A páginas tantas leio: "(...) Chegou, portanto, a altura de o Partido Socialista avançar com ciência e consciência". Detive-me aí pela força das palavras ciência e consciência. Exactamente as palavras que foram chave da última campanha eleitoral na qual estive envolvido. Com todas as limitações e, obviamente, erros de processo, a equipa que integrei pautou a sua conduta pela ciência e pela consciência. Sendo o momento dramático para a Região, o Dr. Maximiano Martins foi buscar um naipe de pessoas de ciência para governar a Madeira, na plena consciência que só por essa via, a via das pessoas com valor, através, portanto, da qualidade da intervenção política poderíamos sair do labirinto para o qual o PSD empurrou por anos a fio de desajustadas políticas. E o que aconteceu está espelhado nos resultados da votação.
Do meu velho Amigo Professor Doutor Manuel Sérgio recebi, há dias, a terceira edição, revista e aumentada, do livro Filosofia do Futebol. Dentro do livro duas folhas A4. Uma carta de algum conforto que fala do resultado das últimas eleições legislativas regionais. A páginas tantas leio: "(...) Chegou, portanto, a altura de o Partido Socialista avançar com ciência e consciência". Detive-me, aí, pela força das palavras ciência e consciência. Exactamente as palavras que foram chave da última campanha eleitoral na qual estive envolvido. Com todas as limitações e, obviamente, erros de processo, a equipa que integrei pautou a sua conduta pela ciência e pela consciência. Sendo o momento dramático para a Região, o Dr. Maximiano Martins reuniu um naipe de pessoas de ciência para governar a Madeira, na plena consciência que, só por essa via, a via das pessoas com valor, através, portanto, da qualidade da intervenção política, podería a Madeira sair do labirinto para o qual o PSD empurrou por anos a fio de desajustadas políticas. E o que aconteceu está espelhado nos resultados da votação.
Quando li as palavras do meu Amigo Manuel Sérgio lembrei-me de uma conversa que tive, há dias, com um ex-secretário regional. Disse-me: "assim, vocês não vão lá. Tentaram fazer tudo muito certinho e o povo não entende isso". Pois, concluo, temos de avacalhar, de descer ao grau zero, ao nível da javardice política, da provocação, ser igual ou ligeiramente melhor que o outro que aí anda, pois trinta anos não bastaram para que o nosso povo tivesse ganhado a capacidade para interpretar e posicionar-se entre as diversas propostas políticas. Pois, digo eu ao senhor ex-secretário regional, eu percebo o estado em que deixaram o povo, o que fizeram da educação e dos direitos de cidadania, os túneis que "construiram" na cabeça de muitas pessoas. Então não entendo! Por isso, meu querido Amigo Manuel Sérgio, isto, por aqui, tem muito que se lhe diga. "Avançar com ciência e competência" seria ótimo, na esteira de Eça. Ele também escreveu, a propósito de Portugal, que "não há ciência de governar" (...) e que "falta a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade" (...) que "a política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva". Infelizmente continua a ser verdade como se prova pela actuação do dito "chefe" dessa tribo que por aí anda, desde 1978, há mais de 33 anos. Nas últimas eleições, com todo este tempo de governo, ao contrário do que seria lógico, não o "cruxificaram" politicamente, antes concederam-lhe mais quatro anos, fazendo dele o político de maior longevidade no poder. Pelo menos na Europa!
Perguntar-se-á o que está por detrás desta longevidade que só agora a Europa começa a desconfiar? Deixo-me ficar pela página 55 do seu livro que me remeteu com uma comovente dedicatória: "Nada no nosso tempo permanece - tudo flui". Eu espero que sim, Doutor Manuel Sérgio, neste conturbado mundo político regional.
Ilustração: Google Imagens.
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