SITUAÇÃO DRAMÁTICA

É evidente que o secretário do Plano e das Finanças, o próprio presidente do governo e o vice-presidente conhecem a situação, sabem que esta governação está metida num sarilho muito grave, conhecem as obrigações a curto, médio e longo prazo, conhecem tudo o que está para além dos acordos, sabem que isto está a rebentar pelas costuras, mas não têm coragem de falar a verdade. Os outros secretários, para além da sua esfera de intervenção, não sei, duvido, que conheçam a realidade em todos os seus contornos. O Parlamento, aquela maioria política que apenas se levanta e curva para aprovar o que "chefe" quer, duvido, também, que domine a verdade e as implicações dos números com os quais 265.000 habitantes estão confrontados.

Nos últimos dias tive acesso a uma série de documentos caraterizadores da situação económica e financeira da Região. Fiquei completamente aterrado com toda a história e com os sacrifícios que esta nossa população da Madeira e do Porto Santo vai ter de fazer durante muitos e longos anos. Documentos que, certamente, o Presidente da República desconhece e que não estão ao alcance da população da Madeira. A VERDADE não é conhecida, mas é dramática. É arrepiante. E quando vejo gente que ainda acompanha este presidente do governo regional, que lhe concede espaço, quando vejo empresários a convidá-lo para inaugurações para aí, a solo, desferir ataques à oposição, continuar a sua deliberada mentira e, por extensão, continuar a esconder a realidade, quando assisto a uma televisão pública que não investiga, que não vai ao fundo das questões, não procura conhecer e dar a conhecer a realidade, antes prefere programazinhos do tipo "timex", que não adiantam nem atrasam, quando assisto a uma tentativa de fazerem uma caminha a um candidato que, no essencial, traz consigo a mesma cartilha do jardinismo, acredite o visitante deste espaço, que tal me deixa extremamente preocupado.

É evidente que o secretário do Plano e das Finanças, o próprio presidente do governo e o vice-presidente conhecem a situação, sabem que esta governação está metida num sarilho muito grave, conhecem as obrigações a curto, médio e longo prazo, conhecem tudo o que está para além dos acordos, sabem que isto está a rebentar pelas costuras, mas não têm coragem de falar a verdade. Os outros secretários, para além da sua esfera de intervenção, não sei, duvido, que conheçam a realidade em todos os seus contornos. O Parlamento, aquela maioria política que apenas se levanta e curva para aprovar o que "chefe" quer, duvido, também, que domine a verdade e as implicações dos números com os quais 265.000 habitantes estão confrontados.

Sinceramente, para além de ser minha opinião que não pode ser dado o benefício da dúvida a mais ninguém da área do PSD, por longos anos, outra força política terá de assumir responsabilidades e negociar, negociar e renegociar tudo, sob pena de gravíssimos problemas de convulsão social virem a acontecer. Não vejo outra solução. É tempo, pois, de acabar com este poder político que, apesar de ter tido todos os meios ao seu dispor, conduziu a este desastre. Quanto mais tempo permanecer, pior serão os resultados e mais complexa será a negociação e a recuperação.

Ilustração: Google Imagens.