"Está ali um cachorro a ladrar, mas não lhe liguem". É a pessoa, o ser humano, apelidado de cachorro, porventura de cão vadio, simplesmente porque não o compreende, logo, pensará, coloquem-lhe um açaime! Só que muitos já perceberam que se aquele "cachorro ladrou” foi contra uma matilha que o obriga a comer o pão que o diabo amassou.
De cabeça perdida continua, no adro das
igrejas, com um comportamento que pode ser tudo menos cristão. As palavras
contra os outros assim explicam: tontinhos, tarados, abutres, mercenários e
cachorros foram alguns dos epítetos que destinou aos que se lhe opõem.
Alguns desses ataques aconteceram na "festa da cebola", qual
metáfora, provocadora de lágrimas, mais de compaixão do que propriamente de
riso. Quando alguém, no meio do "eloquente" discurso terá "levantado
a voz", não sei se de condenação por aquilo que escutava, do palco ouviu-se
o douto pregador: "Está ali um cachorro a ladrar, mas não lhe
liguem". É a pessoa, o ser humano, apelidado de cachorro, porventura de
cão vadio, simplesmente porque não o compreende, logo, pensará, coloquem-lhe um
açaime!
Constituem atitudes que não se conjugam, ser
cristão e intolerante, mas isso pouco lhe interessa. Dentro de algumas semanas estará
na Sé, no Dia da Região, na primeira fila, assistindo ao Te Deum, ao Hino Litúrgico
de acção de graças por mais um ano da sua "dita dura". Porventura,
batendo no peito, porque "(...) pequei
muitas vezes por pensamentos, palavras, actos e omissões, por minha culpa,
minha tão grande culpa (...) e cumprimentado, no momento certo da Celebração,
pelo Senhor Dom António Carrilho. Concluído o número da confissão, partirá para
outra, para mais adros, mais festas, mais inaugurações, mais palcos de ofensa
grotesca. E quem divulga o que diz, mormente, os profissionais da
comunicação social, são "mercenários", porque pagos para
"escreverem contra nós". Bom seria tê-los a digitar como ele quer,
que todos os textos lhe escorressem garganta abaixo como mel, que a opinião
fosse unidirecional, que todos cantassem hossanas de alegria pelo homem providencial
benfeitor da Madeira. Só que muitos já perceberam que se aquele "cachorro
ladrou” foi contra uma matilha que o obriga a comer o pão que o diabo amassou.
Ilustração: Google Imagens.
NOTA:
Opinião, da minha autoria, publicada na edição de hoje do DN-Madeira.
2 comentários:
Caro André Escórcio
Posso estar enganado, mas parece-me que as coisas estão a mudar. Não deixam de ser sintomáticam as recentes condenações de dois "jotas" do jardinal por actos cometidos durante as campanhas "inaugracionistas".
Já agora, embora não venha muito a propósito, aproveito para felicitar o meu amigo pela rejeição do famigerado acordo ortográfico. Agora os seus textos são muito mais fáceis de ler. Acredite.
Caríssimo,
Há uma mudança de mentalidade. Penso que ainda estamos na fase da "desconfiança", isto é, o homem não foi assim tão bom...
A pressão começa a ser alta e não sei se a Legislatura chegará ao final. Penso que não. As próximas autárquicas serão determinantes.
Quanto ao acordo ortográfico, penso que é irreversível, mas não me restam dúvidas que se trata de um erro grave. Aqui, sim, vou resistir, não só em defesa da parte científica da nossa Língua, mas porque os textos, como disse, "são muito mais fáceis de ler". Achei muito interessante a sua observação, sobretudo o que ela quer dizer.
Um bom fim-de-semana.
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