A Assembleia Legislativa muito pouca legislação poderá criar e, ao governo, ficará a responsabilidade maior de conjugar os verbos cortar e liquidar (facturas). A Autonomia enquanto processo de construção do futuro que os madeirenses desejam, futuro de crescimento e desenvolvimento sustentáveis e de bem-estar, está, por muitos anos, comprometida. O próximo Orçamento Regional, o de 2012, constituirá um monte de constrangimentos que só darão razão a todos aqueles, sobretudo ao PS-M que, através do Deputado Carlos Pereira, durante quatro anos e meio, denunciou as situações e propôs sustentáveis alternativas. Tudo foi criticado e chumbado por força de uma maioria que fez da cegueira a sua arma política. Agora, quero ver o presidente do governo, Dr. Alberto João Jardim, completamente routo e esfarrapado do ponto de vista político, a perorar, durante duas horas, na intervenção final do debate do Plano e Orçamento. Deve ser lindo!
Tenho pena em função da luta de muitas décadas, muito lá para trás do 25 de de Abril, a luta de tantos que se impuseram contra aqueles que consideravam as "ilhas adjacentes" como distrito do território português. Essa luta que viu nascer a Autonomia com a Revolução de Abril de 1974, está, novamente, hipotecada. Durante alguns anos teremos, por aqui, uma autonomia virtual, de papel, de Estatuto Político-Administrativo (embora desactualizado), isto é, uma Autonomia sem concretização na prática. O plano de ajustamento, certamente, muito parecido com o da "troika" para o País, obrigará a que a Madeira, de três em três meses, tenha de prestar continhas para poder receber as transferências financeiras, por empréstimo, saliente-se, que serão disponibilizadas. E sem dinheiro, ao estilo de governação destes senhores que governam a Região, pergunto, que Autonomia restará? Zero ou muito próximo disso.
Ora, a Assembleia Legislativa muito pouca legislação poderá criar e, ao governo, ficará a responsabilidade maior de conjugar os verbos cortar e liquidar (facturas). A Autonomia enquanto processo de construção do futuro que os madeirenses desejam, futuro de crescimento e desenvolvimento sustentáveis e de bem-estar, está, por muitos anos, comprometida. O próximo Orçamento Regional, o de 2012, constituirá um monte de constrangimentos que só darão razão a todos aqueles, sobretudo ao PS-M que, através do Deputado Carlos Pereira, durante quatro anos e meio, denunciou as situações e propôs sustentáveis alternativas. Tudo foi criticado e chumbado por força de uma maioria que fez da cegueira a sua arma política. Agora, quero ver o presidente do governo, Dr. Alberto João Jardim, completamente routo e esfarrapado do ponto de vista político, a perorar, durante duas horas, na intervenção final do debate do Plano e Orçamento. Deve ser lindo! Aquelas duas horas de discurso sem fio condutor, de bater por bater na oposição, de cacetada em cacetada a este e àquele, trazendo à colação fait-divers, agora, com o rabinho entre as pernas como soe dizer-se, com que lata e discurso subirá à tribuna. Para além disso, será muito interessante seguir o debate com os secretários, na generalidade e, sobretudo, com o secretário regional das finanças. Isto, quando o PSD tem 25 deputados e a oposição, no seu conjunto, vinte e dois. Haverá mais tempo para a oposição enquadrar o Orçamento e discuti-lo com esta maioria presa por um fio.
Tenho a sensação que a crista vai baixar não só pela correlação de forças, mas também pelas circunstâncias económicas e financeiras que a Região apresenta. Quando digo que a crista vai baixar tenho presente que será difícil e que a maioria continua absoluta. Há um histórico de trinta e tal anos, eu sei, mas também todos sabemos que o PSD está com altos níveis de rutura interna, de desavenças, de lutas pelo poder e que, neste contexto, tem fragilidades de monta que serão exploradas concomitantemente com as fragilidades a que a Autonomia e a governação chegaram. A ver vamos. Para já, não acredito que cheguem ao final do mandato!
Ilustração: Google Imagens.
Ilustração: Google Imagens.
1 comentário:
O que queria ver ,sr André Escórcio,o governo da república obrigar Jardim a repor os direitos e poder de fiscalização da assembleia regional para fiscalizar o governo regional para além de obrigar o presidente e secretários regionais a prestar contas da sua governação e prestar esclarecimentos....
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