à sua maneira,estava tudo bem.E viva a xuxial-democracia madeirense.
Senhor José Luís
Viver não custa;custa é saber viver!
Nesse domínio, o bock dá cartas!
lamentavelmente os Centros Educativos nada educam, apenas retiram temporariamente das ruas o Delinquentes, e digo-vos com conhecimento de causa,pq ja trabalhei nem deles,a reinserção e nula!!!
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