Ele é festa da cebola, ele é festa da banana, ele é festa do pêro, ele é festa do limão, ele é festa da cereja, ele é festa da anona, ele é agro-pecuária, ele é vinho, é pesca, é casas do povo, é agricultura biológica, ele é plantas e flores, ele é águas e Etar's, ele é certificados, ele não governa, aparece, sobe ao palco, fala "aos senhores agricultores", aos senhores produtores, visita aqui e ali, de forma programada, fala de milhões para os "senhores agricultores", sem nunca dizer a proveniência dos dinheiros, fala e fala, porque o "povo gosta" disto e daquilo, enfim, pensava eu, "ingenuamente", que, depois de tanto show-off a Madeira estaria no caminho certo. Afinal, uma falácia, uma redonda mentira se considerarmos a promoção diária da imagem com os resultados. Assume hoje o DN, com dados oficiais que "a agricultura regional é a mais pobre do País".
"Nos dados finais referentes a 2010, publicados pelo INE este ano, sob o título "A Actividade das Empresas Agrícolas em Portugal, 2004-2010", chega-se à conclusão que pouco ou nada mudou neste sector nos últimos anos (...)". Mas, cá dentro, para promoção pessoal e partidária, vive-se um mundo de sonho, de prosperidade, de evoluções nunca antes constatada, tudo ao jeito de quem não olha a meios para atingir os seus fins. "(...) A Madeira é a região que tem menos empresas do ramo, menos pessoas ao serviço, menos volume de negócios e, por consequência, menor produção, menores consumos intermédios e menor VABpm (Valor Acrescentado Bruto a preços de mercado). Também, por consequência de tudo isso, não é de estranhar que a Região para se "alimentar" dos produtos da terra, se veja na necessidade de importar cerca de 70% (...)".
É este tipo de política que, perdoem-me a expressão, me enoja. Uma política onde o que está em causa não é o futuro pensado e estruturado de uma forma consistente, serenamente construído, onde preferível é a promoção do egoísmo pessoal, os objectivos pessoais, o alimento diário do ego, a ânsia de querer ser qualquer coisa embora com pés de barro. Política do paleio, política de palco, política de frases feitas, política de oportunidade e não política de verdade. É claro que alguma coisa foi feita. Mal seria que, depois de tantos anos e de tanto dinheiro que aí chegou, para além do exército de recursos humanos disponíveis, alguma coisa não tivesse sido concretizado. Não é disso que falo. O que irrita qualquer pessoa minimamente informada, é a vaidade face aos resultados, é a necessidade de aparecer, de estar na primeira fila e, afinal, a clareza dos elementos disponíveis, acabarem por deitar por terra uma mão cheia, eu não digo de nada, mas de muito pouco. No fundo, querendo ser um clone político do "chefe", surge como uma fotocópia que é sempre pior que o original. O povo, de quem tanto ele fala, um dia que não está muito distante, aperceber-se-á da realidade.
Ilustração: Google Imagens.
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