E é aí que o articulista deixa cair a máscara quando assume (repare bem o leitor): "(...) Publicitar uma frase do Ministro Gaspar (A situação da Madeira é insustentável) sobre a dívida da Madeira, teve um efeito perverso. A esmagadora maioria do povo que vota, não vê televisão, não ouve rádio, muito menos lê jornais (...). Pergunto, então, se o problema foi da ausência de estratégia do PS ou devido à ignorância do povo? E se a ignorância existe, como assumiu o articulista, a quem se deve este estádio de educação e de cultura depois de trinta e tal anos de governo ininterrupto?
Li, no Jornal da Madeira, de um articulista de serviço, a propósito dos recentes resultados eleitorais: "(...) O caso do Partido Socialista é catastrófico, anormal, com laivos de indigência política. Foi um descalabro de estratégia, incoerente, ilógica, sem qualidade política no conteúdo das propostas, nem das mensagens. Para além de dar a ideia de que o Partido foi tomado de assalto por um determinado grupo, sem respeito pelos dirigentes actuais, legitimamente eleitos, mas forçados a ceder o seu lugar e o seu papel moderador e mobilizador a estranhos, ainda houve o desplante de avançar com slogans simplesmente deploráveis. Publicitar uma frase do Ministro Gaspar sobre a dívida da Madeira, teve um efeito perverso. A esmagadora maioria do povo que vota, não vê televisão, não ouve rádio, muito menos lê jornais (...)".
Bom, eu já não falo dessa repetitiva tecla que tudo foi mau ao nível da estratégia, da qualidade política e do assalto externo ao partido. Trata-se, apenas, de conversa de treta, em que um lançou a atoarda e uma série de desmiolados foram atrás. Aliás, não posso esperar de um PSD uma análise que não seja a de dar pancada no seu directo adversário político, bem como não posso esperar que o Jornal da Madeira faça uma análise distante e fundamentada. O Jornal existe para, de forma contrária aos apregoados valores "cristãos", fazer da mentira a verdade conveniente do regime. E todos pagamos um "imposto" para que assim seja! Por "fidelidade ao Evangelho" como se extrai do seu Estatuto Editorial, o Jornal custou, nos últimos dezoito anos, 48 milhões de euros ao erário público e, ainda assim, tem uma passivo acumulado superior a 30 milhões de euros. Todos pagamos este "imposto" como pagamos o silêncio da Diocese pelos milhões aplicados em novos templos. Ainda há dias, foram 2,8 milhões! Portanto, aquele naco de prosa que transcrevi insere-se nessa lógica perversa, onde não interessam as análises, mas fazer a cabeça do cidadão desprevenido. E é aí que o articulista deixa cair a máscara quando assume (repare bem o leitor): "(...) publicitar uma frase do Ministro Gaspar (A situação da Madeira é insustentável) sobre a dívida da Madeira, teve um efeito perverso. A esmagadora maioria do povo que vota, não vê televisão, não ouve rádio, muito menos lê jornais (...). Pergunto, então, se o problema foi a ausência de estratégia do PS ou devido à ignorância do povo? E se a ignorância existe, como assumiu o articulista, a quem se deve este estádio de educação e de cultura depois de trinta e tal anos de governo ininterrupto? Terão sido os partidos da oposição os culpados e, particularmente, o Partido Socialista? Mais, ainda, ao articulista, Senhor Gilberto Teixeira, não lhe corre um pingo de tristeza por constatar ser miserável um partido ganhar sucessivas eleições por um voto maioritariamente pouco esclarecido?
Ora bem, eu respeito todas, mas todas as convicções partidárias e os seus espaços ideológicos. Tenho e mantenho excelentes relações de amizade com figuras de todos os partidos políticos. Inclusive, com o Senhor Gilberto Teixeira, com quem trabalhei, nos anos 60, no antigo e estimulante Jornal da Madeira, orientado, entre outros, pelo Sociólogo Paquete de Oliveira. Respeito-os a todos, outra coisa é sentir que uma grande parte dos votos que entram nas urnas têm a marca de um povo que "(...) não vê televisão, não ouve rádio, muito menos lê jornais (...)". No meio de tudo isto e do que esta afirmação reflecte no plano das opções de governo, fica-me a pena de assim ser, mas o regozijo de ter sido um PSD a assumir a realidade. "Pela boca morre o peixe", não é verdade?
Ilustração: Google Imagens.
4 comentários:
Bem pelo contrário,sr André Escórcio! O povo fica entretido a ver telenovelas ,concursos televisivos ,etc(lixo televisivo).Utilizam muito a rádio para ouvir o sr Bispo,e a rádio J.M e para acabar o povo quer ver os mortos(para saber se conhecem algum...) e os casos do dia...Portanto,o povo madeirense é muito"culto".É uma pena que o "povo" não abra os olhos....
Caro André Escórcio
Não me parece que, o meu Caríssimo Amigo, tenha percebido o "fino sentido de humor" do "distinto" articulista...
Sem querer armar-me em esperto,"dei logo pela coisa", e não pude deixar de soltar uma enorme gargalhada!
Nem tudo é mau nas hostes jardinistas...
Caríssimo Amigo, António Trancoso, obrigado pelo seu comentário.
Então não percebi! Respondi-lhe na mesma moeda, coisa que, de outra forma, não me atreveria a explicitar.
Um abraço.
Caro "Anónimo", obrigado pelo seu comentário. Infelizmente, tem razão.
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